Alergia à proteína do leite de vaca
O que é a alergia à proteína do leite de vaca?
A alergia à proteína do leite de vaca se refere a uma reação anormal do sistema de defesa contra as proteínas do leite.
Embora esta seja a forma mais comum de alergia alimentar até os dois anos de vida, ela ainda assim é incomum.
Os sintomas alérgicos podem ocorrer imediatamente após a alimentação ou podem aparecer de forma tardia.
Sinais e sintomas da Alergia à Proteína do leite de vaca
Alguns sintomas sugestivos da alergia ao leite de vaca incluem:
- Pele: urticária, dermatite atópica, coceira na pele, inchaço de lábios e/pálpebras;
- Digestivos: dificuldade para engolir, refluxo gastrointestinal, recusa alimentar, vômitos, cólicas intensas, diarreia, sangue nas fezes;
- Respiratórios: obstrução nasal, chiado, respiração difícil, tosse seca, sensação de garganta fechando;
- Gerais: Baixo ganho de peso, atraso no crescimento e desenvolvimento.
Tipos de alergia ao leite de vaca
Existem dois tipos de alergia ao leite de vaca, dependendo de como o sistema imunológico reage.
Alergia mediada por IgE
A alergia mediada por IgE é causada por um anticorpo chamado IgE.
Ela provoca sintomas minutos após o consumo de leite de vaca ou em até duas horas depois.
Os sintomas geralmente são leves a moderados e geralmente afetam apenas a pele do bebê. Sintomas graves que podem afetar a respiração do bebê ou o nível de consciência são incomuns, embora possam acontecer.
Este tipo de alergia geralmente se inicia no momento da introdução de fórmulas infantis ou durante a introdução alimentar.
Alergia não mediada por IgE
A alergia não mediada por IgE está associada a outros mecanismos do sistema imunológico. É a forma mais comum de alergia à proteína do leite de vaca.
Os sintomas geralmente se desenvolvem duas horas ou mais após o consumo, mas podem levar até 72 horas.
Se o leite de vaca continuar a ser consumido na dieta, o sistema imunológico continuará a produzir esses sintomas por dias ou até semanas.
Dificilmente esta forma de alergia provoca sintomas mais graves.
Em muitos casos, pode ser difícil relacionar os sinais e sintomas apresentados pelo bebê com a alergia a proteína do leite de vaca. Por este motivo, o diagnóstico costuma demorar mais para ser feito.
Qual a diferença da Galactosemia, Inlolerância a lactose e alergia ao leite de vaca?
Tanto a Intolerância à Lactose como a Galactosemia são doenças caracterizadas por problemas com a metabolização do açúcar do leite.
No entanto, a causa para isso é diferente. A intolerância a lactose está associada à produção deficiente da enzima lactase, que quebra a lactose (açúcar do leite) em uma molécula de glicose e outra de Galactose.
Já no caso da Galactosemia, a deficiência está nas enzimas que convertem a galactose em glicose, levando ao acúmulo de galactose no sangue.
Já a alergia ao leite de vaca é uma doença alérgica, que nada tem a ver com o processo de digestão da proteína.
Todas estas condições têm em comum a necessidade de restrição do consumo de produtos lácteos. Sintomas como inchaço, dores de barriga, gases e fezes muito soltas também são comuns a estas condições.
Uma diferença a ser considerada é que a intolerância à lactose geralmente não acontece até mais tarde na infância e é muito improvável que ocorra em bebês, que é o grupo com maior probabilidade de apresentar sintomas de alergia ao leite de vaca.
Como é feito o diagnóstico da alergia à proteína do leite de vaca?
Testes cutâneos podem ajudar no diagnóstico da alergia mediada por IgE. No entanto, eles não são capazes de diagnosticar a maior parte dos pacientes, que apresentam alergia não mediada pelo IgE.
Nestes casos, o diagnóstico é feito a partir da história clínica e confirmado ao se observar a melhora dos sintomas após a exclusão do leite materno da dieta.
Tratamento da Alergia à Proteína do Leite de Vaca
Uma vez diagnosticada a alergia à proteína do leite de vaca, é preciso excluir os alimentos preparados com leite de vaca e seus derivados da dieta da criança. Isso inclui queijos, manteiga, iogurte e outros.
Se a criança alérgica estiver em aleitamento materno, a mãe também deve deixar de consumir esses alimentos.
Vale lembrar que o aleitamento materno é fator de proteção a alergia à proteína do leite de vaca.
Qual a evolução natural da Alergia à Proteína do Leite de Vaca?
Felizmente, a maior parte dos bebês com alergia à proteína do peite de vaca superam o problema ao longo da infância.
De acordo com um estudo publicado em 2012 pela European Society of Paediatric Gastroenterology Hepatology and Nutrition (ESPGHAN), cerca de 50% das crianças com alergia à proteína do leite de vaca desenvolvem tolerância até completarem um ano de idade, cerca de 75% até os três anos e 90% até completar seis anos (1).