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Hepatite A

O que é a Hepatite A?

A hepatite A é uma infecção do fígado causada pelo vírus da Hepatite A.

A principal forma de transmissão é através do consumo de água e alimentos contaminados com as fezes de uma pessoa infectada. Eventualmente, ela pode acontecer também por meio do sangue ou sêmen.

Ao contrário de outros tipos de hepatite viral, a hepatite A não causa danos ao fígado no longo prazo e não se torna crônica.

Entretanto, em casos raros, ela pode causar uma perda súbita da função hepática, quando é chamada de Hepatite Fulminante. Isso acontece especialmente com idosos ou pessoas com outras formas de doença hepática crônica (1). 

Algumas pessoas com insuficiência hepática aguda fulminante podem precisar de um transplante de fígado.

Sintomas

Nem todas as pessoas infectadas pelo vírus da Hepatite A desenvolvem sintomas. Quando presentes, os sintomas mais comuns incluem:

  • Fadiga;
  • Perda de apetite;
  • Náuseas e vômitos repentinos;
  • Dor ou desconforto abdominal, especialmente no lado superior direito; 
  • Febre baixa;
  • Urina escura;
  • Dor nas articulações;
  • Pele e olhos amarelados (icterícia).

Vacina contra a Hepatite A

A vacina contra a Hepatite A é feita em duas doses e não precisa ser repetida ao longo da vida. Ela tem uma eficácia superior a 95% para a prevenção da infecção (2)

Testes sorológicos para imunidade à hepatite A não são recomendados rotineiramente antes de receber a vacina contra hepatite A.

Se uma pessoa for recomendada para vacinação e não tiver registros de vacinação anterior, ela deve receber a vacina, mesmo se tiver dúvidas quanto a uma eventual vacinação prévia.

Ao contrário do que acontece com a Hepatite B, testes sorológicos para avaliar a imunidade após a vacinação contra a hepatite A não são necessários nem apropriados. 

Isso ocorre porque, mesmo em pessoas que provavelmente são imunes, os títulos de anticorpos geralmente estão abaixo dos limites de detecção dos testes comerciais rotineiramente disponíveis (3).

Diagnóstico

O diagnóstico pode ser feito por meio da sorologia, conforme a tabela abaixo:

Hep A Ab, IgG Hep A Ab, IgM
Imunidade devido à infecção prévia por hepatite A Positivo Negativo ou não colhido
Vacinação bem sucedida Positivo Negativo ou não colhido
Suscetível (Nunca vacinado, ou vacinado, mas não manteve resposta de anticorpos) Negativo Negativo ou não colhido
Infecção aguda Positivo ou não colhido Positivo

 

Além disso, uma vez feito o diagnóstico da Hepatite A, exame de sangue com Marcadores da Função Hepática, exames de imagem como a ultrassonografia, tomografia computadorizada ou ressonância magnética ou a Biópsia Hepática podem ser solicitados para avaliar o grau de comprometimento da estrutura do fígado e da função hepática. 

Outros exames podem ser solicitados para a identificação de eventuais complicações.

Tratamento da Hepatite A

Não existe tratamento específico para a hepatite A. 

Na maioria dos pacientes, o fígado se cura da infecção dentro de seis meses sem danos permanentes significativos.

O tratamento, desta forma, envolve o suporte para a melhora dos sintomas.

Para isso, devem ser considerados:

Repouso

Pessoas com infecção por hepatite A geralmente se sentem cansadas, doentes e com menos energia.

Cuidados nutricionais

O paciente pode sentir que é mais fácil dividir a dieta em pequenas alimentações ao longo do dia ao invés concentrar toda a comida nas refeições principais.

Como tendem a ter menos fome, pode ser adequado priorizar alimentos mais calóricos. Isso inclui, por exemplo, beber sucos de fruta ao invés de água.

Gerenciar náuseas e vômitos

Além dos cuidados nutricionais acima, o uso de medicações para náusea ou vômitos pode ser considerado.

Na presença de vômitos, é preciso cuidado redobrado com a hidratação e reposição e eletrólitos.

Abstinência alcoólica

O consumo de álcool durante o curso da infecção potencializa o risco de evolução grave e hepatite fulminante.

Abandonar a bebida nem sempre é fácil. Se este for o seu caso, discutimos uma abordagem ao Alcoolismo em um artigo específico.

Cuidado com medicamentos

Grande parte dos medicamentos são metabolizados no fígado. Estes medicamentos podem piorar a evolução da doença, de forma que o custo benefício de cada medicamento deve ser analisado individualmente.

É importante, desta forma, que se converse com o médico sobre todos os medicamentos, incluindo aqueles de venda livre.