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Infecção Urinária na Gestação

O que são as infecções urinárias na Gestação?

Infecções urinárias na gestação são infecções bacterianas que acometem o trato urinário (uretra, bexiga, ureteres ou rins) durante a gravidez.

Infecções urinárias assintomáticas acontecem em até 10% das gestações, enquanto casos mais graves, como a Pielonefrite aguda, afetam cerca de 1% a 2% das gestantes e pode ter desfechos graves.

Diferentes fatores contribuem para um maior risco de infecção urinária na gestação, incluindo:

  • Redução do tônus da musculatura da bexiga, por ação da progesterona, favorecendo o refluxo e a estase urinária.
  • Compressão dos ureteres pelo útero gravídico, dificultando o escoamento da urina.

Tipos de infecção urinária na gestação

As infecções urinárias na gestação podem ser divididas em quatro grupos:

  1. Bacteriúria assintomática: Presença de bactérias na urina (≥ 100.000 UFC/mL em urocultura) na ausência de sintomas clínicos. Acomete cerca de 5 a 10% das gestantes.
  2. Cistite (infecção da bexiga): Infecção sintomática localizada na bexiga.
  3. Pielonefrite aguda: Infecção dos rins, geralmente causada por ascensão bacteriana a partir da bexiga.
  4. Infecção urinária recorrente: ocorrência de duas ou mais infecções em seis meses, ou três ou mais em um ano.

Sintomas

Os sintomas variam conforme o tipo de infecção:

Bacteriúria assintomática:

  • Não apresenta sintomas.
  • Diagnosticada apenas por urocultura.

Cistite:

  • Ardência ao urinar (disúria)
  • Urgência e frequência urinária aumentadas
  • Dor acima da púbis
  • Urina turva ou com odor forte

Pielonefrite:

  • Febre alta
  • Calafrios
  • Dor lombar intensa (geralmente unilateral)
  • Náuseas, vômitos
  • Mal-estar geral

Quais as consequências da Infecção Urinária na gestação?

Se não tratadas adequadamente, as infecções urinárias podem levar a complicações sérias, incluindo:

  • Parto prematuro: 15% das mulheres com infecção urinária têm parto prematuro, comparado com 7% das mulheres sem infecção urinária
  • Baixo peso ao nascer: incidência de 8% em gestantes com pielonefrite. Isso representa um aumento de 50% no risco.
  • Pré-eclâmpsia: incidência de 6% em mulheres com infecção urinária, um aumento de 30% a 40% no risco.
  • Pielonefrite aguda, com risco de sepse: 13,3 % das gestantes com pielonefrite evoluem com sepse.
  • Rotura prematura de membranas: 6,3 % das gestantes com pielonefrite evoluem com rotura prematura das membranas, um risco de aproximadamente três vezes maior do que mulheres sem infecção urinária.

Diagnóstico

O diagnóstico de infecção urinária é feito por meio da urocultura, em um exame de urina. Toda gestante deve realizar urocultura de rotina no início do pré-natal, mesmo na ausência de sintomas.

O exame pode ser repetido ao longo da gestação, caso se observe sinais clínicos sugestivos. Na suspeita clínica de pielonefrite, exames de imagem também devem ser solicitados.

Tratamento da Infecção Urinária na Gestação

Uma vez que se identifique uma infecção urinária, ela deve ser sempre tratada, mesmo que assintomática, de forma a se evitar complicações.

O tratamento é feito com antibióticos específicos, com prazo de tratamento de 5 a 7 dias nos casos de infecção assintomática ou cistite ou de 10 a 14 dias, no caso de pielonefrite.

A urocultura deve ser repetida 7 a 14 dias após o término do tratamento.

Em caso de recorrência: considerar uso profilático de antibióticos até o final da gestação.