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Dieta pobre em gordura (Low fat)

 

A gordura vem sendo associada há longa data a uma alimentação ruim, que aumenta o colesterol e o risco cardiovascular. Dietas pobre em gordura passaram a ser recomendadas para pessoas com alto risco cardiovascular principalmente a partir dos anos 1940. A partir dos anos 1960, ela começou a ser enfatizada não apenas para pacientes cardíacos de alto risco, mas para a população como um todo. Mais tarde, já nos anos 1980, a abordagem de baixo teor de gordura se tornou uma ideologia abrangente, promovida por médicos, governos e mídia relacionada à saúde.

Foi neste contexto que a indústria alimentícia criou o apelo dos produtos “low fat” e fez nascer a era dos produtos com alto teor de amido e outros tipos de açúcares processados, usados para dar sabor aos alimentos no lugar da gordura, vendidos como saudáveis e boas alternativas na Dieta para perder peso.

A onda da alimentação pobre em gordura começou a mudar na última década quando o CDC dos Estados Unidos publicou estatísticas alimentares mostrando que pessoas que comiam menos gordura estavam ganhando mais peso e se tornando diabéticos. Diversos estudos seguiram na mesma linha(1, 2, 3).

A justificativa é simples: a gordura não estava sendo substituída por alimentos mais saudáveis e com baixo teor de gordura, como vegetais, frutas, feijão, lentilhas e outros, mas sim por um nutriente ainda mais prejudicial do que a gordura: o açúcar.

Juntando-se com novas evidências da importância da gordura para o funcionamento digestivo, para a formação de hormônios e para a absorção de vitaminas, entre outras coisas, a maré virou contra o carboidrato e a favor da gordura. Como referência, o google refere atualmente 90 mil pequisas / mês com o termo “dieta low carb”, contra 320 pesquisas/ mês para o termo “dieta low fat”. A dieta “high fat, low carb” é a base de algumas das dietas da moda atuais, como a Dieta Cetogênica.

A maior parte dos médicos e nutricionistas de referência tendem a recomendar dietas que são equilibradas, sem excesso e sem restrição excessiva de proteínas, gorduras ou carboidratos. Existe algum grau de manipulação dietética que pode e deve ser considerada, mas isso tem um limite. Todos estes nutrientes são importantes do ponto de vista nutricional e todos são ruins quando em excesso.