Cicatriz Hipertrófica

A cicatriz hipertrófica se refere a uma cicatriz elevada e espessa da pele. Ela se forma após um traumatismo, ferimento ou cirurgia.
Ela se forma a partir da produção abundante de colágeno, o tecido que normalmente é produzido para o reparo de ferimentos.

A principal diferença entre a cicatriz hipertrófica e o queloide é a extensão da cicatriz ao redor da ferida original.

Nas cicatrizes hipertróficas, o tecido cicatricial abundante se forma dentro dos limites da ferida original. Já no queloide, ela se estende além da área original da ferida.

Outras diferenças são mostradas na tabela abaixo

Fatores que aumentam o risco de cicatriz hipertrófica incluem:

• Queimaduras, especialmente queimaduras de segundo e terceiro grau.
• Inflamação sistêmica (que acomete o corpo inteiro)
• Má cicatrização de feridas, devido a infecção ou outros problemas.
• Pessoas não brancas (negro, pardo ou asiático)
• Cicatrizes com maior tensão
• Cicatrizes que atravessam uma articulação (joelho, ombro, cotovelo, outras)
• Genética: a cicatriz hipertrófica é mais comum em familiares de pessoas que também apresentam a cicatriz hipertrófica.
• Antecedente pessoal: pessoas que tiveram uma cicatriz hipertrófica apresentam maior risco de uma nova cicatriz hipertrófica, após novo ferimento.

O maior problema relacionado à cicatriz hipertrófica é cosmético. Ela não envolve risco elevado para outras complicações.

Em alguns pacientes, ela pode coçar e eventualmente causar dor.

Ao se formar sobre uma articulação, ela também pode gerar limitação na mobilidade.

O tratamento da cicatriz hipertrófica é geralmente feito pelo Médico dermatologista ou pelo Cirurgião Plástico.

Os objetivos principais são achatar, suavizar, reduzir o tamanho, clarear a cor e aliviar qualquer dor, coceira ou desconforto relacionado à cicatriz.

As opções de tratamento mais comuns incluem:

Tratamento sem cirurgia
Gel de silicone
A aplicação de gel de silicone (Kelo-cote, Silicot, cicatricure, outros) sobre a cicatriz, a partir do momento em que a ferida esteja totalmente epitelizada (cerca de três semanas após a cirurgia) ajuda a melhar o aspecto da cicatriz. No entanto, o silicone não terá efeito quando aplicado mais de 6 meses após a cirurgia.
O gel de silicone deve ser aplicado duas vezes ao dia, ao longo de 2 a 3 meses.

Injeções de corticosteroides
Este é o principal tratamento para cicatrizes hipertróficas. As injeções são feitas no tecido cicatricial. Eles achatam e amolecem o tecido cicatricial e aliviam a dor e a coceira. Várias injeções podem ser necessárias, cada uma com algumas semanas de intervalo.

Laser
O laser de pulso longo ou o laser pulsado ​​são os tipos mais comumente usados ​​de laser para tratar cicatrizes hipertróficas e quelóides.
Eles têm como alvo os vasos sanguíneos na cicatriz. Ao destruir os vasos sanguíneos, ele evita o crescimento da cicatriz.
O laser também podem clarear a cor vermelha ou rosa frequentemente vista em cicatrizes e reduzir a dor, a coceira e a rigidez.

Injeção de bleomicina ou 5-FU (fluorouracil)
Ambas as medicações podem ser injetadas diretamente no tecido cicatricial. Elas achatam a cicatriz e reduzem a coceira e a dor, danificando as células que cresceram demais.
Essas injeções geralmente são combinadas com o laser ou com a injeção de corticosteroides, para reduzir os efeitos colaterais da medicação.

Crioterapia
A crioterapia usa frio extremo (nitrogênio líquido) para congelar e destruir lentamente o tecido cicatricial, o que ajuda a achatar o tecido elevado. Este tratamento pode ser combinado com outras opções de tratamento por injeção para reduzir ainda mais a cicatriz.

Peeling de cristal: Tratamento que promove a esfoliação da cicatriz pela aplicação de microcristais de óxido de alumínio. Esse procedimento desencadeia uma inflamação aguda localizada, o que faz com que os fibroblastos produzam colágeno para a regeneração da pele.

Dermoabrasão: lixamento da pele para correção de alterações da sua superfície, como cicatrizes ou asperezas.

Às vezes, a cirurgia é realizada para cortar a cicatriz ou redirecionar as linhas de tensão na cicatriz. Normalmente, a cirurgia é considerada quando outras opções de tratamento falharam. Isso ocorre porque a cirurgia em si pode resultar em novas cicatrizes ()embora isso seja mais comum com o queloide do que com a cicatrização hipertrófica).

Os melhores resultados em cirurgia ocorrem quando se remove parte do queloide, com as incisões realizadas sem se atingir a cicatriz normal. Esta técnica é chamada de “debuking”.

O objetivo do debuking é reduzir o tamanho da cicatriz, sem estimular a pele a formar um novo queloide.

Ainda na sala de cirurgia, se utilizam os medicamentos injetáveis, como a triancinolona, como medida de controle de recidiva, seguidos de curativos oclusivos e compressivos.

A compressão ajuda a diminuir a vascularização e inibe a formação do tecido cicatricial. Folhas de gel de silicone também são indicadas a partir do momento em que a cicatriz esteja totalmente epitelizada, por volta de três semanas após a cirurgia.

Diferentes medidas adotas antes, durante ou após um procedimento cirúrgico ou após uma ferida por qualquer outra causa podem ser adotadas de forma preventiva para evitar a formação de queloides ou cicatriz hipertrófica.
Isso é válido especialmente para pessoas que já sofreram anteriormente com uma cicatriz, bem como pessoas com outros fatores de risco.

No caso de cirurgias eletivas, a aplicação de cremes hidratantes antes do procedimento pode ajudar a manter as propriedades elásticas da pele. Isso irá favorecer a cicatrização após a cirurgia.

A equipe médica deve evitar uma tensão excessiva sobre a pele. Em alguns momentos da cirurgia, são utilizados afastadores para que se possa visualizar as estruturas abaixo da pele. Quando se coloca muita tensão nestes afastadores, a pele pode apresentar sofrimento após a cirurgia, o que favorece a formação de uma cicatriz com pior aspecto do ponto de vista estético.

Durante o fechamento da ferida, é necessário que se tenha bastante cuidado para o fechamento das estruturas abaixo da pele. Isso permite que a pele seja fechada com um mínimo de tensão.

Existem diferentes tipos de pontos cirúrgicos, que podem ser aplicados em diferentes situações. O tipo de ponto cirúrgico também contribui para o melhor ou pior aspecto da cicatriz cirúrgica.

Após a cirurgia, é importante que a ferida seja mantida limpa e seca.

A ferida não deve ser exposta ao sol nos três primeiros meses de pós-operatório. Além disso, o paciente deve ser orientado a usar sempre protetor solar até o sexto mês.

Métodos como massagem da cicatriz, pressão local, uso de esparadrapo microporoso e vitamina E são descritos na prevenção de queloide, mas sem comprovação de eficácia.

Quando a pele é submetida a tensão excessiva, ela tende a formar uma cicatriz mais espessa. Isso não costuma ser um problema em procedimentos na face ou tronco. No entanto, a movimentação das pernas e braço após uma cirurgia nos membros é quase impossível de ser evitada.

Desta forma, é preciso ter ciência de que, nestas localizações, dificilmente será obtida uma cicatriz com o melhor aspecto do ponto de vista estético.

A aplicação de gel de silicone (Kelo-cote, Silicot, cicatricure, outros) sobre a cicatriz, a partir do momento em que a ferida esteja totalmente epitelizada (cerca de três semanas após a cirurgia) ajuda a melhorar o aspecto da cicatriz. No entanto, o silicone não terá efeito quando aplicado mais de 6 meses após a cirurgia.

O gel de silicone deve ser aplicado duas vezes ao dia, ao longo de 2 a 3 meses.