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Causas da Obesidade

Quais as principais causas da obesidade?

As principais causas da obesidade estão diretamente relacionado a dois fatores: quantas calorias são consumidas e quantas calorias são gastas ao longo de um dia.

Hábitos alimentares e sedentarismo, sem dúvidas, exercem uma forte influência no desenvolvimento da obesidade.

Reduzir o ganho ou a perda de peso a uma combinação destes dois fatores, porém, é uma atitude bastante simplista e que pode levar a decisões frustrantes e inefetivas. 

Outros fatores eventualmente implicados com a obesidade devem ser considerados, incluindo:

Estes fatores devem ser considerados e avaliados por todos aqueles que lutam para a perda de peso.

Hábitos alimentares

O consumo excessivo de açúcar, gordura trans e farinha branca é uma das principais causas da obesidade.

Estes nutrientes estão presentes em muitos alimentos industrializados de alto valor calórico e nutricionalmente pobres.

Especialmente no caso do açúcar de adição e da farinha branca, os alimentos são rapidamente digeridos e absorvidos, o que significa que ela volta a sentir fome e se alimentar rapidamente.

O ponto de partida para qualquer dieta deve ser uma dieta equilibrada, com alimentos nutricionalmente ricos. Isso envolve cortar o máximo possível o consumo de açúcar, farinha branca e gordura trans, além de um consumo moderado de Gordura saturada.

Tentativa de emagrecer com dietas inadequadas

Existem diversas dietas amplamente divulgadas com foco na perda de peso, com maior ou menor evidência para cumprirem com o que prometem.

A maioria delas de  fato são capazes de prover a perda de peso no curto prazo, até porque costumam ser adotadas em substituição a uma dieta nutricionalmente inadequada.

Especialmente no caso das dietas restritivas, porém, a maioria delas são abandonadas após um tempo relativamente curto. A pessoa então volta a ganhar o peso perdido, assim, que os velhos hábitos são retomados.

Dietas equilibradas, que restrigem apenas alguns alimentos nutricionalmente pobres, se mostram mais adequadas para uma perda de peso sustentada no longo prazo.

Discutimos mais sobre isso em um artigo sobre Dietas para emagrecer.

Compulsão Alimentar

A Compulsão alimentar é uma doença mental caracterizada por episódios recorrentes em que a pessoa come demais mesmo sem ter fome ou come tanto até o ponto de se sentir mal. Estes episódios acontecem pelo menos uma vez por semana ao longo de pelo menos três meses.

Qualquer pessoa pode comer demais de vez em quando, e isso não significa que ela tenha um distúrbio alimentar. A compulsão alimentar é um problema recorrente, não algo que acontece apenas em situações especiais, como uma festa ou almoço comemorativo.

Sedentarismo

O sedentarismo é outra das principais Causas da obesidade, por diferentes motivos:

  • O sedentarismo faz a pessoa gastar menos calorias, levando a um balanço calórico negativo ao final do dia;
  • Pessoas sedentárias apresentam metabolismo basal mais baixo, o que significa que ela gasta menos energia também durante os períodos de repouso;
  • Pessoas sedentárias têm menos massa muscular, que é o tecido com maior capacidade para gastar energia no nosso corpo;
  • Pessoas ativas aliviam o estresse do dia a dia com o exercício; pessoas sedentárias o fazem com a comida;
  • Pessoas sedentárias são mais susceptíveis a outros problemas que contribuem para o ganho de peso, como estresse, depressão e insônia.

Genética

Filhos de pais obesos têm muito mais probabilidade de se tornarem obesos do que filhos de pais magros.

Isso se justifica em parte por uma questão comportamental, uma vez que pessoas obesas muitas vezes possuem hábitos alimentares inadequados e estes hábitos alimentares também são passados de pai para filho.

Mas existe também uma influência genética. Os genes podem contribuir para o ganho de peso de diversas maneiras, incluindo:

  • Controle do apetite;
  • Sensação de saciedade,
  • Regulação do metabolismo;
  • Tendência à compulsão alimentar;
  • Distibuição de gordura corporal;
  • Tendência de usar a alimentação como forma de lidar com o estresse.

A influência genética é superestimada por alguns, que insistem em colocar a culpa da obesidade na herança familiar, apesar de adotarem uma dieta inadequada e estilo de vida sedentário e pouco saudável.

Por outro lado, pessoas com forte predisposição genética muitas vezes são taxados de preguiçosos, como se sua obesidade fosse simplesmente o resultado de falta de vontade e autocuidado.

Os dois extremos podem ser igualmente ruins.

Pesquisas sugerem que, para algumas pessoas, os genes respondem por apenas 25% da predisposição ao excesso de peso. Outras sugerem que a genética seja uma das principais causas da obesidade, com influência tão alta quanto 70% a 80% (1).

Ter uma ideia aproximada do papel que os genes desempenham no seu peso pode ser útil no tratamento da obesidade.

São sugestivos de uma forte influência genética para obesidade:

  • Pessoas que foram obesas durante toda ou grande parte da vida;
  • Pessoas com pais ou vários outros parentes próximos significativamente acima do peso.  Quando ambos os pais têm obesidade, a probabilidade de desenvolver obesidade chega a 80% (2).
  • Pessoas que não conseguem perder peso mesmo com a prática regular de atividade física e de dieta de baixa caloria por muitos meses.

Por outro lado, são sugestivos de menor participação genética:

  • Pessoas moderadamente acima do peso e que são capazes de perder peso quando seguem uma dieta razoável e um programa regular de exercícios.
  • Pessoas que perdem peso mas depois voltam a engordar durante as férias ou depois de mudar seus hábitos alimentares ou de exercícios, ou às vezes quando passa por problemas psicossociais.

Estas pessoas podem ainda ter uma forte influência genética, mas não tão forte que não seja possível de ser superada com algum esforço.

Insulina

A insulina é um hormônio muito importante que, entre outras coisas, regula o armazenamento de energia.

Uma pessoa que tem a insulina elevada terá maior dificuldade para usar a gordura corporal para a geração de energia. Além disso, ela promove a transformação da glicose no sangue em gordura.

Uma das melhores maneiras de diminuir a insulina é cortando o consumo de carboidratos simples ou refinados e aumentando a ingestão de Fibras Alimentares.

Medicamentos

Muitos medicamentos podem causar ganho de peso como efeito colateral. Entre eles, devemos considerar:

  • Antidepressivos;
  • Antipsicóticos;
  • Corticoides;
  • Medicamentos para a diabetes

Essas medicações atuam como causa da obesidade ao reduzir a taxa metabólica ou ao aumentando o apetite.

Resistência à leptina

A leptina é outro hormônio que desempenha um papel importante como causa da obesidade.

Ela é produzida pelas células de gordura e seus níveis sanguíneos aumentam com o aumento da massa gorda. Em pessoas saudáveis, a Leptina indica ao cérebro que os estoques de gordura estão satisfatórios e isso leva a uma redução no apetite.

Algumas pessoas obesas apresentam resistência à Leptina, o que indica falsamente para o cérebro que os estoques de gordura estão baixos e de que é preciso acumular meias gordura (3).

Acredita-se que este seja um dos principais fatores na patogênese da obesidade.

Hipotireoidismo

O Hipotireoidismo é uma condição na qual a glândula tireoide produz menor quantidade dos hormônios T3 e T4.

Estima-se que até 4% dos adultos nos EUA sofram com o hipotireoidismo, sendo que as mulheres são 7 a 10 vezes mais acometidas (4). Aproximadamente uma em cada dez mulheres com mais de 50 anos tem problema com os hormônios tireoideanos.

O hipotireoidismo contibui como causa da obesidade por diferentes mecanismos:

  • Diminui o metabolismo, fazendo com que o corpo gaste menos energia;
  • Provoca cansaço e letargia, o que leva a uma redução das atividades habituais e da prática de exercícios físicos.

Por outro lado, muitas pessoas culpam injustamente o hipotireoidismo pela obesidade. O ganho de peso em decorrência da deficiência de hormônios tireoideanos é geralmente limitado, de forma que outros fatores também precisam ser considerados (5).

Se o ganho de peso for o único sintoma de hipotireoidismo, é pouco provável que este ganho de peso tenha a tireoide como uma causa relevante. O hipotireoidismo nestes casos pode estar associado a um ganho de até 2 a 5kg. Este ganho está mais associado ao acúmulo de sais e água que também acontece no paciente com hipotireoidismo do que ao acúmulo de gordura.

Finalmente, uma vez que o hipotireoidismo esteja sendo tratado, a capacidade para perder peso não mais será afetada. Assim, o hipotireoidismo não deve ser responsabilizado pela dificuldade em se perder peso.

Síndrome dos Ovários Policísticos

A síndrome dos ovários policísticos é uma desordem endócrino-metabólica que acomete aproximadamente 10% das mulheres na idade reprodutiva (5).

Os principais sinais e sintomas da Síndrome de Ovários Policísticos incluem:

  • Excesso de hormônios masculinos (hiperandrogenismo);
  • Distúrbios menstruais (intervalos longos entre os ciclos ou ausência de ciclos menstruais);
  • Alterações de pele (aumento dos pelos, aumento da oleosidade, acne);
  • Presença de múltiplos cistos de forma simultânea na superfície do ovário.

O diagnóstico é feito por meio do ultrassom. Entretanto, é preciso considerar que mulheres com ovários policísticos sem desordens de ovulação ou hiperandrogenismo não devem ser consideradas como portadoras da síndrome dos ovários policísticos.

Até 60% dessas pacientes apresentam algum grau de obesidade (6), taxa muito superior à da população geral. Ainda assim, não existe consenso entre especialistas se a obesidade leva à formação dos ovários policísticos, se são os ovários policísticos que atuam como causa da obesidade ou se as duas coisas acontecem ao mesmo tempo.

Mulheres com obesidade e com a síndrome têm risco elevado para certas condições, incluindo:

O tratamento, na maior parte das vezes, é feito com o uso de Pílulas Anticoncepcionais. Além disso, é fundamental que a mulher tenha cuidado redobrado com a alimentação e realize atividades físicas regularmente.

Depressão

Obesidade e depressão são ambos problemas bastante prevalentes na população, sendo que a obesidade pode aumentar o risco de depressão e vice-versa.

Cerca de 13% da população apresenta sinais de depressão (7) e 43% dos adultos com depressão são obesos. Mais do que isso, 6% dos trabalhadores e 11% daqueles que não trabalham apresentam depressão sem ter ciência do diagnóstico (9), muitos destes também apresentando obesidade.

Pessoas com depressão podem ganhar peso por diferentes motivos, incluindo:

  • Uso da comida como forma de aliviar os sintomas emocionais; 
  • Tendência à adoção de um estilo de vida mais sedentário;
  • Efeito colateral de medicações usadas para o tratamento da depressão.

Por outro lado, pessoas obesas têm risco 55% maior de desenvolver depressão ao longo da vida do que pessoas com peso dentro da normalidade (10).

Identificar que uma pessoa obesa também tem depressão é de suma importância, não apenas porque a depressão pode ser tratada, mas também porque ela pode ser negativamente afetada por dietas muito restritivas.

Alguns dos principais sinais que podem indicar que uma pessoa esteja desenvolvendo depressão incluem:

  • Perda de interesse ou prazer nas atividades de que gostava de fazer;
  • Incapacidade de sair de casa ou da cama;
  • Mudanças irregulares no padrão de sono;
  • Sensação de cansaço contínuo e tendo dificuldade para realizar sua rotina diária.

Na presença de algum destes sintomas, é importante que realize uma avaliação médica antes de iniciar uma Dieta para perder peso.

Estresse

Pessoas com estresse crônico apresentam níveis elevados do hormônio cortisol, o qual aumenta a fome e o desejo por alimentos de alto teor calórico. Muitas destas pessoas usam a comida, especialmente doces e fast-foods, como uma válvula de escape para aliviar o estresse.

Pessoas estressadas muitas vezes dormem menos, comem muito rápido e têm maior dificuldade em se concentrar na refeição. Isso faz com que demorem mais para ter a percepção de saciedade.

Além disso, o estresse crônico contribui direta e indiretamente com a obesidade, uma vez que ele está associado a diversos outros problemas e comportamentos que contribuem para a obesidade.