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Alergia Medicamentosa

O que é a Alergia Medicamentosa?

A Alergia medicamentosa se caracteriza por uma reação anormal do sistema imunológico em resposta a um medicamento. 

Qualquer medicamento tem potencial para induzir uma reação alérgica. Entretanto, isso é mais provável com certos medicamentos.

Esses incluem:

  • Antibióticos especialmente a penicilina e as sulfonamidas
  • Analgésicos, como aspirina, ibuprofeno e naproxeno;
  • Anticonvulsivantes; 
  • Medicamentos quimioterápicos para o tratamento do câncer;
  • Medicamentos para doenças autoimunes, como a artrite reumatoide.

Quais são os sinais e sintomas sugestivos de Alergia Medicamentosa?

Para a maior parte das pessoas, a Alergia Medicamentosa produz sinais e sintomas que são desconfortáveis, mas não grave. 

Entretanto, ela pode em alguns casos ser muito grave ou até mesmo fatal. 

Os sintomas geralmente se desenvolvem dentro de uma hora após o uso do medicamento.

Os sinais e sintomas mais comuns incluem:

  • Urticária (placas avermelhadas acompanhadas de prurido);
  • Erupção cutânea;
  • Febre;
  • Inchaço nas articulações;
  • Coriza (corrimento nasal);
  • Coceira e lacrimejamento ocular.

Em algumas pessoas, a alergia medicamentosa pode desencadear uma reação alérgica grave chamada de anafilaxia. Nestes casos, outros sinais e sintomas podem se fazer presentes, incluindo:

  • Constrição ou fechamento das vias aéreas;
  • Dificuldade para respirar;
  • Queda grave da pressão arterial;
  • Pulso rápido;
  • Tontura, vertigem ou perda de consciência;
  • Vômitos, diarreia e cólicas abdominais.

O tratamento de emergência é fundamental para a anafilaxia. Quando não for prontamente tratada, ela pode causar coma ou até mesmo a morte.

Qual a causa da Alergia Medicamentosa?

A Alergia Medicamentosa ocorre quando o sistema imunológico identifica erroneamente uma substância presente no medicamento como nociva.

Quando isso acontece, o sistema imunológico desenvolve um anticorpo específico para combater esta substância.

Isso pode acontecer na primeira vez que uma pessoa toma um medicamento, mas pode também ocorrer apenas após exposições repetidas.

Na próxima vez que o paciente toma o mesmo medicamento, esses anticorpos acionam as células de defesa para combater à nova “agressão”. Elas levam à liberação de histamina e outras substâncias químicas responsáveis pelos sintomas da alergia medicamentosa.

Algumas reações alérgicas podem resultar de um processo um pouco diferente, capaz de produzir resposta alérgica já na primeira vez que o paciente toma o medicamento.

Reações medicamentosas não alérgicas

Reações adversas aos medicamentos são eventos comuns. Uma pessoa pode desenvolver uma erupção cutânea ou outras reações ao tomar um determinado medicamento, enquanto outra pessoa não ter nenhuma reação com o mesmo medicamento.

Entre 90 e 95% destas reações nada têm que haver com o sistema imunológico (1).  Embora possam compartilhar de sintomas em comum, estes casos não devem ser considerados como reação alérgica.

Uma condição comum é chamada de reação de hipersensibilidade não alérgica ou reação medicamentosa pseudoalérgica.

Os medicamentos mais comumente associados a essa condição incluem:

  • Aspirina;
  • Corantes usados ​​em exames de imagem (meios de radiocontraste);
  • Opiáceos para o tratamento da dor;
  • Anestésicos locais.

Fatores de risco para a Alergia Medicamentosa

Embora qualquer pessoa possa ter uma reação alérgica a um medicamento, alguns fatores podem aumentar este risco. 

Entre eles, devemos considerar:

  • Histórico de outras alergias, especialmente de alergia alimentar;
  • Histórico pessoal ou familiar de alergia a medicamentos;
  • Aumento da exposição a um medicamento, devido a altas doses, uso repetitivo ou uso prolongado;
  • Uso de medicamentos injetáveis ou em pomadas, ao invés de comprimidos;
  • Certas doenças comumente associadas a reações alérgicas a medicamentos, como infecção por HIV ou vírus Epstein-Barr.

Diagnóstico da Alergia Medicamentosa

O diagnóstico preciso feito pelo Médico alergologista é essencial.

Muitos pacientes referem alergia medicamentosa que nunca foram adequadamente investigados. Em muitos destes casos, nada mais houve do que efeitos colaterais característicos do medicamento em questão.

Alergias medicamentosas mal diagnosticadas podem resultar no uso de medicamentos menos apropriados ou mais caros. Podem também resultar no tratamento insuficiente.

Testes cutâneos

O Teste cutâneo busca identificar a reação a um determinado medicamento. Neste teste, uma pequena quantidade do medicamento suspeito é aplicado sob a pele do antebraço ou nas costas.

O médico ou outro profissional de saúde injeta uma pequena quantidade da substância suspeita de causar alergia sob a pele.

Quando o teste leva ao aparecimento de um inchaço vermelho e coceira, ele é considerado positivo. Este resultado será indicativo da alergia medicamentosa.

O resultado negativo, por outro lado, não é tão claro.

Para alguns medicamentos, um resultado negativo indica que o paciente não é alérgico ao medicamento.

Para outros medicamentos, ele não será suficiente para descartar completamente a alergia medicamentosa.

Teste provocativo

Se o diagnóstico de uma alergia medicamentosa for incerto e seu médico julgar que uma alergia é improvável, ele poderá recomendar um teste provocativo. Com este procedimento, o paciente recebe de duas a cinco doses do medicamento, começando com uma pequena dose e aumentando até a dose terapêutica.

Caso o paciente receba a dose terapêutica sem reação, conclui-se que o paciente não é alérgico e que ele pode usar o medicamento normalmente.

Tratamento da reação alérgica

No caso de uma reação alérgica medicamentosa, poderão ser consideradas as seguintes terapêuticas:

  • Retirada do medicamento: em muitos casos, esta pode ser a única intervenção necessária;
  • Anti-histamínicos: medicamentos que atuam bloqueando os mediadores químicos responsáveis pela reação alérgica;
  • Corticosteróides: podem ser usados ​​para tratar a inflamação associada a reações mais graves.

Tratamento da Reação anafilática

Nos casos graves que evoluem com reação anafilática, os anti-histamínicos e corticoides orais não são suficientes.

Nestes casos, faz-se necessário realizar uma injeção de emergência de epinefrina. Este é um hormônio simpaticomimético e neurotransmissor que pode agir na crise anafilática por diferentes mecanismos:

  • Dilatação dos brônquios, facilitando a respiração;
  • Diminuição do inchaço nas vias respiratórias;
  • Melhora na pressão arterial, circulação do sangue e dos batimentos cardíacos.

Vacina anti-alergia (imunoterapia)

A vacina anti-alérgica, também chamada de Imunoterapia, é um procedimento que tem por objetivo a dessensibilização de uma alergia específica.

Ela envolve a administração a intervalos regulares de doses progressivamente crescentes (fase de indução) seguida de doses constantes (fase de manutenção) do extrato ao que a pessoa é alérgica.

Com o tempo, espera-se que a pessoa deixe de reagir ou tenha reações mais leves após novos episódios em que for picado.

Ela pode ser recomendada a partir dos 5 anos de idade, geralmente para pessoas que tiveram uma reação alérgica moderada a grave.