Herpes neonatal

A Herpes neonatal se caracteriza por uma infecção neonatal pelos vírus Herpes Simplex 1 ou 2 (mais comumente o Herpes Simplex 2). Ela geralmente é transmitida durante o parto, a partir de uma mãe infectada com herpes genital.

A transmissão transplacentária do vírus ou a disseminação intra-hospitalar por profissionais do hospital ou membros da família pode acontecer em alguns dos casos, mas é bem menos comum.

Vale considerar que, em alguns casos, a mãe pode ter a infecção genital de forma assintomática e sem ter o conhecimento de que era portadora da infecção.

A herpes neonatal é uma infecção grave, com risco de sérias complicações ou mesmo risco à vida do recém-nascido.

As manifestações da Herpes Neonatal geralmente ocorrem entre a primeira e a terceira semana de vida.

As vesículas na pele são as manifestações mais comuns, presentes em aproximadamente 70% dos bebês. Ela costuma ter início de forma localizada, podendo ou não evoluir para uma doença generalizada.

Quando não tratada, a doença isolada e localizada de pele ou mucosa podem, em 7 a 10 dias, evoluir para formas progressivas ou mais graves da doença.

Já os neonatos sem vesículas na pele geralmente se apresentam com doença no sistema nervoso central.

Podemos, desta forma, dividir os bebês em três grupos distintos, de acordo com a evolução:

1. Bebês com doença isolada e localizada da pele;
2. Bebês com doença localizada apenas no sistema nervoso central e manifestações neurológicas;
3. Bebês com doença disseminada e com envolvimento de órgão viscerais, incluindo hepatite, pneumonite e/ou coagulação intravascular disseminada. AS manifestações na pele ou sistema nervoso central podem ou não estar presentes.

A prevenção da herpes neonatal pode ser feita por meio da administração de aciclovir ou valaciclovir para a gestante, nas últimas semanas de gestação.
O parto cesária também é recomendado.

No entanto, é preciso considerar que a maioria das infecções maternas com risco de transmissão é assintomática e desconhecidas pela mãe.

O diagnóstico da herpes neonatal é geralmente feito por meio da cultura do vírus Herpes Simplex ou pelo teste de reação em cadeia da polimerase (PCR).
A análise pode ser feita a partir de material coletado nas lesões de pele ou por meio da punção do líquido cefalorraquidiano.

O tratamento da Herpes Neonatal deve ser feito com o medicamento antirretroviral Aciclovir.

Ele deve ser iniciado imediatamente, no caso de suspeita diagnóstica, sem aguardar a confirmação dos resultados dos testes diagnósticos.

na suspeita e presumivelmente em casos suspeitos enquanto se aguarda testes diagnósticos de confirmação.

Além disso, o tratamento deve incluir uma série de medidas de suporte, incluindo hidratação adequada, alimentação, suporte respiratório, correção de distúrbios de coagulação e controle das convulsões.

A mortalidade por herpes neonatal localizada e limitada a pele, olhos ou boca é incomum. No entanto, muitos destes bebês podem evolur para a doença disseminada ou para a infecção do sistema nervoso central, uma vez que não seja tratada.

Bebês com doença disseminada e não tratada apresentam mortalidade de cerca de 85%. Já os bebês com encefalite não tratada apresentam mortalidade de cerca de 50%.

Além da alta taxa de mortalidade, a doença não tratada tem risco elevado para sequelas graves, entre aqueles bebês que sobrevivem.

A mortalidade e as sequelas diminuem consideravelmente, uma vez que o recém-nascido receba o tratamento adequado.