Extração do Siso

Os dentes do siso, popularmente chamados de “dentes do juízo”, consistem no último dente localizado em cada lado dos maxilares (superior e inferior). Dessa forma, cada pessoa apresenta 4 sisos. Eles são os últimos dentes a nascer, e esse processo de surgimento dos sisos ocorre geralmente entre a idade de 16 e 20 anos.

Diferentemente dos outros dentes, os sisos não possuem uma função de oclusão, não contribuem para a melhora da mastigação tampouco possuem uma função estética, já que eles se alojam bem no fundo da boca e não são visíveis.

Para algumas pessoas, o tamanho dos dentes é compatível com o tamanho dos arcos dentários e os sisos nascem e se posicionam sem problemas, de forma que eles não trazem qualquer problema.

Quando, no entanto, o paciente desenvolve algum problema na arcada dentária que pode estar relacionada ao crescimento dos sisos, eles podem ser extraídos sem maiores problemas.

Diferentes problemas podem levar à indicação para a extração dos sisos, incluindo:

Desalinhamento dos dentes
Por serem os últimos a nascerem, é comum que os sisos tenham dificuldades para se posicionar e acabem por empurrar os dentes a sua frente, fazendo com que eles fiquem tortos, o que pode ser evitado por sua extração.
Dependendo do caso e da estrutura da arcada, os sisos podem afetar significativamente a estética do sorriso, o que requer uma intervenção rápida.

Infecções de repetição
Em alguns casos, os dentes do siso não nascem completamente, restando um pouco de gengiva sobre eles. Especialmente nestes casos, a posição do dente não permite uma boa higiene, e desta forma fica muita placa acumulada gerando risco de cárie tanto no próprio siso como nos dentes adjacentes.

Lesão da bochecha
Em alguns casos, o siso pode nascer voltado para fora (virado para a bochecha), e fica machucando a mucosa da pessoa.

Dor nos dentes
Em algumas pessoas, o siso pode levar ao desenvolvimento de processos inflamatórios e dor de dente. Isso é mais comum quando os sisos não se desenvolveram totalmente, pela irritação da gengiva.

A retirada do siso deve ser feita preferencialmente na idade entre 15 aos 20 anos, momento ideal para uma retirada mais fácil. Isso se justifica pelo fato de a raiz do dente não estar completamente formada. A recuperação e a cicatrização nessa idade ocorrem mais rapidamente.

O ortodontista, cirurgião-dentista pedirá uma documentação ortodôntica e avaliará o espaço disponível na arcada dentária para abrigar o siso. Uma radiografia panorâmica já consegue constatar a necessidade de retirar o terceiro molar, pois indicarão a posição do dente, se a raiz está bem formada ou se o siso está muito próximo de nervos faciais.

A retirada dos sisos geralmente é feita no consultório, sob anesia local.

A anestesia é aplicada pelo próprio cirurgião dentista antes de realizar a extração de siso. Ela não faz com que o paciente perca a consciência, apenas interrompe a sensibilidade na região oral por algumas horas.

Para a retirada pode-se utilizar duas técnicas:

• A primeira, realizada quando o siso já nasceu, é como extrair qualquer outro dente. Por outro lado, se o seu siso está incluso, é necessário fazer uma incisão na gengiva e remover parcialmente o osso que o recobre.
• Os sisos inferiores são os de maior grau de dificuldade porque são maiores que os superiores e a mandíbula é mais curta e rígida que o maxilar. No entanto, geralmente o procedimento é tranquilo e tem um índice muito baixo de complicação.
• A cirurgia costuma durar entre 5 e 30 minutos por dente, conforme a situação de cada siso. O paciente pode ir para casa assim que for finalizada a extração, com a ajuda de um acompanhante.

A decisão de retirar dois sisos por procedimento ou os quatro de uma vez só deve ser planejada com o profissional, que vai analisar a praticidade e possibilidade de complicações. O conforto do paciente é mais um fator importante a ser considerado, destacando que, se retirados todos juntos, o pós-operatório será apenas um.

Após a extração, ficará um espaço vazio na gengiva devido à ausência do siso, sendo necessária a realização de pontos para fechar o local. Em uma semana o paciente volta para avaliação e retirada destes pontos.

Medicamentos anti-inflamatórios são usados nos primeiros dias após o procedimento.

O uso de gaze no local, pressionando suavemente com a mordida para evitar sangramentos, é indicado, assim como repouso, com afastamento dos exercícios físicos.

O consumo de comidas frias ou geladas, preferencialmente de consistência pastosa, ajudam a diminuir o inchaço e evitam hemorragias, assim como outras lesões no local da cirurgia.

O uso de enxaguatório bucal até a retirada dos pontos é fundamental.