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Meningite

O que é a Meningite?

 

A meningite é uma inflamação das meninges, a membrana que envolve o cérebro e a medula espinhal.

A infecção viral é a causa mais comum, seguida pelas infecções bacterianas. Ainda que pouco comuns, a meningite pode eventualmente ter origem fúngica ou parasitária.

As principais queixas do paciente são a dor de cabeça, febre e rigidez cervical.

A meningite viral é mais comum. Na maior parte dos casos, ela melhora sem tratamento em poucas semanas. 

Ainda que menos comum, a meningite bacteriana é muito mais grave, com risco de sérias complicações. 

Quais os sintomas da meningite?

Os principais sintomas em pessoas acima dos dois anos de idade, incluem:

  • Febre alta de início repentino;
  • Torcicolo e rigidez cervical: Tentar abaixar o queixo em direção ao peito causa dor e pode ser impossível. Mover a cabeça em outras direções não é tão difícil;
  • Dor de cabeça intensa;
  • Náusea ou vômito;
  • Convulsões;
  • Sonolência ou dificuldade para acordar;
  • Sensibilidade à luz.

Meningite bacteriana

A meninite bacteriana se desenvolve de duas formas:

  • Bactérias provenientes de uma infecção a distância, que entram no sangue e chegam até as meninges;
  • Bacterias que invadem diretamente às meninges, a partir de uma infecção no ouvido, sinusite, fratura no crânio ou após uma cirurgia na cabeça ou coluna.

Diferentes tipos de bactéria podem causar a meningite, sendo que cada uma delas tende a ocorrer em faixas atarias específicas.

Os primeiros sintomas  costumam aparecer entre 3 a 4 dias depois do contágio.

A evolução da doença em adultos costuma ser bem rápida, com piora em pouquíssimas horas. Geralmente, a pessoa dá entrada em algum hospital entre 24h e 48h depois do surgimento dos primeiros sintomas.

Meningite viral

A meningite viral tende a ser mais leve e geralmente desaparece sozinha. A maioria dos casos está relacionada a um grupo de vírus conhecidos como enterovírus. Eventualmente, pode ser causada pelo vírus do herpes simples, HIV, vírus da caxumba ou outros.

Os sintomas são semelhantes aos da meningite bacteriana. Entretanto, são geralmente mais leves e progridem de forma mais lenta.

Na maior parte dos casos, elas melhoram sem tratamento específico. Em uma fase inicial, porém, a diferenciação entre a meningite viral e a bacteriana pode ser difícil.

Assim, o paciente deve receber antibióticos, até que a infecção bacteriana seja definitivamente descartada.

Meningite fúngica

 

Embora rara, a meningite fúngica tem maior probabilidade de ocorrer em pessoas com o sistema imunológico comprometido. Isso inclui pessoas com HIV e pessoas em tratamento com quimioterapia, imunossupressores ou corticoides.

Geralmente, o tratamento requer internamento hospitalar, onde são administrados medicamentos antifúngicos na veia.

Vacinação

A vacinação pode prevenir certos tipos de meningite bacteriana.

A vacina pneumocócica conjugada é eficaz contra 13 sorotipos, protegendo contra bactérias responsáveis por mais de 80% dos casos de meningite bacteriana. 

A vacinação é indicada conforme abaixo:

  • Crianças imunodeficientes entre 2 a 10 anos de idade;
  • Crianças com 11 a 12 anos, com uma dose de reforço aos 16 anos de idade;
  • Crianças mais velhas, estudantes universitários que moram em dormitórios e recrutas militares que não foram vacinados anteriormente.

A vacina meningocócica não protege contra o sorotipo de meningite meningocócica B; esta informação deve ser levada em conta quando um paciente vacinado apresentar sintomas de meningite.

Diagnóstico

 

O diagnóstico costuma ser feito pelo médico emergencista ou Médico neurologista com base no histórico médico, exame físico e testes específicos. 

A avaliação clínica deve chamar a atenção para a possibilidade da meningite, especialmente na presença de rigidez cervical associada a febre alta.

O principal exame utilizado no diagnóstico é a punção do líquido cefalorraquidiano. Em pessoas com meningite, ele mostra um baixo nível de açúcar (glicose), contagem aumentada de glóbulos brancos e proteína aumentada.

Exames de imagem como a tomografia computadorizada ou ressonância magnética da cabeça podem mostrar a inflamação das meninges.

Uma amostra de sangue pode ser coletada para a realização da hemocultura. Este é um teste no qual se pesquisa a presença de microorganismos no sangue, especialmente as bactérias.

Complicações da Meningite

 

A maioria das pessoas se recupera totalmente da meningite. Mas, em alguns casos ela pode causar sérios problemas a longo prazo.

As complicações são incomuns após a meningite viral. Entretanto, estima-se que 10% dos casos de meningite bacteriana tenha evolução fatal. 

Além disso, até uma em cada 2 ou 3 pessoas que sobrevive à meningite bacteriana fica com um ou mais problemas permanentes (1).

As complicações mais comuns são:

Perda auditiva

A perda auditiva é a sequela mais comum. As dificuldades podem variar de perda auditiva leve a surdez profunda em um ou ambos os ouvidos.

Após a meningite bacteriana, todo paciente deve fazer um teste de audição. Isso deve ser feito o quanto antes; de preferência antes de deixar o hospital ou dentro de quatro semanas após a alta hospitalar.

Convulsões recorrentes (epilepsia)

Nos primeiros dias da doença, as convulsões ocorrem em cerca de 25% das crianças com meningite bacteriana e em mais de 30% dos adultos com meningite pneumocócica (1).

Elas podem acontecer em decorrência da inflamação e do acúmulo de toxinas bacterianas.

Além disso, à medida que a meningite progride, as veias meníngeas podem se tornar trombosadas. Isso pode levar a déficits neurológicos focais e a ocorrência de convulsões.

A ocorrência de convulsão dentro de 24 horas da apresentação é um fator de risco para morte entre os pacientes com meningite adquirida na comunidade (1).

Outras complicações relativamente comuns incluem:

  • Problemas de memória e concentração;
  • Problemas de coordenação, movimento e equilíbrio;
  • Dificuldades de aprendizagem e problemas de comportamento;
  • Perda de visão, que pode ser parcial ou total.

Tratamento

 

Na presença de um quadro clínico sugestivo, o tratamento deve ser iniciado de imediato, para minimizar o risco de complicações.

O médico não deve aguardar o resultado de exames para iniciar o tratamento. 

Devido ao alto risco de complicações, o tratamento inicial deve ser direcionado para uma infecção bacteriana, mesmo que a maior parte dos casos tenham de fato uma origem viral.

A recuperação completa é um processo lento. Uma pessoa que esteve no hospital pode se sentir bem na alta e não ter a percepção de que levará algum tempo para voltar à sua vida normal. 

Mesmo aqueles que passam por uma recuperação completa, muitos se cansam facilmente e acharam difícil manter a concentração por um período de tempo durante a recuperação.

Tratamento da meningite bacteriana

O tratamento deve ser iniciado de imediato, por meio de antibióticos intravenosos e, às vezes, corticosteróides. 

Isso ajuda a garantir a recuperação e reduzir o risco de complicações, como inchaço cerebral e convulsões.

No início, são utilizados antibióticos com amplo espectro, capazes de combater a maior parte das bactérias causadoras da meningite.

Uma vez que os exames tenham identificado qual a bactéria e qual a sensibilidade da bactéria causadora da infecção, os antibióticos poderão ser substituídos para um tratamento mais específico para aquela bactéria que foi identificada.

Dependendo da bactéria, o uso de corticoide intravenoso deve ser utilizado. O objetivo é diminuir o edema e a inflamação ao redor dos nervos cerebrais e cranianos, evitando-se algumas das principais complicações da meningite.

Tratamento da Meningite viral

A maioria dos casos de meningite viral melhora por conta própria em algumas semanas.

Os antibióticos não têm efeito nestes pacientes. Entretanto, eles poderão ser usados inicialmente até que os exames descartem definitivamente a possibilidade de meningite bacteriana.

O tratamento deve incluir:

  • Repouso na cama;
  • Hidratação;
  • Medicamentos para a dor e febre

Corticoides devem ser considerados para reduzir o inchaço no cérebro. Outras medicações poderão ser indicadas a depender de eventuais complicações.

Dependendo de qual o vírus identificado, medicações antivirais poderão ser utilizadas.