Biópsia Hepática
O que é a biópsia hepática?
A biópsia hepática é um exame no qual pequenas amostras de tecido são removidas do fígado e avaliadas por microscópio, buscando identificar sinais de danos ou doenças no órgão.
Para que serve a biópsia hepática?
A biópsia pode ser usada com dois objetivos principais:
- Diagnóstico: quando métodos menos invasivos não forem suficientes para esclarecer a condição do paciente. Isso inclui, por exemplo:
- Hepatomegalia (fígado aumentado);
- Pele e/ou olhos amarelados (icterícia);
- Exames laboratoriais anormais que sugerem doença hepática;
- Alterações hepáticas observadas em exames de imagem (Ultrassonografia, Tomografia Computadorizada ou Ressonância Magnética);
- Estagiamento: a biópsia pode indicar a gravidade do comprometimento do fígado em uma doença já conhecida. Em alguns casos, isso pode ser importante para a escolha do tratamento.
Atualmente, o principal motivo para se indicar a biópsia é com o objetivo de estadiamento.
Isso porque o advento de testes sanguíneos para a mensuração de marcadores específicos de doenças hepáticas fez com que a biópsia hepática não fosse mais necessária para o diagnóstico etiológico de algumas condições.
Hepatites virais ou hepatite autoimune são algumas das condições que podem ser avaliadas com segurança por meio de marcadores específicos.
A Biópsia Hepática é capaz em alguns casos de identificar condições associadas e que contribuem para o comprometimento do fígado. Um exemplo disso é uma Doença Hepática Alcoólica sobreposta no paciente com Hepatite C.
Segundo um estudo com 365 pacientes, a biópsia hepática trouxe este tipo de informação adicional em aproximadamente 15% dos pacientes e mudou o tratamento proposto em 12% dos pacientes (1).
Contraindicações
A biópsia hepática pode não ser recomendada em algumas condições, entre elas:
- Problemas de coagulação do sangue;
- Ascite grave;
- Infecção do trato biliar ou de outros órgãos próximos ao fígado
Nas duas primeiras condições, uma biópsia transjugular pode eventualmente ser indicada.
Quais os tipos de biópsia Hepática?
Biópsia percutânea
A biópsia percutânea é o método mais utilizado para a Biópsia Hepática.
Ela é feita com o paciente deitado de barriga para cima e a mão direita posicionada atrás da cabeça, para permitir que o médico trabalhe na região do abdome.
Primeiramente, é feita uma anestesia local.
A seguir, uma pequena agulha é introduzida através da pele e direcionada ao fígado, para coletar uma amostra do tecido hepático.
Dependendo do problema do paciente, todo o fígado fica acometido. Isso significa que não existe um ponto específico do órgão para se realizar a biópsia, que pode tranquilamente ser feita sem o auxílio de exames de imagem.
Em outros casos, a biópsia precisa coletar uma amostra pontual de tecido comprometido. É o que acontece, por exemplo, na suspeita de um câncer. Para isso, a agulha de biópsia precisa ser direcionada por um exame de imagem, geralmente por ultrassom.
Todo este procedimento demora ao redor de 15 minutos.
Depois da biópsia, o paciente fica em observação por 2 a 4 horas antes de ser liberado para voltar para casa.
Biópsia laparoscópica
A biópsia laparosópica é feita sob anestesia geral.
Inicialmente, um tudo com uma câmera em sua extremidade é introduzida através de uma pequena incisão próxima do umbigo.
Desta forma, o cirurgião visualiza o interior do abdome em uma tela.
A agulha é introduzida através de um segundo tubo e direcionada ao fígado.
Por meio desta técnica, o médico tem uma melhor capacidade para escolher o ponto exato em que fará a colheita da amostra.
Biópsia Transjugular
A biópsia transjugular geralmente é feita no paciente que tem problemas de coagulação do sangue ou ascite.
Um cateter é introduzido através da veia jugular, no pescoço, e direcionada ao fígado.
Um meio de contraste é usado para permitir a visualização da veia nas radiografias.
A seguir, uma agulha é introduzida pelo cateter e chega ao fígado, onde é feita a colheita da amostra.
Complicações
As principais complicações relacionadas à Biópsia Hepática é o sangramento e a dor.
Sangramento
O sangramento interno é uma complicação grave da biópsia hepática.
O sangramento pode causar sinais e sintomas como dor intensa redução da pressão arterial e aumento da frequência cardíaca.
Em alguns casos, pode ser necessária a realização de transfusão sanguínea ou um segundo procedimento para estancar o sangramento.
Sangramento grave ocorre em aproximadamente uma a cada 2.500 a 10.000 biópsias hepáticas (2).
Dor
A dor é a complicação mais comum após uma biópsia hepática.
Ela geralmente acomete a região superior direita do abdome ou o ombro direito.
Na maioria dos casos, a dor é leve e desaparece dentro de algumas horas após a biópsia. Quando a dor é intensa ou prolongada (além de poucas horas), pode ser um sinal de hemorragia interna.