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Amputação de membros inferiores

Indicações para a amputação

A amputação pode ser indicada por diferentes motivos, incluindo:

  • Infecção grave no membro
  • Gangrena: morte tecidual, geralmente em decorrência de infecção ou Doença Arterial Periférica.
  • Complicações de diabetes.
  • Lesão traumática grave no membro.

Como é feita a amputação?

A menos que a amputação precise ser realizada em caráter de urgência, o paciente deve passar por uma avaliação completa antes da cirurgia para, entre outras coisas, determinar o tipo de amputação mais adequado e os diferentes fatores que podem afetar a reabilitação.

A maioria das amputações envolve a remoção de parte de um membro, ao invés de todo o membro.

A técnica de amputação varia a depender da causa e do tipo de comprometimento que levou a amputação. O cirurgião deve buscar não apenas salvar o máximo possível do membro, mas também que o coto apresente estabilidade e funcionalidade adequada para prover o máximo de função possível evitando-se possíveis complicações.

O osso deve ter uma boa cobertura muscular para evitar que machuque e provoque feridas na perna. Já a musculatura precisa ser adequadamente fixada ao coto.

Em alguns casos, pode ser necessária uma cirurgia adicional para corrigir complicações da amputação, como a dor no coto de amputação, infecção ou problemas de cicatrização. Isso é mais comum nos casos de amputações realizadas de forma emergencial e também nos casos com comprometimento vascular crônico, como nos pacientes com pé diabético.

Cuidados iniciais pós-amputação

Os cuidados adequados após a amputação são fundamentais para se obter um coto adequado para receber a prótese.

O curativo deve ser mantido em bom estado e seco. O médico deve ser consultado no caso de vermelhidão, palidez, pele azulada ou no caso de secreção amarelada, mal cheiro ou dor forte.

Quando em repouso, deve-se deixar o membro em posição neutra, sem o uso de almofadas ou travesseiros sob o coto. Isso é importante para evitar contraturas ou deformidades.

Além disso, o paciente deve ser estimulado a movimentar o coto em todas as direções algumas vezes por dia, evitando-se períodos prolongados em uma mesma posição.

Enfaixamento

Após a retirada dos pontos e boa cicatrização da ferida, inicia-se o enfaixamento do coto, com o objetivo de deixa-lo em formato cônico, diminuindo o inchaço e a sensibilidade. No inicio, o coto é mantido enfaixado por apenas alguns minutos. Conforme a adaptação do paciente, o tempo de enfaixamento aumenta gradativamente até conseguir permanecer com o coto enfaixado ao longo de todo o dia. Ao enfaixar, é importante evitar uma pressão excessiva, para que a circulação sanguínea no coto não seja comprometida.

Dessensibilização do coto

A dessensibilização do coto é um estímulo externo realizado com a ajuda de diferentes materiais, com o objetivo de devolver a sensibilidade na região amputada.

Entre os materiais utilizados para a dessensibilização, incluem-se a toalha, cubo de gelo, escova de dente, algodão, esponjas ou mesmo uma lixa.

Dor no coto de amputação

A dor no coto de amputação decorrente do extenso trauma tecidual é um problema comum no período inicial após uma amputação.

Enquanto a maioria dos pacientes experimenta a resolução da dor uma vez passados os primeiros meses após a amputação, uma pequena parte continua a sofrer cronicamente com o problema.

Entre as possíveis causas para isso incluem-se:

  • Esporões e proeminências ósseas.
  • Insuficiência arterial.
  • Formação de neuromas.
  • Infecção tecidual, especialmente a osteomielite.
  • Problemas com o ajuste da prótese.

Título

A sensação fantasma refere-se a qualquer experiência sensorial não dolorosa percebida como sendo proveniente do membro ausente. Esta é uma experiência quase universal no pós-operatório precoce.

A dor pode ser descrita como intermitente, em queimação ou com a sensação de um choque, entre outras formas. Ela pode ter duração de minutos a horas. Uma pequena minoria de pacientes, predominantemente aqueles com doença vascular isquêmica, sente a dor fantasma de maneira constante e incessante. A intensidade da dor pode variar de leve a grave.

Impacto psicológico da amputação

A forma como a amputação impacta a funcionalidade de cada pessoa é bastante variável. Ela depende da causa e nível da amputação, da saúde geral de saúde paciente, da qualidade da reabilitação e da protetização (quando indicada) e, em grande parte, da saúde emocional do paciente.

A perna amputada e reabilitada pode ser muito mais funcional do que um membro gravemente comprometido. Ainda assim, pessoas diferentes podem encarar a amputação de maneira muito diversa. Alguns encaram a amputação como uma derrota, como algo que é feito quando nada mais dá certo. Outros a vêm como uma esperança de dias melhores.

Muitos relatam emoções como tristeza e luto, semelhantes à experiência da morte de um ente querido.

Algumas pessoas encaram a amputação como uma derrota, como algo que é feito quando nada mais dá certo. Sentimentos como depressão, ansiedade, negação e pesar são muitas vezes observados no paciente amputado, podendo ter um impacto bastante negativo para a recuperação do paciente.

Apresentar exemplos de superação de pacientes com uma realidade parecida com a do paciente pode ser uma estratégia interessante.

Reabilitação pós-amputação

A reabilitação pós amputação deve ser iniciada assim que possível, geralmente no dia seguinte a cirurgia.

Exercícios são feitos para preparar a musculatura para o eventual uma posterior de uma prótese e para manter a mobilidade no membro, evitando-se contraturas.

A fisioterapia pré-protetização geralmente dura de 30 a 60 dias, mas pode durar até seis meses ou mais, enquanto a ferida cicatriza.

Neste momento, o objetivo é trabalhar força e mobilidade do coto e o controle do edema. Além disso, é fundamental que se trabalhe o fortalecimento dos membros superiores, uma vez que eles terão grande exigência no processo de recuperação.

Protetização

A utilização de uma prótese após uma amputação requer um maior gasto energético, quando comparado com o membro pré amputação, sendo que quanto mais alta a amputação, maior o gasto energético.

Pessoas mais frágeis ou com outros problemas de saúde têm uma capacidade limitada de resposta a esta demanda energética aumentada e podem não ter condições para a protetização. Elas poderão precisar de muletas ou cadeira de rodas de forma definitiva.

Dependendo do nível de amputação, a protetização pode ser pouco efetiva mesmo para pessoas com porte físico mais atlético.

Quando indicado, existem diferentes tipos de próteses. A escolha da prótese mais adequada depende de fatores como:

  • Nível da amputação;
  • Força muscular no coto de amputação;
  • Saúde geral
  • Eventual preocupação cosmética.