Hemoglobinúria Paroxística Noturna
O que é Hemoglobinúria Paroxística Noturna?
A Hemoglobinúria Paroxística Noturna é uma doença genética rara caracterizada por uma fragilidade na membrana das hemácias.
Ela provoca a destruição e eliminação de componentes dos glóbulos vermelhos na urina, podendo dar origem a uma anemia hemolítica crônica.
A urina escura notada durante a noite ou nas primeiras idas ao banheiro pela manhã é um sintoma característico e que é responsável pelo nome da doença. Entretanto, outros sintomas podem estar presentes e podem sinalizar condições potencialmente graves.
Fatores de Risco
A Hemoglobinúria Paroxística Noturna afeta homens e mulheres entre as idades de 30 e 40 anos.
Além disso, ela é mais comum em pessoas com outros distúrbios que acometem a medula óssea, como a Anemia Aplástica ou a Síndrome Mielodisplásica.
Complicações
Anemia Hemolítica
A Medula Óssea do paciente com Hemoglobinúria Paroxística Noturna fica hiperativa, aumentando a produção de hemácias para repor aquelas que estão sendo destruídas.
A Anemia Hemolítica acontece quando este aumento na atividade da medula óssea se torna insuficiente para repor as perdas.
Doença Renal Crônica
O excesso de hemoglobina sendo destruída pode causar danos aos rins. Pessoas que têm Hemoglobinúria Paroxística Noturna têm seis vezes mais chances de desenvolver doença renal crônica.
Trombose
Além das hemácias, a Hemoglobinúria Paroxística Noturna também acomete as plaquetas, aumentando a coagulabilidade do sangue.
Como consequência, o risco de Trombose Venosa Profunda (TVP) também é maior.
Quais São os Sintomas?
Além da urina escura durante à noite, outros sintomas que podem estar presentes incluem:
- Falta de ar (dispneia);
- Problemas renais;
- Dificuldade em engolir (disfagia);
- Dor abdominal;
- Dor nas costas;
- Disfunção erétil.
Diagnóstico da Hemoglobinúria Paroxística Noturna
Os principais exames usados no diagnóstico incluem:
Hemograma
O Hemograma se apresenta com uma pancitopenia. Isso significa que todos os componentes sanguíneos estão reduzidos, os seja, tanto os glóbulos vermelhos como as plaquetas.
Bilirrubina Livre
A bilirrubina é um produto da destruição das hemácias. Ela fica aumentada sempre que há um aumento na destruição destas células, como é o caso da Hemoglobinúria Paroxística Noturna.
Citometria de Fluxo
A Citometria de fluxo é capaz de identificar e dosar os antígenos CD55 e CD59, normalmente presentes na membrana das hemácias. No caso do paciente com Hemoglobinúria, eles se apresentam reduzidos ou ausentes.
Exame de Urina
O exame de urina pode mostrar sinais de hemoglobinúria e hemossiderose (excesso de depósitos de ferro).
Contagem de reticulócitos
Este exame mede o número de glóbulos vermelhos imaturos (reticulócitos) na medula óssea. Ele indica se a medula óssea está produzindo glóbulos vermelhos saudáveis suficientes.
Teste de Haptoglobina
A haptoglobina é uma proteína que elimina detritos produzidos por glóbulos vermelhos danificados. Níveis baixos de haptoglobina podem ser um sinal de glóbulos vermelhos danificados.
Lactato Desidrogenase
A Lactato Desidrogenase é uma enzima presente nos glóbulos vermelhos. Um alto nível desta enzima pode ser um sinal de aumento da destruição de glóbulos vermelhos.
Tratamento da Hemoglobinúria Paroxística Noturna
O tratamento da Hemoglobinúria Paroxícstica Noturna geralmente é feito pelo Médico Hematologista.
Os pacientes com poucos clones (menos de 10% pela citometria de fluxo) e pouco assintomáticos geralmente não precisam ser tratados.
As indicações para o tratamento incluem:
- Hemólise sintomática que requer hemotransfusão;
- Trombose;
- Outras citopenias.
Quando indicado, a principal medicação usada para o tratamento é o Eculizumabe. Ele age como um inibidor terminal do complemento, tendo alterado notavelmente o curso da doença.
O eculizumabe reduz a necessidade de hemotransfusão, o risco de tromboembolismo, os sinais e sintomas da doença e melhora a qualidade de vida.