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Displasia do Quadril

O que é a Displasia do Quadril?

A displasia do quadril é uma condição na qual o acetábulo (parte da pelve no qual a cabeça do fêmur se encaixa) é muito raso para suportar a cabeça do fêmur.

Ela deixa a articulação do quadril mais frouxa do que o habitual, podendo em casos graves fazer com que a cabeça do fêmur se desloque completamente em relação ao acetábulo.

A maioria das pessoas com Displasia do Quadril já nasce com esta condição. Entretanto, muitas não apresentam sintomas até a idade adulta.

Displasia do quadril 1

Quais as consequências da Displasia do Quadril

No paciente mais jovem, a Displasia pode, em alguns casos, provocar a Luxação do Quadril, condição na qual a cabeça do fêmur se desloca em relação ao acetábulo.

No adulto, ela é um importante fator predisponente para a Lesão Labral do Quadril.

No longo prazo, a displasia pode provocar artrose no quadril e a necessidade de substituição da articulação por uma Prótese Total do Quadril.

Sintomas da Displasia do Quadril

Muitas pessoas com displasia do quadril podem não apresentar qualquer sinal ou sintoma que chame a atenção de seus pais ou da equipe médica.

Quando presentes, os sinais e sintomas mais comuns incluem:

  • Dor na virilha que aumenta com o esforço;
  • Mancar ao caminhar;
  • Perda da mobilidade no quadril;
  • Diferença de comprimento entre os membros;
  • Assimetria das pregas glúteas.

Fatores de risco para a Displasia do Quadril

A Displasia do Quadril é mais comum nas seguintes condições:

  • Meninas;
  • Primeiro filho;
  • Histórico familiar de problemas no quadril durante a infância;
  • Bebês nascidos na posição pélvica.

Diagnóstico da Displasia do Quadril

Displasia do quadril 2

O exame físico direcionado para a displasia do quadril deve ser feito no bebê recém-nascido e novamente durante a avaliação com o pediatra entre a quarta e a sexta semana de vida.

Na suspeita diagnóstica, o ultrassom deve ser o exame de escolha para confirmar a displasia do quadril em crianças com até seis meses de idade.

Radiografias têm valor limitado antes dos seis meses, uma vez que a cabeça femoral não se ossifica antes disso. Após os seis meses, deve ser o exame de escolha.

Tratamento

Entre 60 e 80% dos quadris de recém-nascidos identificados com Displasia do Quadril por meio do exame físico e 90% daqueles identificados apenas com base no ultrassom se resolvem espontaneamente e sem qualquer intervenção.

O problema é que pode ser difícil saber quais serão aqueles quadris que se resolverão espontaneamente.

Nas duas primeiras semanas, o bebê pode ser apenas acompanhado. Entretanto, quando a displasia não se resolve neste período, o tratamento deve ser iniciado.

O objetivo deve ser manter o quadril bem posicionado dentro do acetábulo.

Quanto mais cedo o tratamento for iniciado, maior o sucesso e menor a incidência de displasia residual e complicações a longo prazo.

Tratamento do bebê entre 0 e 6 meses

suspensório de pavlik

A subluxação do quadril ao nascimento geralmente corrige espontaneamente e pode ser observada por duas semanas sem tratamento.

A técnica de fralda dupla ou tripla, com o objetivo de impedir a adução do quadril, não demonstrou melhores resultados quando comparada com nenhuma intervenção. Quando a subluxação persistir além de duas semanas de idade, o tratamento deve ser indicado por meio do suspensório de Pavlik.

O suspensório de Pavlik posiciona dinamicamente os quadris em flexão e abdução, posição esta que ajuda na contenção da cabeça do fêmur dentro do acetábulo. Entretanto, ele não impede totalmente o movimento da articulação, o que é importante para o quadril.

O posicionamento da cabeça do fêmur dentro do acetábulo deve ser confirmada por meio de uma ultrassonografia realizada três semanas após a colocação do suspensório. Entretanto, o tratamento geralmente é continuado por pelo menos seis semanas em tempo integral e nmais seis semanas em meio período.

Ao final deste prazo, o quadril deve estar estável tanto clinicamente como por meio dos exames de imagem.

Se um quadril deslocado não estiver bem posicionado após as três semanas iniciais, o suspensório deve ser descontinuado e um tratamento alternativo selecionado. Isso geralmente envolve redução sob anestesia seguido pela aplicação de um gesso em abdução e rotação externa do quadril.

O resultado a longo prazo do tratamento com Suspensório de Pavlik mostra uma taxa de sucesso de 95% para displasia e subluxação acetabular. No caso de luxação franca, a taxa de sucesso cai para 80% (2).

Tratamento em crianças entre 6 e 18 meses

Displasia do quadril 4Em crianças com mais de seis meses, o tratamento geralmente envolve a redução incruenta sob anestesia geral seguido pela aplicação de gesso na posição de abdução e rotação externa do quadril.

A tomografia computadorizada pós-operatória ou a ressonância magnética devem ser usadas para confirmar que um bom posicionamento da articulação tenha sido obtido.

A imobilização deve ser mantida de forma continua por pelo menos 12 semanas após a redução (3).

Quando a redução não puder ser obtida por meio da redução fechada sob anestesia, a redução por meio de cirurgia aberta deve ser indicada. Isso geralmente acontece a medida em que a criança fica mais velha e nos casos com luxação franca do quadril.

Geralmente envolve a liberação de tendões ao redor da articulação (4).

Tratamento em crianças de 18 meses até a maturidade esquelética

Aos 18 meses, as osteotomias femorais com ou sem osteotomias pélvicas podem ser necessárias para reconstruir e manter o quadril na posição reduzida.

Quanto mais jovem o paciente, maior o potencial de remodelação da articulação, oferecendo a oportunidade para o desenvolvimento de uma articulação normal no longo prazo.

Diferentes técnicas de osteotomia podem ser indicadas a depender do caso.

Displasia acetabular ; osteotomia acetabular de chiari

Displasia acetabular / osteotomia femoral

Tratamento da displasia do quadril após a maturidade esquelética

O tratamento do paciente com Displasia do Quadril após a maturidade esquelética pode ser feito por meio de osteotomias de salvamento ou através da Prótese Total do Quadril.

As osteotomias tendem a ser indicadas nos casos com menos desgaste da articulação e a artroplastia nos casos com maior desgaste.

Entretanto, é preciso considerar que o resultado em ambos os casos é inferior ao obtido com o tratamento iniciado em idade mais precoce.