Antidepressivos
Indicações
Os medicamentos antidepressivos são uma opção de primeira escolha para o tratamento da Depressão. Além disso, eles também podem ajudar no tratamento de Transtornos de ansiedade e eventualmente no tratamento da dor e da Insônia.
Existem diferentes tipos de antidepressivos, que atuam equilibrando certas substâncias químicas no cérebro chamadas de neurotransmissores. Cada classe de antidepressivo funciona de uma maneira ligeiramente diferente para aliviar os sintomas de depressão.
A depressão pode se manifestar de diferentes maneiras em diferentes pessoas. Dependendo dos sintomas apresentados pelo paciente, o Médico Psiquiatra poderá optar por um ou outro tipo de antidepressivo.
Todos os antidepressivos estão associados a potenciais efeitos colaterais. Entretanto, cada pessoa responde de uma forma particular, tanto em relação aos potenciais benefícios como em relação aos efeitos colaterais.
Em alguns casos, a falta de resposta à medicação ou os efeitos colaterais apresentados podem justificar ser a substituição ou a descontinuação de um antidepressivo.
Antes de se optar pela descontinuação da medicação, é preciso considerar que o efeito do antidepressivo não é imediato.
Algum benefício pode ser observado após 2 a 4 semanas. Mas, geralmente, leva de 6 a 8 semanas até que os benefícios máximos sejam percebidos (1).
Por outro lado, os efeitos colaterais tendem a se manifestar precocemente e podem diminuir ou desaparecer completamente com o tempo, conforme seu corpo se acostuma com a medicação.
Quais as principais classes de antidepressivos?
As principais classes de antidepressivos são:
- Antidepressivos tricíclicos (AT): Imipramina, Amitriptilina, Nortriptilina (Pamelor®), doxepin (Silenor);
- Inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRS): Fluoxetina (Prozac), Citalopram, Sertralina (Zoloft), escitalopram (Lexapro);
- Inibidores da recaptação de serotonina e norepinefrina (ISRSN): Duloxetina (Cymbalta®);
- Inibidores seletivos da recaptação de noradrenalina e dopamina (ISRND): Bupropiona.
Efeitos colaterais
Geralmente, cada classe de antidepressivo está associada a certos tipos de efeitos colaterais.
Além disso, cada pessoa responde de uma forma específica ao antidepressivo e os efeitos colaterais também podem variar bastante. O mesmo paciente pode ter efeitos colaterais importantes com um tipo de antidepressivo, mas pode tolerar super bem um outro tipo.
Na tabela abaixo, apresentamos uma comparação geral de alguns dos efeitos colaterais mais comuns associados a diferentes classes de antidepressivos.
Ao usar esta tabela, é preciso considerar que:
- Cada pessoa reage de maneira diferente aos antidepressivos. A tabela mostra os efeitos colaterais mais comuns com cada tipo de antidepressivo, mas isso não significa que você não possa ter efeitos adicionais não listados aqui.
- Você provavelmente não terá alguns dos efeitos colaterais comumente associados a uma determinada classe de antidepressivos.
- Diferentes medicamentos pertencentes a uma mesma classe de antidepressivos podem estar habitualmente associados a diferentes tipos de efeitos colaterais
- Alguns efeitos colaterais podem diminuir ou desaparecer completamente com o tempo, conforme seu corpo se acostuma com a medicação.
EFEITO COLATERAL | AT | ISRS | ISRSN | ISRND |
Dor de cabeça | X | X | X | X |
Diarréia | X | X | ||
Boca seca | X | X | X | X |
Fadiga | X | X | X | X |
Sudorese | X | X | X | X |
Tontura | X | X | X | X |
Visão turva | X | X | ||
Distúrbios sexuais | X | X | X | |
Sonolência | X | X | X | |
Insônia | X | X | X | X |
Ganho de peso | X | X | ||
Perda de peso | X | X |
Qual é o melhor antidepressivo?
Os antidepressivos atuam equilibrando certas substâncias químicas no cérebro chamadas de neurotransmissores. São eles:
- Norepinefrina (noradrenalina)
- Epinefrina (adrenalina)
- Dopamina
- Serotonina
A depressão está associada a uma redução na quantidade de um ou mais destes neurotransmissores.
Cada neurotransmissor regula funções cerebrais específicas, de forma que os efeitos específicos de cada um deles costumam estar relacionados a certos tipos de sintomas.
Desta forma, não é possível dizer que um ou outro tipo de antidepressivo é melhor, mas sim que cada pessoa reage melhor a certos tipos de antidepressivos.

Por quanto tempo os antidepressivos devem ser usados?
Muitos pacientes param de tomar antidepressivos assim que os sintomas desaparecem. Entretanto, isso aumenta o risco de os sintomas da depressão retornarem.
Como regra geral, é recomendável que se aguarde seis a nove meses antes de pensar em interromper a medicação. No caso de pessoas que tiveram três ou mais recorrências de depressão, podem ser necessários ao menos dois anos.
É importante ainda evitar parar a medicação em um momento de maior estresse ou de uma mudança significativa na vida, como um novo emprego ou uma doença.
Como parar de tomar os antidepressivos?
Aproximadamente 30% dos pacientes pararam de tomar os antidepressivos dentro de um mês após o início do tratamento e entre 45% e 60% interromperam o tratamento prescrito nos três primeiros meses (1).
A decisão de parar de tomar um antidepressivo pode estar associada à melhora dos sintomas, à falta de eficácia ou em decorrência dos efeitos colaterais.
Independente de qual o motivo para interromper o antidepressivo, a retirada não deve ser feita de forma abrupta, pelo risco do aparecimento de sintomas de abstinência.
Isso é válido especialmente quando o antidepressivo estiver sendo usado a mais de quatro a seis semanas.
O plano de retirada deve ser feito junto com o Médico Psiquiatra e, geralmente, envolve uma redução gradual a cada duas a seis semanas.
O cronograma depende de qual antidepressivo está sendo usado, há quanto tempo o paciente está tomando, da dose atual e eventualmente de experiências anteriores com a retirada de antidepressivos.
Os sintomas de abstinência podem aparecer em um ou dois dias após a descontinuação do antidepressivo e pode incluir sintomas como:
- Ansiedade
- Insônia
- Dor de cabeça
- Tontura
- Fadiga
- Irritabilidade
- Náusea
- Retorno dos sintomas de depressão
Sintomas de abstinência de antidepressivos não significa vício.
O vício está associado a alterações químicas nocivas e de longo prazo no cérebro e outros aspectos que não são observados com os antidepressivos, incluindo desejos intensos pela medicação e a incapacidade de controlar o uso.
Os antidepressivos não causam esses problemas.
Em alguns casos, pode ser difícil diferenciar se os sintomas estão associados à abstinência ou ao retorno dos sintomas de depressão.
Se os sintomas de depressão retornarem, pode ser necessário voltar a tomar o antidepressivo novamente ou iniciar alguma outra medicação.