Demência Frontotemporal
O que é a Demência Frontotemporal?
A demência frontotemporal é uma condição decorrente de danos aos neurônios nos lobos frontal e temporal do cérebro.
Ela tende a ocorrer em uma idade mais jovem do que outras formas de demência. Aproximadamente 60% das pessoas têm entre 45 e 64 anos.
A condição é progressiva, o que significa que os sintomas tendem a piorar com o tempo. À medida em que o cérebro vai sendo comprometido, novos sintomas tendem a aparecer.
Tipos de desordens frontotemporal
Diferentes quadros clínicos se desenvolvem de acordo com qual a área dos lobos frontal ou temporal que estão acometidos.
Em alguns pacientes, os sintomas principais estão relacionados à fala ou movimento, ao invés dos sintomas de demência. Por isso, muitas vezes a condição é referida pelo termo de Desordens frontotemporais.
Existem três tipos de desordens frontotemporais:
- Variante comportamental da demência frontotemporal;
- Afasia progressiva primária
- Distúrbios do movimento.
Os sinais e sintomas destes três tipos de desordens podem aparecer de forma isolada no início. Entretanto, as características das outras formas tendem a aparecer à medida em que o comprometimento cerebral progride.
Variante comportamental da demência frontotemporal
A variante comportamental da demência frontotemporal é o tipo mais comum de desordem frontotemporal.
Ela envolve problemas de personalidade, comportamento e julgamento.
Algumas pessoas podem ter problemas de cognição; Mas, em outros casos, a memória pode permanecer relativamente intacta.
Os sintomas podem incluir:
- Dificuldade em planejar tarefas ou atividades;
- Repetir a mesma atividade ou dizer a mesma palavra várias vezes;
- Impulsividade;
- Fazer coisas inapropriadas sem considerar como os outros percebem o comportamento;
- Desinteresse pela família ou por atividades com as quais costumava se preocupar.
É importante entender que estas pessoas não podem controlar seus comportamentos e que elas não têm consciência de sua doença.
Afasia Progressiva Primária
A Afasia Progressiva Primária envolve o comprometimento da capacidade de comunicação. Tanto a fala como a leitura ou a escrita podem ser comprometidas. Alguns pacientes podem ficar mudos ou incapazes de falar.
Os sinais e sintomas podem variar de paciente para paciente:
- Algumas pessoas perdem a capacidade de entender palavras isolada ou de reconhecer os rostos de pessoas familiares e objetos comuns;
- Outras pessoas têm dificuldades para falar. Algumas, podem se tornar mudas;
- Algumas pessoas têm dificuldade em articular as palavras certas durante uma conversa, mas podem entender normalmente o que outras pessoas falam.
Muitas pessoas com Afasia Progressiva Primária vêm a desenvolver sintomas de demência com o tempo. Problemas com memória, raciocínio e julgamento não são aparentes no início, mas podem se desenvolver em fases mais avançadas.
À medida que a doença progride, alguns pacientes podem apresentar mudanças comportamentais significativas, semelhantes às observadas no paciente com a variante comportamental da demência frontotemporal.
Distúrbios do movimento
O paciente pode apresentar uma perda progressiva da capacidade de controlar o movimento, geralmente começando por volta dos 60 anos.
Algumas pessoas perdem a capacidade de usar as mãos ou os braços, apesar de uma força normal. Isso inclui, por exemplo, dificuldade em fechar botões ou manusear um telefone celular.
Outras apresentam problemas de equilíbrio e caminhada. Elas passam a se mover lentamente e sofrem quedas inexplicáveis.
Qual a causa da Demência Frontotemporal?
A Demência frontotemporal está relacionada a uma redução no número de neurônios e a uma redução na quantidade das proteínas Tau e TDP-43.
Essas proteínas ocorrem naturalmente no corpo e ajudam as células a funcionar corretamente.
A causa para estas alterações, entretanto, é desconhecida na maior parte dos pacientes.
Cerca de 10 a 30% das demências frontotemporais são causadas por causas genéticas específicas. Assim, indivíduos com história familiar deste tipo de demência são mais propensos a desenvolver o distúrbio.
Diagnóstico
O diagnóstico da demência frontotemporal é baseado nos achados clínicos do paciente.
Testes genéticos podem contribuir para o diagnóstico nos casos de origem familiar. De outra forma, o único exame capaz de confirmar a demência frontotemporal é a autópsia cerebral realizada após a morte.
Mesmo o diagnóstico clínico não é fácil, uma vez que os sintomas podem ser facilmente confundidos com outras condições, especialmente com a depressão. Uma avaliação com o psiquiatra pode auxiliar nesta diferenciação.
Tratamento
Nenhum tratamento disponível atualmente é capaz de retardar ou interromper a progressão da doença.
O objetivo do tratamento, desta forma, envolve o uso de estratégias para contornar melhor os sinais e sintomas da demência frontotemporal.
Discutimos mais a respeito das diferentes estratégias que podem ser adotadas no artigo sobre Demência.