Cólica Menstrual (Dismenorréia)
O que é a cólica menstrual?
A cólica menstrual, tecnicamente chamada pelo termo dismenorreia, é uma dor latejante na parte inferior do abdômen. Ela pode também se irradiar para a parte baixa das costas e parte superior das coxas.
A dismenorreia geralmente se inicia 1 a 3 dias antes da menstruação, atinge o pico 24 horas após o início da menstruação e diminui em 2 a 3 dias. Este é um dos principais sintomas da Tensão Pré-menstrual (TPM).
Cerca de 50 a 90% das mulheres em idade fértil sofre regularmente com a cólica menstrual (1). A maioria apresenta sintomas relativamente leves e facilmente manejáveis. Mas, em 5% delas, a cólica é forte o suficiente para levar a faltas frequentes no trabalho e na escola ou para que deixem de fazer parte de suas atividades habituais (2).
A Dismenorreia pode ser um sintoma isolado. Mas, em aproximadamente 50% das mulheres, ela vem acompanhada de outros sintomas, como náusea, vômitos, dor de cabeça, diarreia, tontura ou desmaio.
Qual a causa da cólica menstrual?
A cólica menstrual está associada às contrações uterinas, as quais ajudam a liberar o revestimento interno do útero (endométrio) quando a gravidez não ocorre.
Certos problemas relacionados à região pélvica podem tornar as cólicas mais graves, incluindo:
- Endometriose;
- Doença Inflamatória Pélvica;
- Mioma uterino;
- Cisto de ovário;
- Uso de Dispositivo Intrauterino (DIU).
Além disso, algumas mulheres apresentam maior risco de terem cólica menstrual. Entre os principais fatores de risco, devemos considerar:
- Idade inferior a 30 anos
- Puberdade precoce, com a primeira menstruação antes dos 11 anos de idade;
- Ciclos menstruais irregulares ou com volumes excessivos de sangramento (hipermenorreia)
- Histórico familiar de cólica menstrual
- Tabagismo
Avaliação da Dismenorréia
Pacientes com Dismenorreia que interfira com a rotina diária precisam de investigação.
Além disso, é preciso que se investigue qualquer mudança no padrão da menstruação ou dos sinais e sintomas relacionados à menstruação, incluindo a cólica menstrual.
Isso porque, usualmente, a mulher apresenta um mesmo padrão durante toda a vida reprodutiva.
Ainda que a Cólica menstrual não cause nenhum risco direto para a saúde, em alguns poucos casos estas mudanças de comportamento menstrual podem ser o primeiro sintoma de algum outro problema ginecológico mais grave.
O diagnóstico precoce destes problemas será fundamental para o sucesso do tratamento.
A investigação, além de envolver o histórico clínico e exame físico da paciente, poderá incluir exames de imagem como a Ultrassonografia ou a Tomografia computadorizada.
Tratamento para a cólica menstrual
O tratamento da cólica menstrual depende se existe uma causa por trás do problema ou não.
Quando existe uma condição pélvica contribuindo para o agravamento das cólicas menstruais, como a endometriose ou Doença Inflamatória Pélvica, o tratamento deve focar nesta condição.
Em outros casos, nos quais a cólica é apenas uma manifestação da Tensão Pré-Menstrual, em um ciclo menstrual normal, o objetivo do tratamento é o alívio dos sintomas.
Cada mulher responde de uma forma para os diferentes tipos de tratamento, que pode incluir:
- Calor local: a aplicação de calor na forma de compressas de água quente ou bolsa térmica pode ajudar no alívio da cólica;
- Alimentação: consumir mais verduras e legumes e diminuir a quantidade de alimentos gordurosos pode diminuir a intensidade e a duração das dores;
- Não fumar: especialmente durante o período menstrual;
- Prática regular de atividade física;
- Anticoncepcionais: ajudam a estabilizar as variações hormonais que ocorrem ao longo do ciclo menstrual. Em alguns casos, podem ser usados de forma a interromper temporariamente os ciclos. Eles podem ser usados na forma de pílulas, injeção ou implantes;
- Medicações analgésicas e anti-inflamatórias.