Introdução alimentar
O que é a introdução alimentar?
A introdução alimentar se refere à iniciação no consumo de alimentos sólidos pelo bebê, geralmente a partir dos seis meses de idade.
A partir desta idade, o leite materno passa a ser insuficiente para suprir toda a demanda do bebê. Além disso, o reflexo de engolir já está mais desenvolvido (evitando o engasgo) e o estômago está mais maduro para começar a receber alimentos sólidos.
Por fim, é preciso considerar que a permeabilidade do aparelho digestivo antes dos seis meses é maior. A introdução alimentar, neste período, aumentaria o risco para o desenvolvimento de alergias alimentares.
No início, os alimentos sólidos devem ser oferecidos em complementação ao aleitamento materno, não em substituição. Idealmente, o aleitamento materano deve continuar até ao menos os dois anos de idade, embora não exista uma idade limite até a qual o leite da mãe não deva mais ser oferecido.
Como fazer a introdução alimentar?
A introdução alimentar deve ser feita com alimentos in natura e minimamente processados, especialmente os vegetais e as frutas.
Inicialmente, eles devem ser amassados e oferecidos com o garfo.
A seguir, os alimentos passam a ser raspados, desfoados ou picados em pequenos pedaços, para que o bebê inicie o processo de mastigação.
Os alimentos não devem ser batidos no liquidificador ou mixer e também não devem ser peneirados.
Embora o bebê já esteja pronto nessa idade a receber frutas, verduras, legumes e carnes, geralmente ela se inicia com as frutas, por terem um sabor mais adocicado e que lembra um pouco mais o gosto do leite materno, aumentando a acitação pelo bebê.
A introdução geralmente tem início com um tipo de alimento em um refeição, sendo gradativamente expandida para as outras refeições e outros grupos alimentares. Com aproximadamente um mês, espera-se que o bebê já esteja fazendo todas as refeições.
Aspectos comportamentais na introdução alimentar
A introdução alimentar é um momento de descobertas para o bebê. Assim, ele deve ser permitido a manipular e “descobrir” os alimentos, mesmo que isso envolva um tanto a mais de sujeira. Por outro lado, aparelhos eletrônicos acabam por distrair o bebê e devem ficar longe da mesa. Isso inclui aparelho celular, tablets ou a televisão.
Mais tarde, os aparelhos eletrônicos podem levar a problemas como perda do controle do mecanismo de fome e saciedade, com ganho excessivo de peso.
Frutas
As frutas são excelentes para a saúde do bebê. Elas são ricas em vitaminas, minerais e fibras e antioxidantes.
Além disso, elas possuem grande quantidade de água, o que ajuda na hidratação do bebê.
Algumas das frutas a serem consideradas na introdução alimentar incluem o abacate, banana, goiaba, mamão, laranja, maçã, melão ou pera.
Elas devem ser ofertadas na forma amassada, raspada ou em pedaços pequenos, conforme a fase de desenvolvimento do bebê. Elas também podem ser cozidas ou assadas. No entanto, não se deve adicionar açúcar para o seu consumo.
Frutas pequenas ou com caroços não devem ser oferecidas inteiras para os bebês, já que eles têm menor controle da mastigação e deglutição e estes alimentos podem leva-lo a engasgar. No caso da uva, por exemplo, o caroço deve ser retirado e a fruta cortada em dois a quatro pedaços menores..
Legumes e verduras
Assim como as frutas, os legumes e as verduras também são excelentes formas de ofertar alimentos sólidos para o bebê. Eles são fontes de nutrientes importantes como vitaminas, minerais e fibras, que ajudam no funcionamento intestinal infantil.
Algumas opções de legumes ideais para o consumo de bebês incluem a beterraba, brócolis; cenoura; couve, chuchu ou Repolho.
Inicialmente, o bebê tende a ter mais dificuldade de consumir vegetais crus. No entanto, não há nenhuma contraindicação em ofertá-los após a higienização correta.
Raízes e tubérculos
Entre as raízes e tubérculos mais adequados para a introdução alimentar incluem-se a batata, batata-doce, inhame e a mandioca. Estas são excelentes fontes de carboidratos, possuindo também fibras alimentares, vitaminas e minerais.
AS raízes e tubérculos podem ser ofertadas na forma de purês, massas e farofas.
Leguminosas
Algumas das opções de leguminosas incluem feijão, lentilha, ervilha, grão de bico e soja. São alimentos ricos em proteínas, fibras, ferro, zinco e vitaminas do complexo B.
Para evitar gases e desconforto abdominal, o feijão deve ficar de molho de oito a 12 horas antes de ser preparado.
Cereais
Grãos e cereais são fontes de carboidratos, fibras, minerais e vitaminas. Isso é válido especialmente para os alimentos integrais.
Entre eles, incluem-se o arroz, aveia, milho, trigo ou fubá.
Carnes
A carne pode ser oferecida assim que se inicia a introdução alimentar, quando o bebê completa 6 meses de vida.
Ela pode ser oferecida picada ou amassada. No entanto, não é recomendável peneirar ou liquidificar, pois isso quebraria as fibras e perderia a textura do alimento.
Quais alimentos não devem fazer parte da introdução alimentar?
Alguns alimentos devem ser evitados durante a introdução alimentar e primeira infância, seja por conta da seguranção nutricional, seja por conta dos aspectos nutricionais.
Um cuidado muito importante é não oferecer nenhum alimento em formato arredondado, que possa levar ao engasgo do bebê. Alimentos como uva, tomate cereja, ovos de codorna, amendoim ou pipoca não devem ser oferecidos a menores de dois anos em sua forma inteira – embora possam ser oferecidos quando cortados de maneira adequada.
Do ponto de vista nutricional, a preocupação número um é com o açucar, que não deve ser oferecido a menores de dois anos. Isso inclui doces e também os sucos, mesmo os naturais. A partir dos dois anos, pode ser oferecido com bastante cautela, evitando-se os excesssos.
Os primeiros 1.000 dias do bebê, que inclui a gestação e os dois primeiros anos de vida, é quando ele desenvolve suas papilas gustativas. Quando alimentos açucarados são oferecidos nessa idade, ele terá dificuldade para controlar o desejo por doces ao longo de toda a vida. Isso sem contar os efeitos nutricionais indesejados do açúcar.
A maior parte das papinhas industricalizadas disponíveis atualmente são adequadas para as demandas nutricionais do bebê. No entanto, são produtos sem o cheiro de uma refeição preparada e na qual não é possível diferenciar os alimentos. Embora elas possam ser usadas em situações especiais (como uma viagem), não devem fazer parte da alimentação do dia a dia do bebê.
Por fim, é preciso cuidado com alimentos com apelo ao público infantil, geralmente com fortes corantes e concervantes, que buscam dar esse aspecto mais atrativo. Embora ruins em qualquer idade, são especialmente ruins para os bebês.