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Doença de Alzheimer

O que é a Doença de Alzheimer?


A Doença de Alzheimer é um tipo de demência que tem como principal característica o comprometimento da memória recente. Ela é representa 60 a 70% de todos os casos de demência (1).

Do ponto de vista fisiopatológico, o Alzheimer está associada ao acúmulo no cérebro de dois tipos de proteínas, chamadas beta-amiloide e tau. Tais anomalias se desenvolvem em algum grau em todas as pessoas à medida que envelhecem. Mas o acúmulo é muito mais intenso naqueles com doença de Alzheimer.

A maior parte dos pacientes tem 65 anos ou mais, sendo que 80% deles têm mais de 75 anos (2). As mulheres representam 67% dos casos.

Em alguns pacientes, o Alzheimer também pode ocorrer simultaneamente com outras formas de demência, como a demência vascular. Esta combinação é o exemplo mais comum de demência mista.

Qual a causa da Doença de Alzheimer?


A Doença de Alzheimer está associada ao acúmulo das proteínas Amiloide e Tau no cérebro. As causas para o acúmulo dessas proteínas, porém, não são desconhecidas.

Os neurônios previamente saudáveis perdem conexões com outros neurônios, param de funcionar e morrem.

Estas alterações acontecem inicialmente em partes do cérebro essenciais para a formação da memória.

À medida que mais neurônios morrem, partes adicionais do cérebro são afetadas e começam a encolher.
No estágio final da doença de Alzheimer, o dano é generalizado e o tecido cerebral está todo comprometido.

Sintomas

Os sintomas da doença de Alzheimer são os mesmos de outras demências, incluindo:

  • Perda de memória
  • Desorientação
  • Dificuldades com as tarefas do dia a dia
  • Mudanças na personalidade
  • Comportamentos inapropriados

A forma como os sintomas se desenvolvem, no entanto, pode ajudar na diferenciação do Alzheimer com outros tipos de demência. Caracteristicamente, a memória recente é afetada mais precocemente do que outras funções mentais.

Podemos diferenciar os sintomas nas fases inicial, intermediária e avançada.

Fase inicial

Os sintomas do Alzheimer se desenvolvem gradativamente, podendo não ser notados no início.

Aqueles que seguem trabalhando podem demorar mais para fazer os deveres que até então faziam com maior facilidade. Aos poucos, podem ser cobrados por atrasarem as entregas.

Os sintomas mais comuns nessa fase incluem:

  • Esquecimento de eventos recentes: costuma ser o primeiro sintoma mais perceptível.
  • Mudanças na personalidade: a pessoa pode ficar menos sensível emocionalmente, deprimida, com medo injustificado ou mais ansiosa.
  • Desorientação: a pessoa ou seus acompanhantes podem perceber uma maior dificuldade com a condução de um carro. Podem também ter dificuldades para se encontrar em locais desconhecidos e, aos poucos, também em locais com os quais está habituado, como ir a uma padaria ou restaurante próximo de casa.
  • Insônia: pode ter dificuldade para adormecer ou manter o sono.
  • Comportamentos psicóticos: ainda no início da doença, alguns pacientes podem desenvolver alucinações, delírios ou paranoia.

Fase intermediária

Com a progressão da doença, a memória fica mais seriamente comprometida. As pessoas passam a ter dificuldade para se lembrar de acontecimentos passados e passam a esquecer os nomes de amigos e familiares. Podem precisar de ajuda para as necessidades básicas, como se alimentar, se vestir ou tomar banho.

A desorientação aumenta, gerando dificuldades até mesmo para se encontrar dentro de casa.

Algumas pessoas podem ter comportamentos inapropriados, como hostilidade e agressão física.

Como não conseguem expressar suas vontades ou necessidades com clareza ou de maneira alguma, podem ficar mais agitadas e irritadas.

Fase avançada

Na fase avançada, as pessoas não são mais capazes de andar ou cuidar de suas necessidades pessoais.

Podem ficar incontinentes e incapazes de engolir, comer ou falar.

Complicações como desnutrição, pneumonia ou úlceras de decúbito tornam-se comuns.

A memória fica completamente perdida.

Qual a evolução da Doença de Alzheimer?


A doença de Alzheimer é uma doença progressiva. Isso significa que os sintomas tendem a piorar gradativamente com o tempo.

A sobrevida média para pacientes na faixa dos 60 ou 70 anos é de 7 a 10 anos. Para pacientes na faixa dos 90 anos, a sobrevida média é de 3 anos (3).

No etanto, essa progressão é imprevisível e variável. Alguns pacientes podem viver até 20 anos após o diagnóstico.

Diagnóstico

Nenhum achado isoladamente é capaz de confirmar o diagnóstico do Alzheimer.

Dessa forma, o neurologista se baseia na combinação dos achados clínicos, avaliação neuropsicológica e exames laboratoriais e de imagem.

Enquanto alguns pacientes apresentam sinais claros do Alzheimer, outros podem gerar maior dificuldade na diferenciação com outras formas de demência.

Exames com maior nível de complexidade podem ou não ser solicitados, a depender de cada caso.

Tratamento


Atualmente, não existe nenhum tratamento que seja capaz de reverter a evolução da doença de Alzheimer.

No entanto, os avanços da medicina têm proporcionado aos pacientes uma sobrevida maior e uma melhor qualidade de vida.

O Médico neurologista poderá orientar diversas estratégias farmacológicas e não farmacológicas que são importantes na promoção do bem-estar do doente.

Há também uma evidência crescente da necessidade do tratamento agressivo e precoce dos fatores de risco vasculares. O objetivo com isso é reduzir a velocidade de declínio cognitivo.

A principal estratégia farmacológica envolve o uso de medicações que inibem a degradação de uma substância chamada acetilcolina, a qual se encontra reduzida no cérebro de pacientes com Alzheimer.

A resposta esperada deste tratamento é uma melhora inicial dos sintomas, e uma evolução mais lenta da doença.

Já o tratamento não farmacológico envolve atividades de estimulação cognitiva, social e física. A intenção é preservar as habilidades cerebrais e minimizar a progressão da doença. As intervensões não farmacológicas são descritas com maior detalhe no nosso artigo sobre demência.