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Diverticulite

O que é a Diverticulite?

Os divertículos são pequenas bolsas que se formam no revestimento do sistema digestivo, característicos de uma condição bastante comum denominada de diverticulose.

A diverticulite ocorre quando estes divertículos rompem, resultando em inflamação e, em alguns casos, infecção.

Ela acontece em aproximadamente 5% dos pacientes com diverticulose ao longo de um período de 10 anos de seguimento (1).

Destes pacientes, aproximadamente 40% voltarão a desenvolver a diverticulite de forma recorrente (2).

Quais os sintomas da Diverticulite?

Os sintomas mais comuns incluem:

  • Dor, que pode ser constante e persistir por vários dias. O lado inferior esquerdo do abdome é o local habitual da dor. Às vezes, no entanto, o lado direito do abdômen é mais doloroso, especialmente em pessoas de ascendência asiática.
  • Náusea e vomito.
  • Febre.
  • Sensibilidade abdominal.
  • Constipação ou, menos comumente, diarréia.

Qual a causa da diverticulite?

Ainda que o processo de formação da diverticulite não esteja clara, acredita-se ela se inicia quando o colo do divertículo é obstruído por partículas de alimentos.

Isso leva a uma irritação da mucosa e ao aumento da produção de muco, facilitando o crescimento de bactérias.

Fatores de risco

São fatores de risco para o desenvolvimento da diverticulite:

  • Pessoas mais velhas
  • Obesidade. 
  • Tabagismo
  • Sedentarismo
  • Dieta rica em gordura animal e pobre em fibras. 
  • Certos medicamentos, incluindo esteroides, opioides e anti-inflamatórios não esteroides.

Complicações

Cerca de 25% das pessoas com diverticulite aguda desenvolvem complicações, que podem incluir:

  • Um abscesso, decorrente do acúmulo de pús no divertículo infectado;
  • Bloqueio no intestino causado por cicatrizes.
  • Fístula entre o intestino e outros órgãos.
  • Peritonite, em decorrência do rompimento de um divertículo infectado.

Prognóstico

Divertículos agudos do lado esquerdo têm um risco de 20-40% de episódios recorrentes (3).

Já as diverticulites do lado direito, ainda que mais comuns, apresentam risco muito menor de recorrência.

Tratamento sem cirurgia

O tratamento sem cirurgia é habitualmente indicado nas duas primeiras crises de diverticulite e na ausência de complicações.

O primeiro passo no tratamento da diverticulite busca dar um “descanso” para que o intestino consiga se recuperar.

Este descanso pode ser feito de diferentes maneiras:

  • Quadros mais leves: dieta com líquidos claros. 
  • Quadros mais graves: podem precisar de um período de nutrição parenteral.

O segundo passo envolve o uso de antibiótico, com o objetivo de combater a infecção e reduzir o risco de complicações.

No entanto, um estudo recente mostrou que os resultados dos pacientes com quadros leves e tratados com antibióticos não foram significativamente diferentes dos pacientes tratados apenas com observação (4).

Passada a crise de diverticulite, o paciente será recomendado a manter uma dieta rica em fibras alimentares e pobre em carnes vermelhas.

Tratamento cirúrgico da Diverticulite

Indicação

A cirurgia poderá ser indicada pelo coloproctologista a partir do segundo ou terceiro episódio de diverticulite não complicada, ou na presença de complicações.

No entanto, ela pode ser considerada já no primeiro episódio, em pacientes imunocomprometidos, naqueles com menos de 40 anos de idade ou com divertículos do lado direito do cólon.

Técnica cirúrgica

A cirurgia visa remover a porção do intestino afetada pela doença. A técnica mais utilizada é chamada de sigmoidectomia.

O procedimento envolve a remoção do cólon sigmóide, que é a parte final do intestino grosso. 

A seguir, as duas pontas restantes são conectadas com suturas para estabelecer o trânsito normal da digestão.

Em alguns casos, outras partes do intestino também estão acometidas. Entretanto, nem sempre é possível ou recomendável remover toda a parte do órgão que está acometida.

O procedimento pode ser feito por via aberta ou por técnica minimamente invasiva, seja por videolaparoscopia ou robótica.

Pós-operatório

 A permanência média no hospital é de 5 a 7 dias. Isso será determinado pela rapidez com que os intestinos retomam sua função normal.

Como parte do cólon foi removido, o paciente pode ter diarreia por algumas semanas ou até meses. Isso é normal e será resolvido espontaneamente, à medida em que a parte restante do cólon fizer o trabalho de absorver água.

Uma dieta com baixo teor de resíduos será recomendada nas primeiras semanas.

O paciente é estimulado a caminhar tanto quanto for confortável.