Lesão Radial do Menisco

A Lesão Radial do Menisco é aquela que se inicia na borda livre e se estende perpendicularmente ao longo eixo do menisco, podendo chegar até a sua periferia.

Ela é mais comum na junção do corpo e corno anterior do menisco lateral.

Esta é uma das lesões meniscais mais desafiadoras quanto ao tratamento.

Por um lado, a lesão compromete seriamente a função do menisco, de forma que quando a função meniscal não é reestabelecida o paciente tende a evoluir com sobrecarga e artrose precoce.

Por outro, o potencial de cicatrização é desfavorável tanto do ponto de vista biomecânico como do ponto de vista biológico.

Por fim, é uma lesão que muitas vezes acomete pacientes jovens e ativos, sendo comum também em associação à lesão do Ligamento Cruzado Anterior, o que piora ainda mais o prognóstico.

Uma vez que as fibras circunferenciais são rompidas, a fixação óssea do menisco é perdida e ele tende a ser “jogado para fora” com o apoio do peso sobre o joelho, causando o que denominamos de extrusão meniscal.

Este joelho passa a funcionar como se não tivesse mais o menisco, com aumento significativo da sobrecarga sobre a cartilagem articular e tendência de desenvolvimento precoce de artrose no joelho.

Mecanicamente, o apoio do peso no joelho provoca uma força de tensão no local da lesão, o que significa que ela tende a se abrir, ao invés de ser comprimida.

Isso torna a lesão menos favorável para a cicatrização no caso de um reparo/sutura do menisco.

Do ponto de vista biológico, boa parte da lesão acomete uma área avascular do menisco.

O sangue é fundamental para a cicatrização e isso torna a lesão radial menos propensa a cicatrizar, mesmo que a estabilidade mecânica tenha sido restaurada.

O tratamento da Lesão Radial do Menisco é feito pelo Ortopedista Especialista em Joelhos. Ele depende de fatores como o menisco acometido, se houve ou não um evento traumático e da presença de problemas associados, como a artrose ou mau alinhamento no joelho.

Lesões de aspecto mais degenerativo e assintomáticas são tratadas sem cirurgia. Quando sintomáticas, pode ser indicada a cirurgia de meniscectomia, com a regularização dos bordos da lesão.

Estudos demonstraram que, se essas lesões forem reparadas por meio de sutura, elas se romperão novamente em um período muito curto de tempo.

Lesões traumáticas em pacientes mais jovens e em menisco com boa qualidade tecidual devem ser tratadas cirurgicamente por meio de reparo meniscal e isso pode ser feito de duas formas diferentes: através de sutura boca a boca ou por meio da fixação óssea das margens da lesão.

Ambos procedimentos demandam um tratamento pós-operatório bastante cuidadoso, mantendo a perna sem apoio do peso por ao menos seis semanas, de forma a otimizar as chances de sucesso.

A sutura boca a boca é a técnica que vem sendo tradicionalmente utilizada, mas com resultados sub-ótimos: um estudo demonstra que 60% dos pacientes apresentam cicatrização parcial do menisco.

Frente a esta limitação, uma técnica descrita recentemente propõe a fixação direta dos bordos da lesão através de um túnel ósseo.

Esta técnica tem a vantagem de preservar a capacidade do menisco em resistir a forças de tensão, sem que precise para isso de uma cicatrização completa dos bordos da lesão.