Herpes Genital
O que é o Herpes genital?
O herpes genital é um tipo comum de Doença Sexualmente Transmissível, causada pelo vírus herpes simplex (HSV).
O contato sexual é a principal forma de propagação do vírus. Após a infecção inicial, o vírus fica adormecido no corpo e pode ser reativado várias vezes por ano.
A infecção se manifesta através de pequenas bolhas localizadas principalmente na parte externa da vagina e na cabeça do pênis. Essas bolhas podem arder e causam coceira intensa. Ao se coçar, o paciente pode romper a bolha, causando uma ferida.
Muitas das pessoas infectadas não apresentam qualquer sinal ou sintoma relacionado à doença e nem mesmo sabem serem portadores. Ainda assim, o Herpes genital poderá ser transmitido.
Como a Herpes genital pode ficar muito tempo, as vezes vários anos, sem se manifestar, o diagnóstico deve ser considerado mesmo em uma pessoa que não tem relação sexual há bastante tempo.
Da mesma forma, não é possível associar a contaminação a um parceiro recente, já que é possível que você estivesse contaminado antes disso sem ter ciência da doença.
Não existe cura para o herpes genital. Entretanto, os medicamentos podem aliviar os sintomas e reduzir o risco de infectar outras pessoas.
Os preservativos também podem ajudar a prevenir a propagação de uma infecção por herpes genital.
Sintomas
A maioria das pessoas infectadas com Herpes genital não sabe que o tem. Isso porque não apresentam nenhum sinal ou sintoma, ou porque seus sinais e sintomas são muito leves e não os fazem procurar atenção médica.
Quando presentes, os sintomas podem começar cerca de dois a 12 dias após a exposição ao vírus, podendo incluir:
- Dor ou coceira na região genital;
- Pequenos inchaços vermelhos ou pequenas bolhas brancas
- Úlceras: formam-se quando as bolhas se rompem e escorrem ou sangram. As úlceras podem provocar dor ao urinar.
- Escaras: a pele forma crostas à medida que as úlceras cicatrizam.
- Durante um surto inicial, o paciente pode ter sinais e sintomas semelhantes aos da gripe, como linfonodos inchados na virilha, dor de cabeça, dores musculares e febre.
As feridas aparecem onde o vírus conseguiu se instalar. Depois disso, a infecção pode se instalar para outras áreas tocando uma ferida e depois esfregando ou coçando outra área do corpo, incluindo os olhos.
A lesão da Herpes genital caracteriza-se por numerosas vesículas de conteúdo amarelado, agrupadas em cachos sobre uma base avermelhada.
Estas vesículas evoluem para lesões ulceradas e dolorosas. São habitualmente acompanhadas de mal-estar geral, febre, mialgia, linfadenomegalia regional dolorosa e severos sintomas urinários, especialmente em mulheres.
Homens e mulheres podem desenvolver feridas nos seguintes locais:
- Nádegas e coxas;
- Ânus;
- Boca;
- Uretra (o tubo que conecta a bexiga com a pele, por onde é eliminada a urina).
As mulheres também podem desenvolver feridas nas seguintes áreas:
- Vagina;
- Órgãos genitais externos;
- Colo do útero.
Os homens também podem desenvolver feridas nas seguintes áreas:
- Pênis;
- Escroto.
O comportamento do Herpes genital é diferente para cada pessoa. Os sinais e sintomas podem se repetir, com vários episódios a cada ano. Entretanto, os surtos tendem a se tornar menos frequentes e menos dolorosas com o passar do tempo.
Durante uma recorrência, pouco antes de as feridas aparecerem, é comum que se tenha os seguintes sintomas:
- Queimação, formigamento e coceira onde a infecção entrou em seu corpo pela primeira vez
- Dor na parte inferior das costas, nádegas e pernas
Diferentes tipos de vírus
Existem dois tipos de vírus da Herpes simplex que podem causar Herpes genital:
- HSV-1: é o tipo que geralmente causa herpes labial ou bolhas ao redor da boca. Ele é geralmente transmitido pelo contato pele a pele, embora possa se espalhar para a área genital durante o sexo oral. As recorrências são muito menos frequentes do que com a infecção por HSV-2.
- HSV-2: é o tipo que comumente causa herpes genital. O vírus se espalha através do contato sexual e contato pele a pele. O HSV-2 é muito comum e altamente contagioso, mesmo na ausência de feridas.
Como o vírus morre rapidamente fora do corpo, é quase impossível contrair a infecção através do contato com banheiros, toalhas ou outros objetos usados por uma pessoa infectada.
Complicações Do Herpes genital
As complicações associadas ao Herpes genital podem incluir:
- Outras infecções sexualmente transmissíveis: ter feridas genitais aumenta o risco de transmitir ou contrair outras infecções sexualmente transmissíveis, incluindo AIDS, uma vez que se tenha relação sexual com uma pessoa infectada;
- Infecção do recém-nascido: bebês nascidos de mães infectadas podem ser expostos ao vírus durante o processo de parto. Isso pode resultar em danos cerebrais, cegueira ou morte para o recém-nascido.
- Uropatia obstrutiva: Em alguns casos, as feridas associadas ao Herpes genital podem causar inflamação ao redor da uretra (tubo que transporta a urina da bexiga até o meio externo). O fluxo da urina fica comprometido e pode ser necessário o uso de sonda vesical para drenar a bexiga.
- Meningite: em casos raros, a infecção por HSV leva à inflamação das membranas e do líquido cefalorraquidiano ao redor do cérebro e da medula espinhal.
- Inflamação retal (proctite): o herpes genital pode levar à inflamação do revestimento do reto, em decorrência da contaminação que pode acontecer durante o sexo anal.
Diagnóstico
O diagnóstico da Herpes genital é geralmente feito pelo Médico urologista ou Médico ginecologista com base na história clínica e exame físico descritos acima e também no resultado de exames laboratoriais:
Cultura viral: envolve a coleta de uma amostra de tecido ou raspagem das feridas para exame em laboratório. Este teste não pode ser feito na ausência de feridas;
Teste de reação em cadeia da polimerase (PCR): É feita uma cópia do DNA de uma amostra de sangue ou tecido da ferida. O DNA pode então ser testado para estabelecer a presença de HSV e determinar que o tipo de HSV;
Exame de sangue: pode ser testado quanto à presença de anticorpos contra o HSV.
O diagnóstico da Herpes genital deve ser considerado mesmo em pessoas que estão há bastante tempo sem ter relação sexual. Isso porque a doença pode permanecer anos sem manifestar qualquer sintoma.
Tratamento da Herpes genital
Até o momento, não existe um tratamento que leve à cura da Herpes genital. Enquanto isso, uma pessoa portadora continuará tendo a doença por toda a vida, ainda que os surtos possam não se fazer presentes por longa data.
Os medicamentos antivirais podem controlar os surtos de Herpes genital, mas não irão curar a infecção e ela pode ser transmitida ao parceiro sexual a qualquer momento. Eles podem ser prescritos com os seguintes objetivos:
- Curar feridas mais cedo durante um surto inicial;
- Diminuir a gravidade e a duração dos sintomas em surtos recorrentes;
- Reduzir a frequência de recorrência;
- Minimizar a chance de transmitir o vírus do herpes para o parceiro.
Dependendo do caso e dos objetivos, a medicação pode ser usada apenas durante os surtos da doença ou podem ser usados diariamente, mesmo na ausência de sintomas. Geralmente eles são bem tolerados, com poucos efeitos colaterais.
No Brasil, os medicamentos mais usados no tratamento da Herpes genital são:
- Aciclovir (Zovirax);
- Valaciclovir (Valtrex).
Tratamento do primeiro surto de herpes genital
O medicamento antiviral pode ser prescrito para impedir que os sintomas piorem. Mas, para isso, é preciso que ele seja iniciado dentro de 5 dias após o aparecimento dos sintomas. Pomadas específicas de uso local pode ser usadas com o objetivo de alívio dos sintomas.
Passados os cinco primeiros dias, a avaliação ainda é recomendada para que se possa fazer a confirmação do diagnóstico e orientações futuras. Mas, habitualmente, nenhum tratamento é prescrito.
Tratamento da recorrência do Herpes genital
O uso de medicamento antiviral pode ajudar a encurtar um surto de Herpes genital em 1 ou 2 dias, quando iniciado assim que os sintomas aparecerem. Entretanto, os surtos tendem a se resolver sozinhos, de forma que você pode não precisar de qualquer tratamento.
Com o tempo, os surtos tendem a acontecer com menos frequência e ser menos graves. Algumas pessoas nunca têm surtos ou deixam de tê-los, o que não significa a cura da doença.
Pessoas com seis ou mais surtos em um ano podem se beneficiar do uso prolongado de antivirais, por 6 a 12 meses.
Tratamento da Herpes genital na gestante
Bebês nascidos de mães infectadas podem ser expostos ao vírus durante o processo de parto. Isso pode resultar em danos cerebrais, cegueira ou morte para o recém-nascido.
Assim, se estiver grávida e souber que tem herpes genital, é fundamental que informe isso ao médico. Se você desconfia que possa ter Herpes genital, peça para fazer o teste. Você poderá ser recomendada a usar medicamentos antivirais para herpes no final da gestação para tentar evitar um surto na época do parto.
No caso de uma mulher que entre em trabalho de parto durante um surto de Herpes genital, pode ser indicada a realização de parto cesariana, para reduzir o risco de transmitir o vírus ao bebê.