Hálux Rígido

O Hálux Rígido é uma fase terminal da artrose no dedão do pé. Ela é caracterizada por dor e perda da mobilidade do dedão (hálux).

A doença é progressiva e tende a piorar com o tempo. Entretanto, esta progressão pode ser acelerada em alguns pacientes e muito lenta em outros.

O Hálux Rígido acomete aproximadamente uma a cada quarenta pessoas acima dos 50 anos (1). A maior parte das pessoas não identificam uma causa clara para o desenvolvimento do Hálux Rígido.

Pessoas que trabalham agachadas e atletas que realizam muitos movimentos de aceleração e desaceleração estão mais vulneráveis a desenvolver o problema.

A principal queixa do paciente com Hálux Rígido é a dor e a rigidez do dedão.

A dor piora ao caminhar e especialmente com movimentos de aceleração durante a prática esportiva. Isso ocorre porque a força final de impulsão da passada é feita justamente no dedão.

O paciente pode apresentar ainda inchaço e uma calosidade na articulação, que pode ser dolorosa à palpação.

O Hálux Rígido deve ser suspeitado em todo paciente com dor e limitação da mobilidade no dedão. A confirmação diagnóstica poderá ser feita com a radiografia ou a ressonância magnética.

Eventualmente, o diagnóstico pode ser feito em um paciente assintomático, a partir de uma radiografia feita por outro motivo não relacionado ao hálux rígido.

A interpretação dos exames, nestes casos, precisa ser feita com cuidado. O tratamento deve ser baseado sempre nas queixas do paciente, não apenas na radiografia.

A parte mais importante do tratamento do Hálux Rígido é o uso de calçados adequados. Eles devem ser largos e com o solado mais rígido.

O uso de sapatilhas ou calçados de salto alto e bico fino devem ser evitados. Nenhuma forma de tratamento será bem-sucedida com um calçado inadequado.

Medicações anti-inflamatórias e gelo podem prover alívio na crise de dor. Os anti-inflamatórios, porém, não são mais eficazes do que os analgésicos simples fora das crises. Além disso, eles provocam mais efeitos colaterais.

A capacidade de praticar exercícios físicos que envolvam a corrida fica gradativamente mais limitada, independentemente do tratamento.

Caso o exercício seja um desencadeador da dor, a substituição por uma atividade que não exija muito do dedão deve ser considerada.

O tratamento cirúrgico deve ser feito quando as medidas não cirúrgicas não forem suficientes para melhorar a dor do paciente.

Diferentes tipos de procedimentos podem ser propostos. Isso depende das características da deformidade, da idade e demanda física do paciente. Descrevemos abaixo os procedimentos mais comuns no tratamento do Hálux Rígido.

Procedimento em que o esporão ósseo na parte superior da articulação é removido, dando mais espaço ao dedão para que o movimento do mesmo ocorra mais livremente.

A queilectomia permite algum alívio de dor e ganho de mobilidade. Ela é indicada nos casos mais iniciais de Hálux Rígido.

Após o processo de recuperação cirúrgica, espera-se que o paciente seja capaz de se exercitar, correr e usar a maioria dos sapatos confortavelmente.

Procedimento em que as superfícies articulares comprometidas são removidas junto com uma pequena quantidade de osso. A seguir, algum tipo de tecido é interposto entre os ossos em substituição ao tecido removido. Esse material pode vir de outra parte do corpo (local ou a distância) ou pode ter origem sintética.

A artroplastia de interposição permite uma rápida recuperação e redução da dor. Entretanto, não se deve esperar uma melhora significativa da mobilidade. Além disso, a estabilidade da articulação fica de alguma forma comprometida.

Atividades físicas extenuantes, como correr, pular e escalar podem levar ao fracasso precoce do procedimento e devem ser evitadas. Exercícios mais leves, como caminhar e andar de bicicleta, podem ser realizados após a cicatrização inicial.

 

A prótese envolve a ressecção de um fragmento da superfície articular seguido pela substituição por um implante, denominado de prótese metatarsofalângica.

É um procedimento que permite recuperar parte da mobilidade, ao mesmo tempo em que se trata a dor.

 

Procedimento em que as superfícies articulares são removidas e os ossos do dedão fundidos um ao outro. Assim, estes ossos passam a funcionar como um osso único.

A cirurgia oferece melhora significativa da dor, às custas da perda de mobilidade.

Após a recuperação, o paciente tem condições de retornar para atividades físicas e laborais relativamente intensas. Entretanto, atividades que envolvem corrida ou saltos ficará limitada pela perda de mobilidade no dedão.