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Orientação vocacional para adolescentes

Orientação vocacional para adolescentes

A orientação vocacional para adolescentes pode ser uma grande ferramenta que contribui para o desenvolvimento profissional de jovens que buscam, por meio de análises e testes, encontrar um caminho interessante no mercado de trabalho.

Afinal, a resposta para “o que você quer ser quando crescer” pode ser bastante difícil, o que gera angústia e ansiedade nos jovens que, em poucos meses, iniciarão a sua vida profissional.

Por isso, neste texto reunimos uma série de informações para que você possa compreender um pouco mais sobre o assunto e, quem sabe, investir nessa orientação para si mesmo ou para os seus filhos. Sigamos!

O que é a orientação vocacional para adolescentes?

A orientação vocacional para adolescentes consiste em um processo no qual é feito um trabalho clínico, com o acompanhamento de um psicólogo, cuja finalidade é conduzir o indivíduo rumo às suas próprias considerações e reflexões frente à possibilidade de trabalhar.

Sendo assim, a orientação ajuda o adolescente a pensar sobre o seu futuro, elaborando uma espécie de planejamento profissional que poderá ser seguido e posto em prática de acordo com as singularidades e características do sujeito.

Para que a orientação funcione adequadamente, muitas questões são levadas em conta, como por exemplo: contexto social, realidade econômica, cultura, habilidades, interesses do indivíduo, entre outras questões. Todos esses dados são colhidos durante as sessões com o psicólogo, que analisará todas essas características e conduzirá o adolescente rumo ao seu desenvolvimento crítico com relação ao seu planejamento para o futuro.

Isso quer dizer que o processo de orientação vocacional para adolescentes não acontece em apenas uma única sessão ou por meio de um único teste. Afinal, trata-se de algo complexo, que precisa englobar diferentes áreas da vida do jovem. Sem essa análise geral, que foca em diferentes esferas da vida do adolescente, a orientação poderá apresentar um resultado equivocado, que estará ancorado em apenas um recorte da história do sujeito.

Por isso, é necessário seguir o protocolo da orientação vocacional para adolescentes, com base nas sessões que podem acontecer semanalmente, seja virtual ou pessoalmente. As sessões têm uma durabilidade média de 50 minutos a 1 hora, dependendo do estilo de trabalho do psicólogo.

Essa orientação pode ser oferecida pela escola do adolescente, bem como a própria família pode procurar um psicólogo para ajudar o jovem a encontrar uma carreira e a fazer um projeto de vida para o seu futuro.

Qual a importância da orientação vocacional para adolescentes?

Na adolescência, passamos por mudanças significativas nas nossas emoções, no nosso psicológico, e, claro, em nosso corpo. Nosso papel social também sofre alterações, pois vamos deixando o lado mais infantil de escanteio, ao mesmo tempo em que mergulhamos em um mundo mais “adulto”.

Tudo isso pode gerar uma série de desconfortos, desconfianças, angústias e medos nos adolescentes. Agora, eles precisam pensar de forma mais responsável e analisar o longo prazo, verificando o que terão que fazer da vida de agora em diante.

Sem dúvidas, todo esse cenário pode gerar uma série de questões emocionais nos adolescentes. Como é possível se preparar para o futuro? Quais passos deverão ser dados de agora em diante? O que deverá ser feito para conquistar os sonhos? Aliás, quais são os nossos sonhos neste momento?

Perceba que o futuro pode ser bastante assustador. O adolescente está se adaptando ao mundo adulto e, ao mesmo tempo, sendo cobrado constantemente por isso.

Logo, é extremamente importante pensarmos que a orientação vocacional para adolescentes é uma ferramenta que os ajuda a mergulhar dentro de si, buscando conhecimentos sobre si mesmo que subsidiarão as tomadas de decisão frente ao projeto de vida.

Esse planejamento poderá trazer mais segurança e qualidade de vida para o jovem que, agora, precisa enfrentar tanta coisa nova – e nunca vivida antes.

Sendo assim, podemos dizer que a importância dessa orientação é justamente submeter o jovem a uma prática de autoconhecimento, que o ajudará na hora de tomar decisões e de pensar no futuro que deseja construir para si mesmo.

Logo, minimiza-se as angústias e incertezas dessa fase, pois embora um plano não seja a certeza de algo, sem dúvidas ele nos ajuda a enxergar o futuro com muito mais clareza.

Como funciona a orientação vocacional para adolescentes?

Agora que você já pôde compreender um pouco mais sobre a orientação vocacional para adolescentes, vejamos como ela pode funcionar na prática.

Lembrando que não existe uma sequência cravada dos passos que serão dados pelo psicólogo, ok? O profissional de saúde mental irá avaliar cada situação de forma subjetiva e singular, buscando propor ferramentas e técnicas que ajudem o adolescente a avançar em suas autodescobertas.

Por isso, encare as descrições abaixo como algumas ações que podem ser colocadas em prática, e não como um passo a passo que será rigidamente seguido, combinado? Sigamos em nossos estudos:

1. Autoconhecimento e compreensão das habilidades
O psicólogo será um mediador nesta jornada que o adolescente passará a viver ao longo das sessões. Essa jornada será marcada por muitos insights, questionamentos e reflexões que ajudam o adolescente a compreender os seus traços pessoais, suas habilidades, seus pontos fortes, pontos fracos, etc.
Às vezes, o jovem desconhece algumas características que possui, e as sessões com o psicólogo contribuirão para esse tipo de descoberta.
O autoconhecimento é, sem dúvidas, uma peça-chave para o desenvolvimento do ser humano. Por meio dele nós podemos compreender muito mais sobre nós mesmos, usando esse conhecimento para lidar com as adversidades da vida.
Sendo assim, durante a orientação vocacional para adolescentes esse processo é extremamente fortalecido. O profissional leva em conta a história de vida do adolescente, conhecendo um pouco mais sobre cada vivência significativa dele.
Ao mesmo tempo, o jovem também mergulha na sua própria história, percebendo qualidades que possui e forças que, talvez, estão adormecidas e ele sequer se deu conta disso.

2. Análise do contexto de vida do indivíduo
O contexto de vida do indivíduo também é analisado e discutido durante a orientação vocacional para adolescentes. Afinal, sabemos que o ambiente no qual estamos inseridos pode facilitar ou prejudicar a nossa construção de vida.
Por exemplo, adolescentes que vivem em situação de vulnerabilidade social podem ter maiores dificuldades para ingressar no Ensino Superior e buscar uma carreira que almeja para si mesmo. Em contrapartida, adolescentes que possuem um suporte financeiro familiar melhor podem ter mais facilidades na hora de lidar com as questões corriqueiras dessa fase.
Por isso, é papel do psicólogo trazer à tona as questões relacionadas ao ambiente em que o indivíduo está inserido. Quais são as contingências envolvidas com o dia a dia do adolescente? O que acontece dentro de casa? Ele precisa trabalhar para ajudar no sustento da família? Possui bastante tempo para estudar? Tem um ambiente residencial que permite foco e concentração na hora de aprender algo novo?
São muitas as perguntas que devem vir à tona, a fim de investigar a realidade vigente na família do indivíduo e, assim, pensar em estratégias que possam contribuir para a construção de um plano de vida que seja frutífero e gratificante para o jovem.

3. Aplicação de testes psicológicos
A aplicação de testes psicológicos é muito expressiva no processo de orientação vocacional para adolescentes. Inclusive, no senso comum, as pessoas costumam associar a orientação vocacional apenas com os testes, embora possamos perceber que existem outras ferramentas e técnicas que podem ser usadas pelo psicólogo.
Os testes psicológicos podem avaliar uma série de questões relacionadas à personalidade e às habilidades do indivíduo. É possível verificar quais inteligências ele possui, quais habilidades domina, entre outras situações. As questões psicológicas também podem vir à tona, sendo algo extremamente importante para o planejamento profissional do sujeito.
Os testes não são padrões. Existem inúmeros testes psicológicos que o psicólogo pode aplicar. Caberá ao profissional avaliar as circunstâncias do indivíduo para selecionar o teste ou os testes que possam auxiliar no processo de autoconhecimento e de desenvolvimento do projeto de vida do orientando.
Afinal, como sempre mencionamos por aqui, cada caso é único e exige uma postura bastante singular do psicólogo, a fim de orientar o adolescente de acordo com a realidade na qual ele está inserido.

4. Entrevista com a família
O convívio familiar tem um significativo efeito sobre a vida de qualquer pessoa. A dinâmica no dia a dia, a hierarquia dentro de casa, a rotina, os costumes e a cultura familiar são molas propulsoras de traços de personalidade nas crianças e nos adolescentes.
Por isso, na hora de fazer a orientação vocacional para adolescentes, o psicólogo pode requisitar a entrevista com os familiares. A entrevista pode ocorrer tanto em conjunto, ou seja, com todos os membros da família, quanto individualmente. Novamente, quem avalia a forma mais interessante é o profissional de saúde mental.
Nessas entrevistas, muitas coisas poderão ser discutidas e analisadas. O psicólogo terá a chance de “mergulhar” um pouco mais na realidade do orientando, colhendo informações e dados que poderão contribuir para a elaboração do feedback final do processo de orientação.

5. Atividades reflexivas e dinâmicas
A orientação vocacional para adolescentes também leva em consideração a possibilidade de levar, para dentro de cada sessão, algumas atividades reflexivas e dinâmicas.
Como a orientação pode acontecer em conjunto com vários adolescentes, as dinâmicas de grupo podem ajudar o profissional na hora de avaliar os traços subjetivos de cada indivíduo.
Além disso, o próprio adolescente tem a chance de descobrir mais informações e características de si mesmo enquanto interage com as pessoas à sua volta.
Já as atividades reflexivas podem ser feitas por meio de questionamentos sobre diferentes esferas da vida, ajudando o sujeito a pensar de uma maneira mais crítica sobre as suas posturas, características, sonhos, medos, etc.
Esse processo é bastante complexo e exige uma intervenção ativa do psicólogo, que poderá ajudar o adolescente a conduzir a sua própria reflexão sobre quem se é, quem se deseja ser e como se deseja ser.

6. Estudo e orientação sobre as profissões
Obviamente, o processo de orientação vocacional para adolescentes não consiste apenas em autoconhecimento e análise de habilidades pessoais. O adolescente precisa ter a oportunidade de conhecer o mercado de trabalho, as profissões que existem, entre outras questões relacionadas ao universo profissional.
Por isso, é papel do psicólogo mediar o estudo sobre as profissões que mais chamam a atenção do adolescente, para que ele tenha subsídios de conhecer um pouco mais sobre elas, descobrir como funcionam, quais os pontos positivos e negativos, as habilidades requeridas pelo mercado, e assim por diante.
O psicólogo também poderá tirar dúvidas sobre diferentes questões relacionadas às profissões que o indivíduo deseja saber mais. Assim, pouco a pouco ele poderá compreender, com mais afinco, o que esperar de cada possibilidade presente no mercado, o que pode ajudá-lo a tomar decisões pautadas em dados e fatos, ou seja, a tomar decisões mais assertivas para o próprio futuro.
A orientação sobre as profissões também pode trazer algumas reflexões para o jovem. Afinal, é muito comum vermos algumas pessoas decidindo carreiras apenas com base no retorno financeiro, esquecendo-se que muitas outras coisas estão envolvidas com o trabalho.
Assim sendo, o psicólogo pode ajudar o jovem a compreender que o trabalho abarca muitas horas do dia e que ele também deve oferecer satisfação, saúde mental e qualidade de vida. Ou seja, quebra-se aquela ideia de que trabalho é apenas fonte de sustento material, e traz à tona a ideia de que ele também pode ajudar a elevar o bem-estar, a autoestima, a qualidade de vida, etc.
Assim, o indivíduo poderá analisar as oportunidades de carreira disponíveis no mercado de trabalho sob um viés mais crítico e menos pautado no imediatismo, no sentido de pensar apenas no salário, por exemplo.
Logo, as chances de haver a construção de um plano de vida mais sadio podem ser maiores, concorda?

7. Feedback final
Por fim, depois que a orientação vocacional para adolescentes atravessa todos os pontos que elencamos no decorrer deste conteúdo, e outros mais que o profissional de saúde mental julgar necessário, é agendado o feedback final para o jovem.
O psicólogo, que passou dias e dias coletando informações, analisando, avaliando e escrevendo o feedback, poderá apresentar para o orientando os resultados dos testes, das análises, etc.
A conversa ocorrerá com foco em promover ao jovem a possibilidade de traçar um plano de futuro que seja verdadeiramente satisfatório para ele, de acordo com cada traço de sua singularidade.
E, a partir disso, caberá ao indivíduo tomar a decisão de acatar com os resultados obtidos no processo de orientação, ou não. Mantendo, assim, a sua autonomia frente ao seu futuro e aos seus desejos profissionais e para a vida como um todo.

Se você achou interessante a ideia da orientação vocacional para adolescentes, considere procurar um psicólogo para saber mais, seja para você, ou para o seu filho.

Referências
AGUIAR, Fernando Henrique Rezende; CONCEIÇÃO, Maria Inês Gandolfo. Orientação vocacional e promoção da saúde integral em adolescentes. Estudos e Pesquisas em Psicologia, v. 13, n. 1, p. 86-100, 2013.

DE SOUZA, Gabriele Marques; CAFIEIRO, Gabriela Machado. ORIENTAÇÃO VOCACIONAL PARA ADOLESCENTES. Revista Brasileira de Ciências da Vida, v. 6, n. 2, 2018.

MENESES, Ana Paula. Orientação Vocacional e Profissional. Artigo de blog. Disponível em: https://anapaulamenesespsicologa.com.br/orientacao-vocacional-e-profissional/. Acesso em 06 dez. 2022.