Osteomalácia
O que é a Osteomalácia?
A osteomalácia é uma doença óssea associada a defeitos na mineralização do osso, tornando-os frágeis e vulneráveis a fraturas.
É uma doença que acomete a população adulta e que tem uma base semelhante a uma outra doença mais conhecida e que acomete as crianças, que é o raquitismo.
Qual a diferença da osteomalácia e do raquitismo?
A principal diferença entre os dois é que o raquitismo acomete as crianças, enquanto que a osteomalácia acomete os adultos.
Ambas as doenças estão associadas a um defeito na mineralização do osso e a falta de cálcio e vitamina D, no entanto, a forma como acometem o osso é diferente.
Na osteomalácia, há um defeito de mineralização da matriz óssea, enquanto no raquitismo há um defeito na mineralização da placa de crescimento, que é a cartilagem que faz o osso crescer. Como o osso adulto não tem placa de crescimento, não faz sentido falar em raquitismo nos adultos.
Do ponto de vista clínico, a diferença é que o raquitismo, ao acometer um osso ainda em crescimento, pode levar a deficiências no crescimento do osso e deformidades, além da maior fragilidade óssea que também é vista na osteomalácia.
Principais sintomas
A osteomalácia é muitas vezes assintomática e, por isso, acaba sendo descoberta apenas quando acontece alguma fratura.
O paciente pode fraturar o osso após traumas de baixa energia, que não levariam a uma fratura em um osso normal.
Embora seja mais incomum, a osteomalacia também pode resultar em deformidades esqueléticas, principalmente se o tratamento for negligenciado.
Qual a diferença da osteomalácia e da osteoporose?
Tanto a osteomalácia como a osteoporose são doenças que levar a uma fragilidade óssea e maior risco de fraturas, mas que acontecem por processos distintos.
Para compreender a diferença, é preciso que se conheça um pouco de como é a estrutura de um osso.
A matriz óssea é formada por elementos orgânicos (fibras colágenas, proteoglicanos e glicoproteínas) e elementos inorgânicos que constituem cerca de 50% do peso da matriz óssea. Os elementos inorgânicos são íons fosfato, bicarbonato, magnésio, potássio, sódio, citrato e, principalmente, o cálcio.
A matriz orgânica é o que forma a estrutura do osso. Já o cácio é o que deixa o osso rígido.
Na osteoporose, a parte orgânica da matriz está deficiente, deixando o osso com uma densidade menor. No entanto, a calcificação desta matriz está preservada.
Já a osteomalácia tem uma matriz orgânica em quantidade normal. No entanto, a calcificação desta matriz encontra-se comprometida.
Qual a causa da osteomalácia?
A mineralização dos ossos depende basicamente de dois minerais básicos: cálcio, fósforo. A osteomalácia pode estar associada à falta de um destes dois elementos, o que por sua vez pode estar associado a uma ingesta alimentar inadequada, problemas na absorção intestinal ou aumento da perda renal desses minerais.
Ingesta inadequada
A ingesta alimentar deficiente já foi um problema maior, mas atualmente é incomum mesmo em pessoas com algum grau de desnutrição, devido aos inúmeros alimentos fortificados.
Má absorção
A má absorção pode estar associada a certas condições do trato digestivo, como no caso de um paciente submetido a cirurgia bariátrica.
No entanto, a causa mais comum é a falta de vitamina D, que é inclusive a causa mais comum de osteomalácia como um todo (1).
A vitamina D é uma vitamina lipossolúvel responsável pela absorção de cálcio e fósforo no intestino. Sua deficiência está geralmente associada à falta de exposição solar, sendo isso mais comum nas regiões mais próximas aos polos.
Mais raramente, a deficiência de vitamina D pode estar associada a problemas com as enzimas envolvidas no seu metabolismo.
Maior perda renal
A maior perda renal pode estar associada a condições como distúrbios metabólicos, endocrinológicos ou insuficiência renal.
Além disso, para que o cálcio e o fósforo estejam disponíveis, um outro elemento tem importância fundamental: a vitamina D.
Diagnóstico
No paciente com suspeita clínica de osteomalácia, a radiografia pode mostrar alguns indícios de desmineralização óssea.
Além disso, são feitos exames de sangue e de urina, de forma a avaliar os níveis de vitamina D, fósforo e cálcio, fosfatase alcalina e hormônio paratireoidiano, que geralmente se encontram alterados.
Estes exames podem ajudar também a identificar a causa da osteomalácia.
Tratamento da osteomalácia
A osteomalácia é tratada por meio do aumento na ingestão de vitamina D e cálcio. Isto pode ser obtido comendo mais alimentos ricos em vitamina D e cálcio ou tomando suplementos.
Entre as principais fontes de cálcio na alimentação incluem-se o leite, queijo, iogurte, vegetais verdes, produtos de soja e nozes.
Aumentar o tempo de exposição à luz solar também é importante.
Nos casos em que a osteomalácia ocorre como consequência de uma outra condição médica, o tratamento da condição subjacente poderá, em muitos casos, curar a osteomalácia. Como exemplo, pessoas que têm doença renal e osteomalácia podem precisar de diálise.