HIV Congênito
O que é o HIV Congênito?
É a infecção do bebê pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) adquirida intraútero, durante o parto ou pela amamentação. Sem intervenção, a taxa de transmissão vertical pode chegar a 25–40%, mas com medidas preventivas, pode ser reduzida a menos de 1%.
Transmissão
Quando uma mãe é portadora do vírus HIV, a infecção dos bebês geralmente acontece durante o parto ou após o nascimento, por meio da amamentação. A transmissão transplacentária, durante a gestação, é incomum.
Esta contaminação pode ser evitada por meio da identificação precoce da mãe infectada durante o acompanhamento pré-natal (a mãe pode desconhecer ser portadora do HIV até então), tratamento da mãe com medicamentos antirretrovirais (buscando-se minimizar sua carga viral) e pela alimentação do bebê com as fórmulas infantis (sem o leite materno).
O parto cesária também pode ser considerado, embora gestantes com carga viral não detectada tenham segurança para a realização do parto vaginal (1).
Com estes cuidados, o risco de contaminação do bebê fica muito baixo, de forma que a transmissão vertical do HIV (da mãe para o filho) se tornou bastante incomum no mundo desenvolvido.
Título
Toda gestante deve realizar exame de triagem para HIV no 1º trimestre da gestação, idealmente na 1ª consulta do pré-natal. O exame deve ser repetido no 3º trimestre (entre 28 e 32 semanas).
Mulheres que não tenham sido testadas ao longo da gestação ou se pertencer a grupo de risco devem ser testadas no momento do parto.
Sintomas no recém-nascido com HIV congênito
A maioria dos recém-nascidos infectados é assintomática ao nascimento. Quando há sintomas (geralmente após os primeiros meses de vida), eles podem incluir:
- Atraso no desenvolvimento neuropsicomotor
- Infecções oportunistas (pneumonia, candidíase oral persistente, otites de repetição)
- Hepatoesplenomegalia
- Perda de peso, diarreia crônica
- Linfadenopatia generalizada
- Febre persistente
- Dermatites graves
- Em fases mais avançadas: sinais de imunossupressão severa, como pneumocistose
Diagnóstico neonatal
O diagnóstico da transmissão vertical do HIV em bebês é feito através de testes virológicos que detectam diretamente o vírus ou seu material genético (RNA ou DNA), e não apenas a presença de anticorpos.
Isso porque a mãe passa anticorpos para os filhos, não necessariamente os vírus. Os anticorpos maternos podem ainda serem detectados no sangue do bebê po até 18 meses após o parto, danto um resultado positivo no teste para HIV.
Tratamento
Todo recém-nascido de mãe soropositiva deve Iniciar profilaxia antirretroviral em até 4 a 6 horas após o nascimento. Diferentes esquemas de tratamento podem ser considerados a depender da carga viral materna e do tratamento antirretroviral da mãe, que determinam o risco de transmissão vertical.
O aleitamento materno deve ser suspenso.
A profilaxial para Pneumocystis jirovecii a partir de 4–6 semanas de vida em lactentes é recomendada até exclusão do HIV
Mesmo crianças com transmissão vertical confirmada podem atualmente crescer e se desenvolver normalmente, com boa qualidade de vida.
Sem tratamento, a doença progride rapidamente, com cerca de 50% dos bebês morrendo antes dos 2 anos de idade.