Concussão Cerebral no Futebol
O que é a Concussão Cerebral?
Concussão Cerebral é uma perturbação temporária do funcionamento cerebral, que ocorre em decorrência de um trauma na cabeça.
Ela pode levar a um comprometimento temporário do funcionamento cerebral, ainda que sem nenhum dano estrutural ao cérebro.
Ainda que ela se resolva na maior parte das vezes em um prazo de até 7 a 10 dias, algumas pessoas podem apresentar um quadro bem mais arrastado. Em casos excepcionais, uma pessoa pode permanecer até um ano com sintomas.
O reconhecimento de uma concussão cerebral em esportes de risco, como é o caso do futebol, é fundamental. Isso porque o quadro pode ser muito agravado na eventualidade de um segundo trauma, com risco de sequelas permanentes ou até mesmo morte.
Incidência da Concussão Cerebral no futebol
Ainda que o risco relativo de uma Concussão Cerebral no futebol seja menor do que em esportes de combate ou do que em modalidades como o rugby, a grande popularidade da modalidade faz com que, em números totais, o futebol seja a causa número um para estes eventos (1).
Estudos relacionados à concussão no futebol mostram que:
- Ela representa 22% de todas as lesões no futebol (2).
Aproximadamente metade dos jogadores experimentam sintomas decorrente de uma concussão ao longo de uma temporada. Entretanto, apenas 29% destes atletas têm a consciência de terem tido uma concussão (3)
Como acontece a Concussão Cerebral no futebol?
Aproximadamente 30% dos casos de concussão cerebral no futebol são decorrentes do trauma cabeça contra cabeça. Isso ocorre geralmente em duas situações:
- Disputas aéreas na grande área após cruzamentos ou cobranças de escanteio, levando a um choque face contra face;
- Disputas aéreas no meio do campo após cobranças de tiro de meta, levando a um choque entre a face de um jogador e a parte de traz da cabeça do adversário.
A segunda causa mais comum de concussão no futebol envolve o uso do braço, cotovelo ou mão impactando contra a cabeça de outro jogador. Este tipo de trauma diminuiu significativamente a partir de 2006, em decorrência de mudanças nas orientações da FIFA que passou a recomendar a expulsão nestas situações.
Por fim, a concussão pode também ser o resultado do trauma da bola contra a face do jogador. Isso acontece em 6% a 24% dos casos (4).
Goleiros são especialmente susceptíveis à concussão. Os traumas acontecem geralmente em choques contra a trave ou contra o pé do jogador adversário em uma disputa de bola baixa.
Mudanças de regra
Após a Copa do Mundo FIFA 2014 ™, uma mudança de regra foi feita para permitir que os médicos tenham mais tempo para avaliar um jogador com suspeita de concussão.
Esta regra se aplica apenas ao futebol profissional e somente quando houver um médico presente para realizar a avaliação.
Após um evento de impacto na cabeça, um médico pode solicitar uma interrupção da partida por até três minutos para avaliar o jogador afetado com relação aos 11 critérios que exigem uma remoção imediata do jogo, conforme a tabela abaixo:
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Na ausência de um profissional qualificado para realizar esta avaliação, o jogador não deve ser permitido a retornar para o jogo, mesmo que contra a sua vontade.