Desvio de Septo e Septoplastia

O desvio de septo é uma condição na qual a parede que separa as duas narinas (septo nasal) está descentralizada. Ela está, desta forma, deslocada em direção a uma das narinas.

Isso faz com que uma das cavidades nasais se torne mais estreita, dificultando o fluxo de ar.

A sintomatologia é influenciada pelo grau do desvio existente e pela sua localização anatómica.

A maioria dos deslocamentos de septo são leves e não resulta em sintomas. Nos casos com desvio mais significativos, os seguintes sintomas são esperados:

• Obstrução de uma ou ambas as narinas: além da obstrução habitual, a passagem mais estreita faz com que ela se torne mais sintomática no caso de uma gripe ou resfriado;
• Sangramentos nasais. A superfície do septo nasal pode ficar seca, aumentando o risco de hemorragias nasais;
• Respiração ruidosa durante o sono;
• Respiração pela boca.

As duas principais causas para o desvio do septo são:

• Trauma nasal
• Constitucional: alterações que ocorrem ao nascimento

O diagnóstico é feito pelo Médico Otorrinolaringologista com base no exame clínico.

A cavidade nasal poderá ser melhor avaliada com o auxílio na nasofibroscopia, um exame no qual é introduzida uma cânula fina e flexível, com uma câmera na ponta. Este instrumento captura imagens das estruturas respiratórias à medida em que avança pelas cavidades nasais.

Eventualmente, poderá ser solicitada também uma Tomografia Computadorizada, para uma melhora avaliação da anatomia nasal.

A única forma de se corrigir o desvio de septo é por meio de cirurgia. 

Em casos mais leves, porém, o tratamento clínico pode ser suficiente para o controle dos sintomas. 

Isso pode incluir:

Descongestionantes

Os descongestionantes são medicamentos que reduzem o inchaço do tecido nasal, ajudando a manter as vias aéreas em ambos os lados do nariz abertas. Eles estão disponíveis em comprimidos ou em spray nasal. 

Os descongestionantes orais como a pseudoefedrina atuam causando vasoconstrição e consequente diminuição no fluxo sanguíneo na mucosa nasal. Isso leva a uma redução da inflamação da mucosa nasal e na produção de muco.

São exemplos de descongestionantes:

• Comprimidos de pseudoefedrina (Sudafed). São contraindicados em hipertensos
• Sprays nasais de oximetazolina (Drixine).
• Spray nasal de xilometazolina (Otrovine).

O uso destes medicamentos não deve ser feito por mais de cinco dias, já que podem provocar uma Rinite Medicamentosa e uma congestão rebote.

Anti-alérgicos 

Os anti-histamínicos são medicamentos que se baseiam no bloqueio da ação da histamina, substância que provoca dilatação dos vasos sanguíneos da pele e muitos dos sintomas tipicamente relacionados a processos alérgicos.

Às vezes, eles também podem ajudar em condições não alérgicas, como as que ocorrem com um resfriado. 

Os anti-histamínicos mais comuns incluem:

• Fexofenadina (Allegra ou Altiva);
• Maleato de dexclorfeniramina (Polaramine ou Histamin);
• Loratadina (Claritin ou Loratamed);
• Desloratadina (Desalex, Sigmaliv);
• Hidroxizina xarope ou comprimido (Hixizine);
• Prometazina (Fenergan ou Profergan).

Corticoides nasais

Os corticoides na forma de spray nasal agem reduzindo a inflamação e o inchaço da mucosa nasal. Com isso, espera-se um alívio de sintomas como congestão, coriza e espirros. 

São exemplos e corticoides nasais:

• Beclometasona;
• Fluticasona;
• Budesonida.

A septoplastia é um procedimento no qual o septo nasal é endireitado e reposicionado no centro do nariz.

A cirurgia pode ser indicada por motivos funcionais ou estéticos.

Em termos funcionais, ela se mostra efetiva especialmente nos pacientes com sintomas decorrentes da obstrução nasal. 

No paciente com rinite crônica associada, poderá ser indicada a septoplastia combinada com a turbinectomia, procedimento no qual é feita uma redução dos cornetos inferiores do nariz.

Do ponto de vista estético, a septoplastia não altera o aspeto externo do nariz. Entretanto, a cirurgia pode ser combinada com a rinoplastia, procedimento que tem por objetivo a correção de um nariz torto ou desviado.

A maior parte dos pacientes que realiza a septoplastia não tem necessidade de correção de defeitos externos (rinoplastia). Entretanto, a maior parte dos das pessoas submetidas à rinoplastia precisam fazer a septoplastia combinada.

A septoplastia é habitualmente feita a partir dos 16 anos de idade. Nas crianças, a indicação é pouco frequente e realizada apenas em situações muito particulares, uma vez que o nariz ainda está em crescimento.

A Septoplastia geralmente é realizada sob anestesia geral, pelo Médico Otorrinolaringologista.

A operação é realizada através das narinas. Nenhuma incisão é feita na pele do nariz, de forma que o paciente não terá nenhuma cicatriz visível após a cirurgia.

Faz-se uma pequena incisão dentro do nariz para descolar a mucosa que recobre a cartilagem e os ossos formadores do septo. Isso dá acesso para manusear o septo e corrigir a deformidade.

Após o trabalho de remoção da parte desviada do septo, a mucosa é reposicionada e é feita a sutura. Em casos selecionados, podem ser utilizados temporariamente moldes nasais, posicionados nas duas narinas.

A cirurgia é muito bem tolerada pela maior parte dos pacientes e tem baixo risco cirúrgico de complicações.

Nos primeiros dias, pode haver algum desconforto, em decorrência de secreções nasais e inflamação.

Nas primeiras três semanas, o paciente deve evitar a exposição ao calor, não deve praticar exercício físico e precisa fazer higiene nasal com água salina.

Passadas o primeiro mês, o paciente é geralmente liberado de qualquer cuidado ou restrição.