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Integração Sensorial

como os estímulos sensoriais são percebidos

O corpo humano possui diferentes tipos de receptores localizados nos olhos, boca, nariz, ouvido, estômago e a articulações. Cada um desses receptores é especializado para receber e transmitir um tipo específico de estímulo.

Uma vez que um estímulo é captado, ele precisa ser enviado ao cérebro através dos nervos sensitivos e depois interpretado pelo cérebro.

Problemas sensoriais dessa forma podem estar associado a cada uma das etapas:

  • Nos órgãos sensoriais: olhos, ouvido, articulações, outros.
  • Nas vias de transmissão (nervos sensitivos)
  • Na interpretação (cérebro).

Uma pessoa com lesão no ouvido, por exemplo, pode danificar a recepção do estímulo sonoro, perdendo a audição. Já uma pessoa com demência pode estar com o ouvido funcionando normalmente. Mas, como não consegue interpretar aquele estímulo, também perde a capacidade de escutar.

Disfunções da Integração Sensorial

Integração sensorial se refere ao processo que permite ao cérebro organizar, filtrar e interpretar as informações sensoriais que recebemos do ambiente e do próprio corpo.

Como exemplo, o ouvido está continuamente recebendo diferentes estímulos do ambiente. Uma vez que esses estímulos são captados pelo ouvido e encaminhados ao cérebro, eles precisam ser filtrados. Ao conversar com outra pessoa, temos que ignorar o barulho do trânsito ao fundo ou o barulho da conversa de terceiros. Se o barulho de fundo fica muito elevado, essa filtragem pode ser comprometida e a atenção na conversa principal se torna mais difícil. Eventualmente, eles podem ser priorizados pelo cérebro, de forma que a fala principal acaba sendo ignorada.

Algumas pessoas, incluindo muitos daqueles com diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista, podem ter uma maior dificuldade para processar, integrar ou organizar essas informações no cérebro. Falamos e então de uma Disfunção de Integração Sensorial.

Síndrome Sensorial no TEA

A síndrome sensorial se refere às dificuldades, bastante comuns em pessoas com TEA, de lidar com excesso de informações e estímulos. Isso cria dificuldades em processar, por exemplo, fome, frio, sono, luzes, sons, etc.

Essas dificuldades se dividem em dois grupos:

  • Hipersensibilidade: é quando a pessoa sente demais os estímulos. Por isso, os sons podem ser, por exemplo, mais altos e estímulos visuais muito fortes;
  • Hipossensibilidade: o indivíduo precisa de muito esforço para sentir qualquer tipo de estimulação. Assim, ela pode por exemplo estar com uma bolha no pé e não sentir dor.

A síndrome Sensorial é uma condição separada do autismo. Isso significa que nem todas as pessoas autistas têm essas dificuldades sensoriais, assim como nem todos que são diagnosticados com distúrbios sensoriais estão no espectro do autismo.

Algumas queixas comuns em crianças com Síndrome Sensorial incluem:

  • Se incomodar com sons comuns, como escapamento de motos e fogos de artifício;
  • Dificuldade de processar e expressar sensações de frio, calor, fome, cansaço, entre outras;
  • Cobrir olhos e ouvidos com frequência;
  • Seletividade ou dificuldade alimentar, evitando algumas comidas de determinada textura, sabor ou consitência;
  • Se incomodar com texturas de tecidos ou etiquetas de roupas;
  • Resistir a abraços e toques repentinos;
  • Agitação e necessidade de estar sempre em movimento (por exemplo, a criança não fica sentada por muito tempo e, quando senta, demonstra inquietação);
  • Linguagem imatura e/ou dificuldade na fala;
  • Não sentir ou reclamar de dores quando se machuca.

Integração Sensorial de Ayres

Terapia de Integração Sensorial é uma forma de tratamento de problemas relacionados à Integração Sensorial.

Ela busca auxiliar o paciente na inibição e/ou modulação da informação sensorial e organizar o processamento das respostas mais adequadas aos diferentes tipos de estímulos sensoriais.

Já a Integração Sensorial de Ayres se refere a uma prática baseada em evidências descrita e registrada por A. Jean Ayres.

Essa é a forma de Integração Sensorial com maiores evidências científicas para o tratamento das disfunções sensoriais.

Por ser uma marca registrada, um terapeuta só pode dizer que está realizando a Integração Sensorial de Ayres caso tenha passado por um treinamento e recebido uma certificação específica.

A Integração Sensorial de Ayres foca em três sistemas sensoriais que são centrais na teoria de integração sensorial: O tátil, o vestibular e o proprioceptivo.

Sensibilidade vestibular

O órgão receptor do sistema vestibular está localizado dentro do ouvido, ao lado dos receptores da audição.

Ele é que permite que uma pessoa com os olhos fechados perceba que está de cabeça para baixo, que está girando ou caindo

Pessoas autistas podem ter o sistema vestibular hipersensíveis ou hiposensíveis.

O sistema vestibular hipersensível sentem-se como se estivessem o tempo todo dentro de um barco. Issofaz com que elas evitem atividades com movimentos giratórios, incluindo carrossel ou balanços. Também não gostam de ficar de cabeça para baixo e podem ter até mesmo medo de elevador.

Pessoas com o sistema vestibular hiposenssível habitualmente têm dificuldade de ficar parados. Querem estar sempre em movimento, especialmente com atividades rotatórias. Gostam também de se colocar de cabeça para baixo.

A Terapia de Integração sensorial, com foco no Sistema Vestibular hipersensível, consiste em brincadeiras com movimentos como rodar, balançar, pular e correr.

No caso de pessoas com o sistema vestibular hiposensível, podem ser feitas brincadeiras de Estátua, por exemplo.

Nesses exercícios, é preciso observar a reação da criança para evitar super-excitação.

Propriocepção

A propriocepção é a capacidade que o próprio corpo tem de avaliar em que posição se encontra a fim de manter o equilíbrio quando está parado, em movimento ou ao realizar esforços. Ele é que permite, por exemplo, caminharmos sem ficar olhando o tempo todo para o pé.

Crianças com transtorno proprioceptivo podem parecer mais “atrapalhadas” ou “descoordenadas”. Podem ficar agitadas e buscando desafios que estimulem esses sensações. De forma oposta, algumas crianças podem se mostrar pouco ativas no espaço, inseguras e passivas em relação aos desafios motores do ambiente.

Sensibilidade tátil

A sensibilidade tátil se refere à percepção de estímulos que são transmitidos através do toque. Ela se refere à capacidade de perceber e interpretar estímulos como texturas, temperaturas, pressões e dor,

Quando uma pessoa com autismo tem hipersensibilidade tátil, ela pode ter uma resposta exagerada ou aversiva a estímulos táteis comuns, como toque, texturas ou roupas. Isso pode levar a desconforto, ansiedade e até mesmo que evitem situações que envolvam contato físico.

 

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