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Ependimoma

O que é o Ependimoma?

O ependimoma é um tumor cerebral que se origina nas células ependimárias, as quais revestem os ventrículos do cérebro e o canal central da medula

Embora possa ocorrer em qualquer idade, o ependimoma é mais comum na infância e em adultos jovens.

Eles representam aproximadamente 10% dos tumores cerebrais pediátricos (1). A média da idade por ocasião do diagnóstico é de 6 anos, sendo que 30% dos diagnósticos são feitos antes dos 3 anos de idade.

Ependimomas em adultos são incomuns, representando apenas 3% de todos os tumores primários do sistema nervoso (2).

A localização do tumor também varia conforme a idade do paciente. Nas crianças, o ependimoma geralmente acomete o cérebro, sendo incomum na medula espinhal.

Já nos adultos, ele geralmente acomete a medula, sendo incomum no cérebro.

Sintomas do Ependimoma

Quando o ependimoma acomete o cérebro, os sintomas estão geralmente relacionados com a hipertensão intracraniana.
Entre eles, incluem-se:

  • Atraso do desenvolvimento e irritabilidade nos lactentes;
  • Alterações de humor, personalidade ou concentração;
  • Convulsões;
  • Distúrbios de equilíbrio e da marcha.

No caso do paciente com ependimoma da medula espinhal, os sintomas estão relacionados à compressão da medula, incluindo:

  • Dor lombar;
  • Perda de controle vesical e intestinal;
  • Paralisia;
  • Déficit sensitivo.

Diagnóstico

Na presença de sintomas característicos, o ependimoma pode ser diagnosticado por meio de exames de imagem como a Ressonância Magnética ou a Tomografia Computadorizada.

A punção do líquor seguido pela análise em laboratório pode em alguns casos identificar células cancerígenas e ajudar na identificação do tipo de tumor.

O diagnóstico definitivo é feito através da análise microscópica do tecido tumoral obtido por biópsia ou, idealmente, após a ressecção cirúrgica do tumor.

Tipos de ependimomas

Os ependimomas são classificados de acordo com suas características em dois tipos:

Ependimoma clássico;
Ependimoma anaplásico.

O Ependimoma clássico é considerado um tumor cerebral Grau 2, de acordo com a classificação da OMS para tumores cerebrais. Já o Ependimoma anaplásico é classificado como um tumor cerebral Grau 3.
A classificação da OMS leva em conta as características do tumor, conforme a tabela abaixo.

Classificação dos tumores cerebrais – OMS
Graduação características Tipos de tumor
Grau 1 Possivelmente curável apenas com cirurgia

Não infiltrativo

Maior sobrevida a longo prazo

crescimento lento

Astrocitoma pilocítico Craniofaringioma Gangliocitoma Ganglioglioma
Grau 2 Crescimento relativamente lento 

Moderadamente infiltrativo 

Pode recorrer como grau superior

Astrocitoma “difuso” pineocitoma Oligodendroglioma puro

Ependimoma clássico

Grau 3 Maligno

infiltrativo

Tende a recorrer com grau superior

Astrocitoma anaplásico

Ependimoma anaplásico

Oligodendroglioma anaplásico

Grau 4 mais maligno

Crescimento agressivo

Amplamente infiltrativo

Recorrência rápida

Gliobastoma pineoblastoma

Meduloblastoma

Ependimoblastoma

Tratamento

A cirurgia é o tratamento primário para o ependimoma, sendo realizada pelo Neurocirurgião.

O objetivo da cirurgia deve ser remover o máximo possível do tecido tumoral. Em muitos casos, porém, ele encontra-se localizado próximo de estruturas críticas do cérebro ou medula, o que torna a ressecção ampla muito arriscada ou inviável.

Nos tumores mais agressivos ou naqueles que não podem ser completamente removidos com cirurgia, tratamentos adicionais podem ser recomendados após a cirurgia, incluindo a radioterapia ou a quimioterapia.

Qual o prognóstico do ependimoma?

A sobrevida após o diagnóstico do ependimoma depende da idade e da quantidade do tumor remanescente após a cirurgia.
Quando a remoção total ou quase total é conseguida a sobrevida em cinco anos varia entre 51% e 80% dos pacientes. Quando a remoção envolve menos de 90%: do tumor, a sobrevida em cinco anos varia entre 0% a 26% dos pacientes.