Esofagectomia
O que é a esofagectomia?
A esofagectomia é uma cirurgia na qual o esôfago ou uma parte dele é removida.
Ela é geralmente indicada como parte do tratamento para o câncer de esôfago.
Mas, eventualmente, pode ser indicada em condições benignas do esôfago, quando ele está comprometido a ponto de o indivíduo não conseguir mais engolir os alimentos.
Como é feita a cirurgia?
A cirurgia pode ser feita com diferentes tipos de acesso, a depender de qual a porção do esôfago a ser removida e das preferências individuais do cirurgião.
Eventualmente, a cirurgia aberta pode ser combinada com técnicas minimamente invasivas, incluindo a laparoscopia abdominal ou a toracoscopia, no tórax.
Uma vez feita a retirada do esôfago (podendo incluir parte do estômago), o estômago é puxado até o tórax ou pescoço e reconectado ao remanescente do esôfago.
Se, por algum motivo, o estômago não puder ser puxado para cima para que possa ser conectado à parte restante do esôfago, poderá ser usado um pedaço do intestino para preencher a lacuna entre o estômago e o remanescente do esôfago.
Remoção de linfonodos
Sempre que é feita uma esofagectomia, os linfonodos próximos ao esôfago também são removidos durante a cirurgia.
Estes linfonodos são então avaliados pelo patologista, que busca identificar a presença de células cancerígenas nestes linfonodos.
Normalmente, pelo menos 15 linfonodos são removidos durante a cirurgia.
Quando os linfonodos estão acometidos, o risco de o câncer ter se espalhado para outros órgãos é maior.
Por este motivo, outros tratamentos podem ser recomendados após a cirurgia, incluindo a quimioterapia ou a radioterapia.
Pós-operatório da Esofagectomia
Após uma esofagectomia, o paciente é levado para a unidade de terapia intensiva, geralmente por 24 a 48 horas.
Neste período, é iniciada a alimentação por sonda.
Saindo da UTI, os drenos são gradualmente removidos e o paciente é estimulado a se levantar e caminhar. Para isso, ele deve contar com o suporte do fisioterapeuta.
Assim que estabilizado, o paciente recebe alta para casa.
Alimentação pós esofagectomia
No início do processo de recuperação, o paciente recebe os alimentos por meio de uma sonda, que é mantida por quatro a seis semanas, enquanto ocorre a cicatrização entre o remanescente do estômago e o esôfago. A alimentação por boca é iniciada após exame de imagem com contraste mostrando ausência de vazamento. Ela é iniciada por líquidos claros, seguido por líquidos completos, alimentos pastosos e, finalmente, os alimentos sólidos. A fonoaudiologia é fundamental nesse processo de reintrodução alimentar. Em alguns casos a sensação de “alimento preso” na garganta pode persistir, exigindo o consumo de alimentos mais pastosos.
Mesmo após a recuperação da cirurgia, o tamanho reduzido do estômago faz com que o paciente precise comer quantidades menores de alimentos e com maior frequência, em 6 a 8 refeições pequenas por dia.
Um problema comum após a cirurgia é o que se denomina de Dumping, que acontece devido à passagem rápida do alimento para o intestino. Ele s e caracteriza por sintomas como tontura, palpitação, sudorese e diarreia logo após comer. Para evitar o Dumping, recomenda-se comer devagar e mastigar muito bem os alimentos, evitando ingerir líquidos durante as refeições. Deve-se também evitar o excesso de açúcar, dando preferência por alimentos ricos em proteínas.
Uma vez que o esfíncter superior e o estômago mudam de posição, o paciente desenvolve refluxo gastroesofágico. Para evitar o refluxo, deve-se elevar a cabeceira da cama e evitar comer por ao menos 2 a 3h antes de deitar. Evitar café, chocolate, gorduras e alimentos cítricos também ajuda a minimizar os refluxos.
Todas essas dificuldades listadas acima fazem com que o paciente submetido a uma esofagectomia apresente risco elevado de deficiências nutricionais, incluindo suporte calórico insuficiente, deficiência de proteína, de ferro, de vitaminas do complexo B. Isso tudo ao mesmo tempo em que precisa de mais nutrientes para recuperação da doença oncológica. O acompanhamento de um Nutricionista oncológico é fundamental nesses sentido.
Quais são os riscos da esofagectomia?
As principais complicações da esofagectomia incluem:
- Pneumonia
- Formação de coágulos
- Vazamento na área onde o estômago e o esôfago estão conectados
- sangramento
- Infecção
- Problemas para engolir