Intolerância à Lactose

A lactose é um açúcar presente no leite e em seus derivados, responsável pelo sabor levemente adocicado destes alimentos.

Ela possui apenas 16% da doçura de uma mesma quantidade de sacarose (1). Entretanto, possui o mesmo valor energético, de 4 calorias por grama.

A lactose é composta por duas moléculas monossacarídicas: uma de glicose e uma de galactose. Ela é digerida por meio da lactase, uma enzima produzida no intestino dos mamíferos.

A Lactose está presente nos Leites de origem animal e seus derivados. Isso inclui o requeijão, creme de leite, leite condensado, queijos, iogurtes, manteiga e margarina, entre outros.
Alguns alimentos também podem usar derivados do leite em sua produção, de forma que terão pequena quantidade de lactose:

• Batatas chips: podem conter manteiga e leite em suas versões saborizadas, como as de queijo.
• Carnes processadas, como salames e presuntos: alguns produtores utilizam o soro do leite, leite em pó ou manteiga.
• Molhos para saladas: manteiga, queijo e leite em pó podem ser usados na fabricação destes produtos, para garantir cremosidade e espessura.

Intolerância à lactose é um tipo de Intolerância Alimentar na qual uma pessoa produz quantidade insuficiente da enzima Lactase.

Como consequência, a lactose cruza o intestino delgado sem ser digerida, chegando inteira ao intestino grosso. No intestino grosso, ela sofrerá a ação digestiva de bactérias normalmente presentes na flora intestinal, em um processo denominado de fermentação. A fermentação da lactose é a responsável pelos sintomas da intolerância à Lactose, incluindo diarreia, flatulência e inchaço.

A intolerância à Lactose pode se desenvolver por diferentes mecanismos:

Intolerância congênita

O indivíduo nasce sem a capacidade de fabricar a lactase.

Neste caso, o leite e seus derivados nunca serão digeridos, e essa condição se arrastará pela vida toda.

A intolerância congênita é um problema raro, que representa a menor parte dos casos de Intolerância à Lactose.

Intolerância primária

A produção da lactase no intestino do bebê em amamentação exclusiva é bastante alta. Entretanto, ela diminui a medida em que outros alimentos entram no cardápio e o consumo de leite diminui.

Para algumas pessoas, esta redução acontece de forma acentuada, de forma que o organismo fica despreparado para digerir o leite e seus derivados. 

Intolerância secundária

Decorre  de problemas no intestino delgado que resultam em menor produção de lactase.

As causas mais comuns para isso são a doença celíaca e doença de Crohn. Pode ocorrer também de forma transitória, devido a uma diarreia causada por gastroenterite viral.

Na maior parte das vezes a intolerância se desenvolve ao longo da idade adulta, devido a uma redução na produção da enzima lactase.

Estima-se que aproximadamente 70% da população adulta no mundo possui algum grau de intolerância à lactose (2), podendo este número variar significativamente de país para país.

No Brasil, aproximadamente 40% da população adulta apresenta intolerância à lactose.

Fatores genéticos estão associados ao desenvolvimento da intolerância à lactose, de forma que o problema é mais comum em pessoas que possuem parentes de primeiro grau com intolerância à lactose (3).

Os sintomas geralmente começam 30 minutos a duas horas após comer ou beber alimentos que contenham lactose.

As queixas mais comuns são:

• Diarreia;
• Náusea;
• Dor no estômago;
• Inchaço abdominal;
• Flatulência.

Diferentes pessoas podem tolerar diferentes quantidades de lactose antes de apresentarem sintomas, sendo que a maioria das pessoas pode consumir alguma quantidade de lactose sem apresentar sintomas.

A intolerância à lactose pode ser tratada de diferentes maneiras:

• Evitando-se o consumo de leites e derivados: embora possa melhorar os sintomas da intolerância à Lactose, esta abordagem não é indicada, devido à importância nutricional destes alimentos. Uma das principais consequências é a Deficiência de Cálcio, uma vez que o Leite é uma das principais fontes deste mineral.
• Consumindo produtos zero lactose: para produzir estes produtos, a indústria adiciona a enzima Lactase para quebrar a lactose em glicose + galactose.
• Consumindo a lactase: a enzima lactase está disponível em diferentes medicamentos vendidos para o tratamento da intolerância à Lactose. Vale considerar que nem todas as pessoas com intolerância à lactose respondem bem ao uso destes medicamentos.