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Asma Induzida por Exercício

O que é a Asma Induzida por Exercício?

A asma induzida pelo exercício, ou Broncoespasmo Induzida por Exercício, é um estreitamento das vias aéreas inferiores desencadeado por exercícios físicos extenuantes. Ela pode acometer desde atletas recreativo de fim de semana até a elite do esporte olímpico.

Assim como em outras formas de Asma, há uma combinação de três processos simultâneos que dificultam a passagem do ar pelas vias aéreas:

  • Broncoespasmo: Os músculos ao redor das vias aéreas se contraem, estreitando as vias de passagem do ar.
  • Inflamação: O revestimento das vias aéreas fica inchado, o que dificulta ainda mais a passagem do ar;
  • Produção de muco: as membranas que revestem as vias aéreas passam a produzir maior quantidade de muco. Este muco espesso ajuda a obstruir as vias aéreas.

Ela provoca sintomas como falta de ar, chiado, tosse e outros sintomas, que se iniciam durante ou pouco após o exercício.

A maioria das pessoas com Asma induzida pelo exercício pode continuar a se exercitar e permanecer ativa tratando os sintomas com medicamentos para asma e tomando medidas preventivas.

Sintomas da Asma Induzida por Exercício

Os principais sinais e sintomas da Asma Induzida pelo Exercício incluem:

  • Chiado, tosse seca e falta de ar;
  • Aperto ou dor no peito;
  • Fadiga durante o exercício;
  • Desempenho atlético abaixo do esperado.

Geralmente, os sintomas se iniciam cerca de 6 a 8 minutos após o início do exercício intenso e tende a desaparecer após o uso de medicamentos ou após 20 a 40 minutos de repouso.

Entretanto, existem casos esporádicos em que a crise se inicia até 4 a 10 horas após o fim do exercício.

Fatores de risco para a Asma Induzida por Exercício

Pessoas com asma induzida por exercício habitualmente têm vias aéreas excessivamente sensíveis a mudanças repentinas de temperatura e umidade, especialmente quando respiram ar mais frio e seco.

Durante atividades extenuantes, as pessoas tendem a respirar pela boca, favorecendo as crises de asma induzida pelo exercício.

A respiração pela boca permite que o ar frio e seco entre diretamente nos pulmões, sem o benefício do calor e da umidade que a respiração nasal fornece.

Como resultado, o ar é umedecido a apenas 60-70% de umidade relativa. Enquanto isso, a respiração pelo nariz aquece e satura o ar, que fica com cerca de 80 a 90% de umidade.

Outros fatores podem contribuir para o desencadeamento dos sintomas, incluindo a poluição do ar e o cloro das piscinas.

Diagnóstico da Asma Induzida por Exercício

O diagnóstico é feito a partir da história clínica. Ele pode ser confirmado por exames de espirometria e o teste provocativo.

Espirometria

A espirometria envolve uma série de medidas que ajudará, entre outras coisas, a identificar a quantidade de ar exalada após uma respiração profunda e a velocidade com que este ar é exalado.

Isso é importante para se fazer o diagnóstico diferencial da asma e de outros problemas respiratórios.

Inicialmente, é usado um clipe nasal para fechar as narinas, de modo a impedir a respiração nasal durante o exame.

O paciente é então orientado a soprar em um tubo com bocal descartável, que é ligado a um aparelho chamado espirômetro. 

Quando orientado, precisa encher os pulmões com ar e soltar com força, tudo de uma só vez, com a maior força e rapidez possível.

Depois disso, o paciente faz uso de um broncodilatador e repete o exame. Esta parte da avaliação é chamada de Teste provocativo. Nos pacientes com asma, o broncodilatador leva a uma melhora no fluxo de ar.

A espirometria pode também ser feita antes e após a realização de um exercício.

Teste provocativo

Para fazer este teste, o paciente é colocado para se exercitar, geralmente em uma esteira ergométrica. Quando isso não for suficiente, o teste poderá ser repetido nas condições da vida real, incluindo, por exemplo, o exercício realizado ao ar livre.

O objetivo é avaliar se de fato o exercício é a causa dos sintomas.

Atividade física e esportiva para pacientes com asma

Ao mesmo tempo em que a atividade física pode provocar uma crise no paciente com asma (incluindo a Asma induzida pelo exercício), ela é fundamental para o controle da doença no longo prazo e para o bem-estar geral do paciente.

Isso acontece porque o exercício pode fortalecer os músculos respiratórios do tórax e ajudar seus pulmões a funcionar melhor.

O diagnóstico da Asma Induzida pelo exercício, desta forma, não deve ser usado como justificativa para que uma pessoa deixe de se exercitar. Mais do que isso, ela deve ser vista como parte do tratamento do paciente com asma.

Discutimos mais a respeito da Atividade física e esportiva no paciente com asma em um artigo específico.

Tratamento da Asma Induzida por Exercício

O tratamento deve incluir:

  • Medicamentos pré-exercício;
  • Medicamentos de controle de longo prazo;
  • Tratamento da crise asmática.

Medicamentos de controle de longo prazo

Medicamentos de controle de longo prazo podem ser indicados para para o controle da asma crônica subjacente e, também, quando o tratamento pré-exercício sozinho não for eficaz. 

Entre eles, incluem-se:

Broncodilatadores inalatórios de ação prolongada

Os broncodilatadores são remédios que dilatam os brônquios dos pulmões facilitando a entrada de ar. 

Para o tratamento a longo prazo, devem ser considerados os broncodilatadores de ação prolongada. Estes medicamentos demoram mais para começar a agir, de forma que não são indicados para uma crise aguda de asma. Entretanto, seus efeitos são prolongados, geralmente por cerca de 12 horas após o uso.

Alguns exemplos de broncodilatadores inalatórios de ação prolongada são o salmeterol e o formoterol.

Corticoides inalatórios

Os corticoides são medicamentos com ação anti-inflamatória, capazes de reduz a inflamação crônica presente nos pulmões do paciente asmático. 

Eles devem ser usados diariamente para o controle da asma e prevenção da crise asmática.

Alguns exemplos de corticoides inalatórios incluem:

  • Beclometasona;
  • Fluticasona;
  • Budesonida.

Ao contrário dos corticosteróides orais, os corticosteróides inalatórios têm um risco relativamente baixo de efeitos colaterais graves.

Entretanto, podem ser necessários vários dias ou semanas antes que eles atinjam seu benefício máximo.

Bloqueadores dos leucotrienos

Os bloqueadores dos leucotrienos agem impedindo o estreitamento e inchaço das vias respiratórias dos pulmões, causado pelos leucotrienos. 

O medicamento mais usado nesta classe é o Montelucaste (Singulair).

A medicação é usada em conjunto com os corticoides inalatórios, quando estes não estiverem sendo suficientes para o controle dos sintomas do paciente.

Ela não deve ser indicada para crises agudas da asma

Tratamento da crise de Asma

O tratamento da crise de asma tem por objetivo o alívio imediato dos sintomas Respiratórios. Isso é geralmente feito por meio dos medicamentos broncdilatadores de ação curta.

Corticoides sistêmicos devem ser considerados nos casos mais graves.

Uma vez que a asma esteja bem controlada, o uso dos medicamentos de alívio para a asma deve ser feito de forma ocasional.

No caso de pacientes que estejam fazendo o uso destes medicamentos com muita frequência, é recomendado que se faça um ajuste na medicação de manutenção para a asma.

Entre eles, incluem-se:

Broncodilatadores inalatórios de ação curta

Os broncodilatadores são remédios que dilatam os brônquios dos pulmões facilitando a entrada de ar. 

Para o tratamento das crises, são indicados aqueles de ação curta. São medicamentos que começam a agir dentro de poucos minutos, mas que têm efeito por período limitado, geralmente entre 4 e 6 horas.

Os medicamentos mais utilizados nesta classe são o Salbutamol e o Fenoterol.

Os beta-agonistas de ação curta podem ser tomados por meio de um inalador portátil ou um nebulizador, uma máquina que converte medicamentos para asma em uma névoa fina. Eles são inalados através de uma máscara facial ou bocal.

Corticoides de ação sistêmica

Durante a crise de asma, o corticoide de ação sistêmica deve ser preferido em relação ao corticoide inalatório.

São medicamentos usados por via oral ou intravenosa, como a metilprednisolona. Estes remédios não devem ser usados por tempo prolongado para o tratamento da asma.

Vacina anti-alergia (imunoterapia)

A vacina anti-alérgica, também chamada de Imunoterapia, é um procedimento que tem por objetivo a dessensibilização de uma alergia específica.

Ela envolve a administração a intervalos regulares de doses progressivamente crescentes (fase de indução) seguida de doses constantes (fase de manutenção) do extrato ao que a pessoa é alérgica. 

Com o tempo, espera-se que a pessoa deixe de reagir ao exercício ou tenha reações mais leves.

Ela pode ser recomendada a partir dos 5 anos de idade, geralmente para pessoas que tiveram uma reação alérgica moderada a grave.