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Glioma

O que é um glioma?

Glioma é um tipo comum de tumor cerebral com origem nas células da glia, que são células que fornecem suporte e sustentação aos neurônios.

Eles representam aproximadamente um terço de todos os tumores cerebrais, podendo acometer pessoas de qualquer idade.

Os gliomas são chamados de tumores cerebrais intra-axiais porque crescem dentro da substância do cérebro e muitas vezes se misturam com o tecido cerebral normal.

A glia inclui um conjunto de diferentes tipos celulares localizadas ao redor dos neurônios e que atuam dando suporte a estes neurônios.

Células da glia

As células da glia não geram impulsos nervosos e, ao contrário dos neurônios, são capazes de se multiplicar através do processo de mitose, mesmo em indivíduos adultos.

Entre as diversas funções exercidas por essas células, incluem-se:

  • Sustentação e isolamento dos neurônios;
  • Transporte de substâncias nutritivas aos neurônios;
  • Remoção de restos celulares.

As células da glia são mais numerosas que os neurônios. Para cada neurônio, existem aproximadamente 10 células gliais. Entretanto, por seu tamanho reduzido, elas representam apenas a metade do volume do tecido nervoso.

Quais são os diferentes tipos de gliomas?

Astrocitomas
O astrocitoma é um tipo de glioma com origem nos astrócitos.
Os astrócitos são as células gliais mais abundantes no Sistema Nervoso Central, representando aproximadamente metade das células do cérebro humano.
Eles dão suporte mecânico aos neurônios, além de terem outras funções fundamentais ao funcionamento do cérebro humano. Entre estas funções, incluem-se:

  • Formação da barreira hematoencefálica
  • Controle do metabolismo neuronal
  • Isolamento elétrico
  • Regulação dos neurotransmissores
  • Cicatrização e regeneração

Os astrocitomas são encontrados mais frequentemente na parte externa do cérebro, podendo eventualmente estar localizado no cerebelo.

Ele pode se disseminar por todo o cérebro e pode se misturar com o tecido cerebral normal, o que pode tornar mais difícil sua remoção cirúrgica. Entretanto, é incomum que o astrocitoma se dissemine para fora do cérebro ou medula espinhal.

Existem diferentes tipos de astrocitomas, que podem ter agressividade e prognóstico igualmente variável.

O glioblastoma é um tipo de astrocitoma de alto grau, sendo os mais malignos de todos os tumores cerebrais.

Gliomas do tronco cerebral
O glioma de tronco cerebral é uma condição incomum na qual o glioma encontra-se localizado no tronco cerebral.
O tronco cerebral é a parte mais caudal do encéfalo. Ele é composto pelo mesencéfalo, pela ponte e pelo bulbo.
Devido à sua localização, estes tumores habitualmente não têm como serem removidos.
Além disso, eles afetam funções delicadas e complexas controladas pelo tronco cerebral.
O glioma do tronco cerebral acomete mais frequentemente crianças em idade escolar, sendo responsável pelo maior número de mortes infantis por tumores cerebrais primários.

Ependimomas
Os ependimomas se desenvolvem a partir de células ependimárias que revestem os ventrículos ou na medula espinhal.
Eles representando apenas 2% a 3% dos tumores cerebrais primários. No entanto, representam cerca de 8% a 10% dos tumores cerebrais em crianças, sendo mais comuns abaixo dos 10 anos de idade.
A localização mais comum dos ependimomas em crianças é perto do cerebelo, onde o tumor pode bloquear o fluxo do líquido cefalorraquidiano e causar aumento da pressão dentro do crânio (hidrocefalia obstrutiva).

Glioma Misto
Os gliomas mistos, também chamados de oligoastrocitomas, são aqueles constituídos por mais de um tipo de célula glial.
Eles são freqüentemente encontrados no cérebro e são mais comuns em homens adultos.

oligodendroglioma
O Oligodentroglioma representa entre 2% e 4% dos tumores cerebrais primários.
Ele é mais comum em adultos jovens e de meia-idade e é mais comum em homens do que em mulheres.
As convulsões afetam entre 50% e 80% dos pacientes com Oligodentroglioma. Outros sintomas comuns incluem dores de cabeça, fraqueza ou problemas na fala.
Os oligodendrogliomas geralmente têm um prognóstico melhor do que a maioria dos outros gliomas.

Glioma do nervo óptico
O glioma do nervo óptico é um tumor de baixo grau que se infiltra nos nervos ópticos, responsáveis por enviam mensagens dos olhos para o cérebro.
Além de poder causar perda de visão, ele também pode provocar problemas hormonais. Isso porque eles se localizam na base do cérebro, próximo ao hipotálamo, onde o controle hormonal está localizado.

Quais são os sinais e sintomas do glioma?

Os sintomas do glioma estão relacionados não ao próprio tumor, mas sim à compressão de estruturas próximas.
Eles variam de acordo com a localização do glioma. Entretanto, os mais comuns incluem:

  • Dor de cabeça
  • convulsões
  • mudanças de personalidade
  • Fraqueza nos braços, rosto ou pernas
  • Dormência
  • Problemas com a fala
  • Nausea e vomitos
  • Perda de visão
  • Tontura

Diagnóstico de glioma

O diagnóstico de glioma deve ser considerado juntamente com outros problemas e tumores que afetam o cérebro, a partir da identificação de sintomas neurológicos.

Alguns sinais e sintomas que devem levar à investigação para problemas cerebrais incluem problemas de visão, audição, fala, força, sensação, equilíbrio, coordenação, reflexos e capacidade de pensar e lembrar.

A partir destes sintomas, os exames mais usados para avaliar o cérebro são a Ressonância Magnética e a Tomografia Computadorizada.

Quando possível, a confirmação diagnóstica é feita por meio da biópsia ou por meio da remoção do tumor, seguido de avaliação microscópica do tecido removido.

Em alguns casos, a localização do tumor impede a realização da biópsia ou da remoção do tumor. Nestes casos, o tratamento pode ser iniciado apenas com base nos outros exames disponíveis.

Classificação dos gliomas

A classificação dos gliomas é feita conforme o sistema de graduação da Organização Mundial da Saúde para os tumores cerebrais.

Este sistema classifica os tumores em quatro graus, sendo o grau 1 o menos agressivo e o grau 4 o mais agressivo.

Graduação dos tumores cerebrais – OMS
Grau do tumor características
1
  • Benigno (não canceroso)
  • crescimento lento
  • As células parecem quase normais sob um microscópio
  • Geralmente associado à sobrevida a longo prazo
  • Raro em adultos
2
  • Crescimento relativamente lento
  • Às vezes, se espalha para o tecido normal próximo
  • Maior taxa de recorrência
  • As células parecem ligeiramente anormais sob um microscópio
  • Às vezes volta como um tumor de grau superior
3
  • Maligno (cancerígeno)
  • Reproduz ativamente células anormais
  • Tumor se espalha para partes normais próximas do cérebro
  • As células parecem anormais sob um microscópio
  • Tende a voltar, muitas vezes como um tumor de grau superior
4
  • Maligno
  • Mais agressivo
  • cresce rápido
  • Espalha-se facilmente em partes normais próximas do cérebro
  • Reproduz ativamente células anormais
  • As células parecem muito anormais sob um microscópio
  • Tumor forma novos vasos sanguíneos para manter o crescimento rápido
  • Os tumores têm áreas de células mortas em seu centro (chamado necrose)

No caso dos gliomas, no entanto, eles são muitas vezes referidos apenas como “baixo grau” (graus I ou II) ou “alto grau” (graus III ou IV).

Tratamento de glioma

O tratamento do glioma deve levar em consideração fatores como a localização do tumor, sintomas, grau do tumor e benefícios potenciais versus riscos das diferentes opções de tratamento.

Dependendo do caso, o tratamento pode incluir cirurgia, radioterapia, quimioterapia ou observação.

Sempre que tecnicamente viável, a remoção cirúrgica deve ser o tratamento inicial de escolha.

A radioterapia e a quimioterapia geralmente seguem a cirurgia, uma vez que o tipo de tumor e o seu grau são determinados.

A terapia alvo pode ser considerada em alguns casos de glioma de alto grau.

Prognóstico

O prognóstico depende de fatores como o tamanho do tumor, seu grau, o tipo de glioma e a idade do paciente, conforme a tabela abaixo.

Sobrevida em 5 anos para o glioma
Tipo de tumor
Idade do paciente
20 – 44 anos
45 – 54 anos
55 – 64 anos
Astrocitoma de baixo grau
73%
46%
95
Astrocitoma anaplásico
58%
29%
15%
Glioblastoma
22%
9%
6%
oligodendroglioma
90%
82%
69%
Oligodentroglioma anaplásico
76%
67%
45%
Ependimoma
92%
90%
87%
Meningioma
84%
79%
74%

Fonte: American Cancer Society (1).