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Alergia ao Látex

O que é a Alergia ao Látex?

A alergia ao látex se caracteriza por uma reação anormal do sistema imunológico contra látex de borracha natural, uma substância que vem da seiva da seringueira (Hevea brasiliensis).

Muitos produtos são feitos com látex de borracha natural, incluindo luvas de borracha para exames, balões e preservativos.

Pessoas com alergia ao látex podem ter uma reação alérgica quando inalam (inspiram) partículas de látex ou entram em contato físico com látex.

A Alergia ao Látex é relativamente incomum, acometendo menos de 2% da população em geral. Entretanto, a incidência pode chegar a 30% entre profissionais de saúde, devido ao uso regular das luvas de borracha (1).

A incidência tem diminuído nos últimos anos com a adoção das luvas sem látex e sem pó nos hospitais. 

Síndrome látex-fruta

Algumas pessoas com alergia ao látex apresentam também uma reação cruzada com diversas proteínas existentes em certas frutas, especialmente Kiwis, bananas, abacates e castanhas.

Maçã, cenoura, mamão papaia, batata, tomate e melão são também eventualmente envolvidos.

A combinação entre alergias ao látex e alergias alimentares é chamada de síndrome do látex-fruta.

Fatores de risco

Qualquer pessoa pode desenvolver uma alergia ao látex. Entretanto, o risco é maior em algumas pessoas. 

Fatores de risco para alergia ao látex incluem:

Exposição repetida ao látex

O contato frequente com o látex favorece o desenvolvimento da alergia. 

Isso inclui, especialmente:

  • Profissionais de saúde, dentistas e pessoas que trabalham na indústria da beleza, devido ao uso de luvas de látex.
  • Pacientes crônicos que realizam procedimentos cirúrgicos frequentes ou utilizam cateteres.

Histórico de alergias

Pacientes com outras formas de alergias, incluindo rinite alérgica, são mais propensas a desenvolverem alergia ao látex.

Quais são os tipos de alergia ao látex?

Existem dois tipos de reações alérgicas ao látex de borracha natural. Os tipos de reações do látex são:

Alergia ao látex mediada por IgE

Uma pessoa com alergia ao látex tipo I é alérgica a uma proteína da seringueira natural. A exposição ao látex faz com que o sistema imunológico produza anticorpos IgE (imunoglobulina E). Esses anticorpos causam sintomas de uma reação alérgica. Ela tem potencial para desenvolver sintomas graves característicos da anafilaxia, às vezes fatais.

Dermatite de contato mediada por células

Alergia causada pela irritação e inflamação da pele, semelhante a uma dermatite de contato. Bolhas podem se formar na pele e podem escorrer líquido. 

Este tipo de alergia pode ser muito incômoda, mas sem provocar sintomas fora da pele. Entretanto, ela pode em alguns casos evoluir para uma alergia ao látex mediada por IgE.

Quais os sintomas da alergia ao látex?

Os sinais de uma alergia ao látex podem aparecer logo após a exposição ou até algumas horas depois. 

Os sintomas mais comuns incluem:

  • Irritação da pele: coceira, inflamação, vermelhidão e inchaço aparecem após o contato da pele com o látex. Isso pode incluir coceira nos lábios depois de encher uma bexiga ou irritação vaginal depois de uma relação sexual com camisinha.
  • Erupção cutânea no local onde o látex tocou sua pele, geralmente dentro de um dia após a exposição;
  • Urticária;
  • Coriza (nariz correndo), espirros, coceira e inflamação ao redor do nariz ;
  • Boca inchada;
  • Olhos inchados, vermelhos e lacrimejantes.

Pessoas com alergia ao látex mediada por IgG podem também ter reação grave, com chiado e dificuldade respiratória, o que caracteriza a anafilaxia.

Diagnostico da alergia ao látex

Na presença de uma história clínica compatível, o diagnóstico da alergia ao látex poderá ser confirmado por meio do Teste cutâneo.

Neste teste, o Médico alergologista coloca uma pequena quantidade de látex em sua pele, geralmente no antebraço ou nas costas).

Se o paciente é alérgico ao látex, a área ficará vermelha e coçando. Você pode desenvolver vergões elevados, chamados de pápulas.

Geralmente, leva cerca de 15 a 30 minutos para que esta reação aconteça.

Prevenção de contato

Não existe cura para a alergia ao látex. Assim, o paciente deve evitar os produtos contendo látex.

Em alguns casos, esta exposição pode ser óbvia, incluindo:

  • Quarto e salas de hospital onde os profissionais usam luvas de látex (muitos hospitais já possuem ambientes livres de látex);
  • Festa com bexigas infantis;

Em outros casos, a exposição não é tão óbvia, de forma que é preciso manter o alerta.

Ao fazer um pedido no restaurante, por exemplo, é preciso se certificar que os cozinheiros não estejam preparando os alimentos com luvas de látex (isso é válido especialmente nos casos graves).

Outros produtos com látex incluem:

  • Utensílios domésticos;
  • Algumas roupas e calçados (especialmente no solado);
  • Chupetas e bicos para mamadeiras.
  • Alguns tipos de maquiagem, pintura facial e máscaras usadas para fantasias.
  • Forro de carpete
  • Alguns brinquedos.

Tratamento da Alergia ao Latex

O tratamento da alergia ao látex deve envolver:

  • Tratamento da reação alérgica leve a moderada;
  • Tratamento da reação alérgica grave / anafilaxia;
  • Vacina anti-alérgica.

Tratamento da reação alérgica leve ou moderada

O tratamento da reação alérgica leve a moderada pode ser feito pela combinação de medicamentos antialérgicos e corticoides. Entretanto, este tratamento será insuficiente no caso de reações graves / anafilaxia.

Anti-histamínicos

Os anti-histamínicos são medicamentos que se baseiam no bloqueio da ação da histamina, substância que provoca dilatação dos vasos sanguíneos da pele e muitos dos sintomas tipicamente relacionados a processos alérgicos.

Os anti-histamínicos que são habitualmente usados no tratamento da Rinite alérgica incluem:

  • Fexofenadina (Allegra ou Altiva);
  • Maleato de dexclorfeniramina (Polaramine ou Histamin);
  • Loratadina (Claritin ou Loratamed);
  • Desloratadina (Desalex, Sigmaliv);
  • Hidroxizina xarope ou comprimido (Hixizine);
  • Prometazina (Fenergan ou Profergan).

Corticoide

Os corticoides são medicamentos com potente efeito anti-inflamatório. 

Enquanto os anti-histamínicos buscam impedir que a inflamação aconteça, os corticoides combatem esta reação inflamatória.

Tratamento da reação anafilática

Nos casos graves que evoluem com reação anafilática, os anti-histamínicos e corticoides orais não são suficientes.

Nestes casos, faz-se necessário realizar uma injeção de emergência de epinefrina. Este é um hormônio simpaticomimético e neurotransmissor que pode agir na crise anafilática por diferentes mecanismos:

  • Dilatação dos brônquios, facilitando a respiração;
  • Diminuição do inchaço nas vias respiratórias;
  • Melhora na pressão arterial, circulação do sangue e dos batimentos cardíacos.

Como estas reações podem se desenvolver muito rapidamente, o ideal é que as pessoas de alto risco carreguem um autoinjetor de epinefrina (Adrenaclick, EpiPen). 

Este dispositivo é uma seringa que contém uma agulha oculta. Ela injeta uma dose única de medicamento quando pressionada contra a coxa.

Em alguns casos, o paciente sob choque anafilático não é capaz de agir por sí próprio. Assim, é fundamental que as pessoas mais próximas saibam onde encontrar e como administrar o medicamento.

Por fim, é importante certificar a data de validade e substituir a caneta de injeção no prazo correto.

Vacina anti-alergia (imunoterapia)

A vacina anti-alérgica, também chamada de Imunoterapia, é um procedimento que tem por objetivo a dessensibilização de uma alergia específica.

Ela envolve a administração a intervalos regulares de doses progressivamente crescentes (fase de indução) seguida de doses constantes (fase de manutenção) do extrato ao que a pessoa é alérgica. 

Com o tempo, espera-se que a pessoa deixe de reagir ou tenha reações mais leves após novos episódios em que for picado.

Ela pode ser recomendada a partir dos 5 anos de idade, geralmente para pessoas que tiveram uma reação alérgica moderada a grave.