Atividade física para pessoas obesas

A atividade física é um dos pilares do tratamento da obesidade, sendo o principal motivador para grande parte das pessoas que iniciam a prática de exercícios.

O exercício contribui para a perda de peso de diferentes formas:

1. Aumento do gasto energético durante e após o exercício;

• O músculo é o tecido que mais gasta energia no corpo. Assim, um corpo mais musculoso contribui para um maior gasto energético.
• Os alimentos de alto valor calórico são muitas vezes usados por pessoas obesas como válvula de escape para lhe dar com o estresse da vida diária. Com as necessárias mudanças nos hábitos alimentares, o exercício pode assumir o vazio deixado pela ausência desses alimentos;

O exercício tem diversos outros benefícios para as pessoas obesas além de ajudar na perda de peso propriamente dita. Ele melhora a capacidade funcional do indivíduo, o que significa o mesmo passa a se cansar menos para fazer as mesmas atividades. A qualidade de vida melhora.

Por fim, obesidade e sedentarismo são ambos fatores de risco independentes para condições como Doença Arterial Coronariana, Acidente Vascular Cerebral ou diabetes, entre diversas outras condições. O exercício ajuda na prevenção de todas essas condições, independentemente dos efeitos sobre o peso.

A atividade física não deve nunca ser vista como um sofrimento necessário para se atingir a perda de peso, mas sim como parte de uma mudança no estilo de vida que deve envolver também melhora da alimentação, melhora do sono e redução do estresse. Para que seja possível manter a mudança de estilo de vida no longo prazo, é fundamental que o indivíduo se sinta bem e feliz com o exercício, seja ele qual for.

Como regra geral, as mesmas recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) são válidas também para os obesos. Isso significa:

Pelo menos 150 minutos de atividade aeróbica de intensidade moderada divididos na maior parte dos dias da semana;

Pelo menos dois períodos de treino de força e dois períodos de treino de equilíbrio por semana.

Quando possível, os treinos devem evoluir para até 300 minutos por semana. Caso não esteja fisicamente preparado para fazer os 150 minutos por semana, qualquer nível adicional de atividade terá benefícios. No entanto, mudanças repentinas na prática de exercícios não apenas tendem a ser abandonadas, como aumentam o risco de lesões.

Por fim, precisamos considerar também outras condições que possam limitar a prática de atividade física por pessoas obesas. Dores musculoesqueléticas são muito comuns nesses pacientes. Embora atividades com impacto sejam recomendadas quando possível, pessoas com dor articular podem se beneficiar de atividades com menor impacto articular.

Exercícios aeróbicos envolvem atividades prolongadas e cíclicas, como caminhada, corrida, natação, elíptico e outros. São os exercícios que mais geram gasto energético, de forma que têm um papel direto na perda de peso.

O volume dos exercícios é mais importante do que a intensidade. Mas isso depende de fatores como a experiência prévia com atividades físicas e a capacidade física do indivíduo.

Os exercícios aeróbicos podem ser grosseiramente classificados da seguinte forma:

• Atividades leves: permitem uma conversa regular
• Atividades moderadas: permitem frases completas, mas não uma conversa regular;
• Atividades leves: permite falar palavras isoladas, mas não frases completas.

O mais indicado para a perda de peso são as atividades de intensidade moderada.

Para pessoas mais limitadas fisicamente, a caminhada é uma excelente atividade. Para aqueles com maior capacidade física, deve-se dar preferência para exercícios com maior esforço cardiovascular.

O gasto energético imediato provido pelos exercícios de força é menor quando comparado com os exercícios aeróbicos, uma vez que eles promovem uma elevação mais limitada na frequência cardíaca. No entanto eles são fundamentais para quem quer perder peso, por diferentes motivos:

O músculo é o tecido que mais gasta energia no corpo. Assim, ter um corpo mais musculoso ajuda a aumentar o gasto energético. Pessoas com menos massa muscular não são capazes de desenvolver um gasto energético significativo durante a atividade física.

Desenvolver força ajuda também a dar um melhor suporte físico para o corpo, aumentando assim a capacidade funcional do indivíduo, seja no dia a dia ou durante outras atividades físicas.

A obesidade e o sedentarismo são ambos fatores de risco cardiovascular. Ao mesmo tempo que o risco cardiovascular diminui com a prática regular de atividades físicas, o exercício pode pontualmente levar a um maior risco de eventos cardiovasculares agudos.

Assim, antes de iniciar a prática de exercícios regulares, a avaliação pré-participação é fundamental para a avaliação da saúde cardiovascular e para eventuais ajustes na prescrição de exercício. Quando isso é feito, os benefícios em potenciais superam muito os eventuais riscos para a maior parte das pessoas.