Cardiotoxicidade Induzida pelo Tratamento para Câncer
O que é a Cardiotoxicidade Induzida pelo Tratamento para Câncer?
Cardiotoxicidade Induzida pelo Tratamento para Câncer se refere a qualquer dano ao coração que aconteça em decorrência dos diferentes tipos de tratamento oncológico.
Ela pode estar associada tanto à Quimioterapia como à Radioterapia ou à Terapia Alvo.
O dano ao coração tanto pode ter início precoce como pode se desenvolver anos após o tratamento do câncer ser finalizado.
Entretanto, o início tardio da cardiotoxicidade é mais comum entre aqueles que trataram o câncer durante a infância.
Estima-se que até 20% das pessoas submetidas a tratamento para câncer venham a desenvolver problemas cardíacos, com até 7% a 10% apresentando cardiomiopatia ou insuficiência cardíaca.
Fatores de Risco da Cardiotoxicidade Induzida pelo Tratamento para Câncer
Qualquer pessoa em tratamento para câncer pode desenvolver a cardiotoxicidade.
Alguns pacientes, porém, apresentam maior risco de desenvolver o problema.
Isso inclui aqueles que fizeram uso de tipos específicos de quimioterápicos ou aqueles que fizeram radioterapia no tórax.
Os tratamentos que mais preocupam em relação à cardiotoxicidade incluem:
- Antraciclinas, como a doxorrubicina: medicamentos quimioterápicos frequentemente usados para tratar leucemia, linfoma, câncer de mama, sarcoma ou mieloma múltiplo;
- Trastuzumab: medicamento usado em Terapia Alvo comumente usado no tratamento de certos tipos de câncer de mama, câncer de estômago ou câncer da junção gastroesofágica. É mais provável que o Trastuzumab cause cardiomiopatia se for combinado com a antraciclina;
- Radioterapia no tórax, frequentemente usada para tratar câncer de mama ou leucemia.
A cardiotoxicidade também é mais comum em pacientes que trataram o câncer durante a infância.
Como a Cardiotoxicidade Afeta o Coração?
A cardiotoxicidade pode causar vários problemas cardíacos, incluindo:
Cardiomiopatia.
- Infarto Agudo do Miocárdio;
- Doença Arterial Coronariana;
- Insuficiência Cardíaca;
- Doença das válvulas cardíacas;
- Arritmia;
- Hipotensão Arterial;
- Bradicardia;
- Insuficiência Cardíaca.
Quais São os Sintomas de Cardiotoxicidade?
Os sintomas relacionados à cardiotoxicidade dependem de como o coração é afetado. Eles podem incluir:
- Dor no peito;
- Palpitações do coração;
- Falta de ar (dispneia);
- Inchaço e retenção de líquidos nas pernas;
- Tontura;
- Distensão Abdominal.
Vale considerar aqui que muitos destes sintomas são comuns em um paciente em tratamento para câncer independentemente da cardiotoxicidade.
Como a Cardiotoxicidade é Diagnosticada?
Diferentes exames podem ser usados pelo Médico Cardiologista para o diagnóstico da cardiotoxicidade induzida pelo tratamento para o câncer.
O exame de triagem mais utilizado é o ecocardiograma. Mas, a depender de eventuais sintomas ou achados do ecocardiograma, outros exames poderão ser solicitados.
Ecocardiograma
O Ecocardiograma é o exame mais utilizado para o diagnóstico da cardiotoxicidade.
Neste exame, é possível avaliar a Fração de Ejeção do Ventrículo Esquerdo e o funcionamento das válvulas cardíacas.
A Fração de ejeção do Ventrículo Esquerdo mede a relação entre a quantidade de sangue que sai do ventrículo esquerdo a cada batimento e a quantidade que permanece sem ser ejetada.
Quando dizemos que uma pessoa tem uma fração de ejeção de 70%, isso significa que, de cada 10mL, 7mL são ejetados e 3mL permanecem no ventrículo.
Ressonância Magnética
A Ressonância Magnética permite avaliar as diferentes estruturas do coração e como o sangue flui pelo coração.
Teste ergométrico
O Teste Ergométrico, também chamado de Teste de Estresse Cardíaco, é um exame que permite a avaliação do funcionamento do coração durante o esforço.
O paciente realiza um esforço progressivo em esteira ou bicicleta ergométrica enquanto o coração é monitorado.
O exame é especialmente válido para a avaliação da Doença Arterial Coronariana.
Tomografia Computadorizada do Coração
A tomografia computadorizada é um exame de imagem que permite obter uma imagem detalhada das estruturas do coração.
O exame é geralmente indicado para avaliar pacientes com suspeita de cardiotoxicidade após radioterapia no tórax.
É Possível Prevenir a Cardiotoxicidade?
Não existe uma maneira de prevenir a cardiotoxicidade.
Por outro lado, a realização de exames de rotina regulares durante e após o tratamento permite a detecção precoce de eventuais alterações na função cardíaca, o que permite uma intervenção mais precoce.
Tratamento da Cardiotoxicidade Induzida Pela Quimioterapia
O tratamento da cardiotoxicidade depende se o paciente está em tratamento ou se já finalizou o mesmo, de qual o tipo de medicação em uso e de qual o tipo de comprometimento do coração.
Em alguns casos, poderá ser indicada a substituição ou suspensão de medicamentos.
Outros medicamentos poderão ser prescritos com o objetivo de ajudar seu coração a funcionar com mais eficiência.
A Cardiotoxicidade Pode ser Revertida?
A cardiotoxicidade pode ser reversível, a depender de qual a causa e o tipo de acometimento.
A cardiotoxicidade que surge em decorrência do uso de trastuzumabe pode ser reversível. Por outro lado, o dano cardíaco associado ao uso de antraciclinas muitas vezes não é reversível e requer tratamento de longo prazo.
A cardiotoxicidade relacionada à radiação torácica também é muito difícil de ser revertida e pode exigir tratamento a longo prazo.