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Acompanhamento pediátrico da criança de 4 a 6 anos

Desenvolvimento da criança de 4 a 6 anos

A criança entre 4 e 6 anos de idade começa gradativamente a entender melhor as regras, os limites e as noções de tempo.

Ela começa a entender que tem vez para falar, que tem que sentar na mesa do jantar quando for chamada. Ela passa a entender também que o comportamento em uma biblioteca deve ser diferente do comportamento dentro de um playground.

Isso não significa que estas regras serão sempre aceitas sem nenhuma objeção.

Ainda assim, os descontentamentos são demonstrados de uma forma mais verbal que física.

Na prática esportiva, algumas regras podem ser seguidas, mas ainda bastante simples. Ao jogar futebol, por exemplo, a criança entende que tem dois gols, que tem que chutar a bola em um deles e que tem que proteger o gol oposto. Ela pode entender também que o futebol se joga com os pés e que não se deve ficar pegando a bola com as mãos. Nada muito mais complexo do que isso.

Aos poucos a criança entende que amanhã é amanhã, que não é semana que vem ou o mês seguinte. Isso facilita organizar melhor o calendário de atividades.

É chegado também o momento de introduzir alguns trabalhos domésticos, como guardar e organizar os próprios brinquedos, organizar livros na prateleira, arrumar a cama ou regar as plantas. No entanto, essas atividades devem ser supervisionadas e compartilhadas com outros membros da casa.

Com o crescimento da criança, o raciocínio fica cada vez mais lógico. A criança de 5 ou 6 anos pode demonstrar interesse por assuntos específicos e em alguns casos deixar adultos de cabelo em pé com tanto conhecimento.

Da mesma forma, elas já têm desenvolvimento suficiente para começar a jogar certos jogos de tabuleiro ou práticas esportivas com regras cada vez mais complexas.

Linguagem

A partir dos 4 anos, acriança geralmente já é capaz de manter uma conversa lógica e compreensível para a maior parte das pessoas, ainda que uma conversa simples.

Aos poucos, os desenhos se desenvolvem começam a ganhar forma e proporção. Para algumas crianças, já é possível começar a entender o que ela quis desenhar.

Ao longo desta fase, a criança vai gradativamente conhecendo os números e as letras do alfabeto. Aos poucos, ela passa a escrever estes números e letras.

Transtornos do neurodesenvolvimento

À medida em que novas habilidades vão sendo adquiridas, eventuais atrasos poderão ser mais facilmente identificados, incluindo o diagnóstico de eventuais transtornos do neurodesenvolvimento.

Os transtornos do neurodesenvolvimento são geralmente diagnosticados a partir desta idade, entre 4 e 6 anos de idade.

Os Transtornos do Neurodesenvolvimento se referem a um conjunto de problemas neurológicos que podem interferir com a aquisição, retenção, ou aplicação de habilidades e que se desenvolvem ao longo da infância, geralmente antes da idade escolar.

Eles podem envolver problemas relacionados à atenção, memória, percepção, linguagem, solução de problemas ou interação social. Como consequência, podem comprometer o funcionamento pessoal, social, acadêmico ou profissional.

Entre os principais tipos de transtornos do neurodesenvolvimento, incluem-se:

Desfraldamento

Aos 4 anos, a maioria das crianças já usa o banheiro. Ainda assim, mesmo crianças que já não usam mais fraldas podem ter ainda “acidentes” de vez em quando. Isso é válido especialmente no período noturno, mas pode eventualmente acontecer durante o dia.

Passar a noite toda sequinho é o último estágio do desfraldamento, e tende a ser mais difícil para os meninos do que para as meninas.

A partir dos 5 ou 6 anos, já não é mais esperado que a. criança continue fazendo xixi na cama, caracterizando o que se chama de Enurese Noturna.

Sono

A maior parte das crianças de 4 a 6 anos já não têm mais o hábito de tirar a soneca da tarde. Mas, como consequência, podem se mostrar irritadas e com sinais de fadiga intensa. Assim, mesmo sem dormir, é importante que elas tenham ao menos um momento de relaxamento e silêncio. Isso pode incluir, por exemplo, um momento de leitura em um ambiente calmo e silencioso.

Especialmente quando cansadas, o balanço do carro é tudo o que elas precisam para pegar no sono – as vezes, precisam menos de um quarteirão para isso. Estas sonecas não programadas podem ser um problema no final da tarde, quando ainda é muito cedo para emendar com o sono noturno, mas tarde o suficiente para que, ao acordar, tenham problemas para voltar a dormir à noite.

Uma dica interessante nestes casos é levar o pijama e a escova de dentes ao sair de casa, adiando o retorno para o horário em que a criança normalmente iria dormir.

Privação de sono
A criança de quatro a seis anos ainda precisa de mais tempo de sono do que os adultos, com um total de 10 a 13 horas por dia (incluindo eventuais sonecas).
Infelizmente, a rotina da casa faz com que muitas destas crianças acabem dormindo mais tarde do que deveriam, levando a uma privação crônica de sono. Sonolência diurna excessiva e irritabilidade são alguns dos sinais que podem indicar uma privação do sono.

Pesadelos
As crianças podem eventualmente acordar chorando no meio da noite. O motivo pode ser um pesadelo ou episódios de terror noturno.
A criança pode chorar, gritar, gemer, sentar na cama e se debater. A crise pode durar alguns minutos e é raro que seja de mais de 15 minutos. Depois que passa, a criança volta a dormir e, no dia seguinte, não vai lembrar de nada.
Muitas acabam indo para o quarto dos pais nestes momentos de pesadelo, devendo receber o apoio necessário.

Prevenção de acidentes

Cuidados na cozinha
A criança de quatro a seis anos sempre se acha maior do que de fato é. Além da curiosidade, ela quer sempre fazer aquilo que seus pais fazem, como “prova” de que está grande. Isso inclui atividades que podem colocar ela em risco, como mexer no fogão.
Sempre que possível, deve-se dar preferência por colocar panelas na parte de trás do fogão, onde ela terá mais dificuldade para alcançar. Além, logicamente, de mantê-la afastada do fogão.
O mesmo cuidado é válido para bebidas quentes que estejam na mesa, como o café ou o chá.

Cuidados com o transporte
A criança pré-escolar ainda precisa sempre ser transportada no banco de trás do carro e fazendo o uso da cadeirinha.

Cuidados com janelas
A janela é sempre uma fonte de curiosidade para a criança. Assim, é preciso verificar que todas as janelas da casa estejam protegidas com redes específicas e que a rede passe pelas manutenções necessárias.
Mesmo no caso de janelas altas, a criança é capaz de arrastar uma cadeira rapidamente para dar uma espiadinha no mundo exterior.
Todo cuidado é pouco ao visitar a casa de um amigo ou familiar que não tenha proteção nas janelas.

Cuidados com o trânsito
A criança pré-escolar começa a ter uma noção um pouco maior do trânsito e dos cuidados com o trânsito. No entanto, isso ainda não será o suficiente para que ela se proteja completamente de situações de risco. Assim, ela deve estar sempre acompanhada de perto por um adulto quando na rua.