Plagiocefalia
O que é a Plagiocefalia?
A plagiocefalia se refere ao achatamento de uma área específica da cabeça de um bebê.
Ela geralmente se desenvolve na parte de trás da cabeça (plagiocefalia occipital), quando o bebê fica muito tempo deitado sobre esta área da cabeça.
Eventualmente, a plagiocefalia pode estar presente já ao nascimento. Isso pode acontecer em decorrência da posição intra-útero ou pelo contato com a cabeça do irmão, no caso de uma gestação múltipla.
Diagnóstico diferencial
A plagiocefalia posicional pode deve ser diferenciada da craniossinostose.
Esta é uma condição rara, porém mais grave, decorrente do fechamento prematuro da articulação entre dois diferentes ossos do crânio.
A crianiossinostose pode se formar em diferentes áreas do crânio.
Qual a causa da plagiocefalia?
A plagiocefalia pode se desenvolver no bebê que fica muito tempo deitado sem mudar a posição da cabeça.
O crânio humano é formado por seis ossos principais: etmóide, frontal, occipital, parietal, esfenóide e temporal.
No desenvolvimento normal, estes ossos permanecem separados até os dois anos de idade, quando eles se fundem e passam a funcionar como um único osso (1).
Enquanto as suturas permanecem abertas, a criança está vulnerável ao desenvolvimento de deformidades como a plagiocefalia ou a craniossinostose.
Em 1992, a Academia Americana de Pediatria lançou a recomendação de que os bebês deveriam dormir com a barriga para cima, para reduzir o risco de morte súbita infantil.
Ainda que esta campanha tenha de fato se mostrado efetiva para a redução no número de casos de morte súbita infantil, foi observado um aumento significativo nos casos de plagiocefalia posicional.
Diagnóstico da Plagiocefalia
O diagnóstico geralmente é feito através do exame clínico por um pediatra ou neuropediatra.
A avaliação do formado da cabeça deve fazer parte de toda a consulta de rotina do bebê.
Exames de imagem, como a radiografia ou a tomografia computadorizada, só são habitualmente solicitados quando a cabeça apresenta um formato incomum para uma plagiocefalia posicional.
A mobilidade do pescoço do bebê também pode ser examinada para ver se há alguma restrição que esteja contribuindo para que o bebê fique deitado em uma posição mais do que em outra.
Quais as consequências da plagiocefalia?
Na maioria dos casos, a plagiocefalia não afeta o crescimento cerebral ou o desenvolvimento mental normal da criança.
Uma vez que a criança consiga sentar e ficar em pé, as forças externas que provocam a deformidade deixam de agir e a deformidade começa a melhorar.
Ainda que uma deformidade residual possa persistir, ela se torna menos perceptível com o crescimento do cabelo e à medida em que o cabelo cresce.
Em casos de graves deformidades, quando o achatamento não resolvido provoca deformidades faciais, podem ocorrer problemas de mastigação, alimentação e visão.
Tratamento
A primeira medida no tratamento da plagiocefalia envolve a mudança frequente de posição da cabeça do bebê, que deve ser posicionado ora olhando para um lado, ora olhando para o outro.
Na criança que tem maior controle da cabeça e do pescoço, deve-se mudar a posição do berço no quarto de tempos em tempos, para que ela seja estimulada a olhar para lados diferentes do corpo.
No bebê com torcicolo, a fisioterapia pode ajudar no ganho de mobilidade do pescoço, o que ajuda a aliviar a pressão na área afetada.
Se a terapia posicional não funcionar, o uso de capacete pode ser recomendado.
O conceito básico do aparelho é envolver a cabeça infantil assimétrica com um molde simétrico.
Assim, o capacete aplica uma pressão suave na área da cabeça onde o crescimento não é desejado, enquanto a área da deformidade apresenta espaço para que continue crescendo.
Outras órteses podem ser usadas no lugar do capacete, com o mesmo princípio.
Estes capacetes ou órteses devem ser sempre personalizados para a cabeça do bebê.
Idealmente, o tratamento deve ser iniciado aos cinco meses, tendo duração aproximada de 2 a seis meses.