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Distúrbios vocais: afonia e disfonia

O que são disfonia e afonia?

Disfonia é sinônimo de rouquidão. Ou seja, é a voz que possui alterações em características como rugosidade, aspereza, soprosidade, tensão e instabilidade. Ela soa como “rouca”, pois alguma alteração estrutural das pregas vocais (cordas vocais que ficam na laringe) distorce a sua produção.

Na produção normal da voz, o ar sai dos pulmões, passa pelas pregas e depois ressoa nas cavidades do rosto. A partir da articulação da língua, lábios e bochechas, este ar leva à formação da voz.
A Afonia se refere à ausência da produção da voz. Ela leva, também, à não produção de fala, pois os sons da fala ou fonemas e palavras dependem da sonoridade da voz.

Quais são os tipos de disfonias?


As disfonias são classificadas em 3 tipos: Funcional, Orgânica e Orgânica-Funcional

Funcional

Tipo mais comum de disfonia. As cordas vocais não sofrem qualquer alteração estrutural, apesar da voz estar distorcida em sua emissão. Nessas situações, o problema surge de maus hábitos ou lesões temporárias.

O uso incorreto da voz, por exemplo, quando ela é utilizada intensamente, sem preparo ou pausas. Alterações emocionais e inaptidões vocais também podem provocar a difonia funcional.

Orgânica

Disfonia relacionada a alterações na estrutura das pregas vocais, podendo ser um cisto ou nódulo, por exemplo. Ela está relacionada à alteração na tonicidade das pregas ou a qualquer outra causa anatômica que causa prejuízo ao processo de fonação.

Orgânico-funcional

Esse tipo é a evolução de uma disfunção funcional que, não tratada, acaba se tornando orgânica. Na maioria das vezes, esse processo se dá por nódulos ou pólipos.

Quais os sintomas de uma disfonia?


Se você perceber que sua voz ou a de uma pessoa está rouca após um abuso vocal como um show ou balada, por exemplo, se este sintoma sumir em alguns dias, não há por que se preocupar. Mas se for um sintoma recorrente, você deve procurar um otorrinolaringologista.

Veja os sinais mais comuns:

  • rouquidão (o principal e mais comumente identificado);
  • falta de ar;
  • engasgos;
  • perda de voz (afonia);
  • esforço ao falar;
  • esforço ao projetar a voz;
  • dificuldade em manter a voz;
  • falhas durante a fala;
  • desconforto ou dor ao falar;
  • variações impróprias de tom e de frequência (agudo e grave).

Quais as doenças que mais causam disfonias e afonias?

Como citamos anteriormente, as alterações vocais podem estar relacionadas a múltiplos fatores, como causas orgânicas de origem neurológica, lesional ou estrutural, causas funcionais, por mau uso ou abuso vocal como nos cantores e até mesmo fatores psicológicos. Veja abaixo as doenças mais comuns:

  • Alergias respiratórias;
  • Câncer de laringe;
  • Cisto vocal;
  • Fenda nas pregas vocais;
  • Edema de Reinke;
  • Granuloma;
  • Gripe ou resfriado;
  • Inflamação de garganta;
  • Nódulo Vocal (popularmente conhecido por calo vocal);
  • Paralisia de prega vocal ou laringe;
  • Doenças neurológicas, como a Doença de Parkinson;
  • Pólipo;
  • Radioterapia;
  • Doença do Refluxo Gastroesofágico.

Tratamento dos distúrbios vocais


Os fonoaudiólogos têm uma ampla possibilidade de escolha de abordagens comportamentais para implementar um programa de reabilitação vocal. Algumas terapias específicas são associadas a quadros como a Doença de Parkinson e manipulação laríngea para disfonia por tensão muscular.

Entretanto, não há necessariamente um roteiro pré-definido para cada distúrbio vocal.

O diagnóstico médico é um pré-requisito ao trabalho fonoaudiólogo, mas isso não determina necessariamente a forma como o mecanismo vocal de um paciente é utilizado e, portanto, não define o eixo da terapia.

O reequilíbrio da função vocal é um processo muito mais complexo, que muitas vezes exige reajuste terapêutico continuado, ao longo das sessões.

A terapia de voz usa abordagens diretas e indiretas. As abordagens diretas concentram-se em modificar aspectos da produção vocal inadequada e promover uma produção eficiente e apropriada. Desta forma, a terapia direta altera a técnica de fala modificando a respiração, fonação, ressonância e articulação.

São exemplos deste tipo de terapia os exercícios de voz ressoante, de fonação fluida, de manipulação direta da laringe e todos os recursos para transferência de ajustes fonatórios adequados para a fala.

Já a terapia indireta não envolve nenhum tipo de trabalho para corrigir a produção vocal inadequada, mas focaliza no que contribui ou mantém o problema vocal, como desidratação, reatividade ao estresse, modificação de dieta para refluxo laringofaríngeo, mudanças ambientais (como uso de microfone), questões motivacionais ou aconselhamento
psicossocial.

Solicita-se ao paciente que modifique esses fatores e reduza ou elimine seus efeitos sobre a voz. Explicações e conceitos de anatomia e fisiologia são também componentes indiretos da terapia de voz.

Nos distúrbios da voz relacionadas às alterações musculares, emprega-se o uso de técnicas corporais, massagem laríngea e da cintura escapular, mudança postural de cabeça e pescoço, além de técnicas de suavização da produção e estabilização da emissão. Técnicas que vão trabalhar a tonicidade das cordas, que pode estar mais ou menos tensa (hipertrofiada ou hipotrofiada).

Como cuidar da voz e prevenir a disfonia e a afonia?


Como em toda a saúde geral, sempre que prevenirmos via hábitos saudáveis, higiene, cuidados e menos stress, estaremos minimizando ou evitando, também, os distúrbios vocais.
Seguem algumas sugestões básicas para prevenção das disfonias e afonias:

  • Beber um a dois litros de água por dia, sempre à temperatura ambiente;
  • Fazer intervalos para beber água quando fala muito;
  • Controlar o nível de stress;
  • Manter uma alimentação equilibrada;
  • Evitar o fumo;
  • Diminuir a quantidade de café;
  • Controlar a ingestão de bebidas alcoólicas e/ou gaseificadas;
  • Evitar gritar ou falar muito alto;
  • Controlar a exposição a aparelhos de ar condicionado;
  • Controlar a exposição a ambientes ruidosos.

Quais profissionais tratam a difonia a e afonia?


Para o diagnóstico da doença, estado emocional ou condição comportamental que está causando a voz rouca, é importante procurar o médico especialista em otorrinolaringologia ou, mais especificamente, o otorrinolaringologista especializado em laringe ou (laringologista).

Este profissional realiza uma avaliação clínica visual completa de nariz, ouvidos e laringe para analisar a integração da doença em relação a estes 3 órgãos. Ele também se utiliza de equipamentos e exames com radiografias para chegar a um diagnóstico final da doença e da sua causa.

A seguir, o otorrinolaringologista vai indicar uma cirurgia, remédios e tratamento, sendo a terapia fonoaudiológica considerada na maioria dos quadros de voz rouca. O médico otorrinolaringologista pode precisar, também, de outros profissionais como oncologistas, psicólogos para a complementação do diagnóstico e do tratamento.

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