Abordagem Psicológica do Paciente com Dor Crônica
Abordagem psicológica do paciente com dor crônica
A abordagem psicológica do paciente com dor crônica visa aumentar a qualidade de vida do sujeito, oferecendo a ele subsídios para que enfrente os desafios cotidianos da melhor forma, resultando em bem-estar – na medida do possível – e autonomia.
No decorrer deste conteúdo, você poderá compreender um pouco mais sobre esse assunto. Acompanhe e entenda.
Aspectos psicológicos do paciente com dor crônica
Antes de avaliarmos a abordagem psicológica do paciente com dor crônica, vamos discutir um pouco sobre os possíveis aspectos psicológicos que perpassam a rotina e a vida dessas pessoas.
Afinal, enfrentar a dor crônica pode ser bastante desafiador, embora cada indivíduo possa encarar a situação à sua maneira. Portanto, considere os pontos abaixo como informativos e como um caminho para a reflexão, não como uma generalização do que ocorre em casos de diagnósticos de dores crônicas, ok?
Dito isso, vamos à nossa lista:
1. Sentimento de limitação
O sentimento de limitação pode estar presente na vida de pessoas que precisam enfrentar, diariamente, os desconfortos ocasionados pela dor crônica.
Essa limitação pode aparecer no cotidiano em casa, no trabalho ou em outros ambientes que a pessoa costuma circular.
Por conta do desconforto, os movimentos do corpo podem ser limitados, impedindo que a pessoa leve a vida que tinha até então. Logo, pode acabar se deparando com dificuldades para lidar com essa mudança.
2. Medo e angústia
O medo e a angústia, diante da situação, também podem existir. A pessoa pode ter medo de o caso se agravar, bem como pode ter medo de não conseguir mais levar uma vida “normal” devido à dor.
A angústia de ter que lidar com um desconforto de forma praticamente ininterrupta também pode aparecer, impactando a saúde mental do indivíduo.
3. Sentimento de desvalia e de “incomodar os outros”
O sentimento de desvalia e de estar “incomodando os outros” pode impactar a autoestima e a qualidade de vida da pessoa.
Lembremos que a dor é bastante subjetiva, e que não podemos medir a dor de uma pessoa de forma precisa. Assim sendo, muitos indivíduos podem ver a dor crônica do paciente como “exagero”, menosprezando e invalidando a situação.
Nesses casos, o sentimento de estar “incomodando” pode ser ainda mais intenso, e o isolamento social pode ocorrer.
4. Desesperança frente ao quadro clínico
A desesperança é outro ponto que pode aparecer nessas situações. Ao se deparar com um quadro clínico intitulado como “crônico”, a pessoa pode acabar perdendo a esperança de que terá uma vida normal e uma rotina que seja relativamente agradável.
Sem dúvidas, o rótulo que o diagnóstico cria pode ser bem assustador e, por isso, a psicoterapia pode ser um caminho a ser seguido para lidar com essa questão.
5. Sentimento de impotência
O sentimento de impotência é outro aspecto psicológico bastante presente nessas situações. O indivíduo, ao perceber que não tem um controle maior sobre o que sente, pode ter a sensação de estar “de mãos atadas” diante do quadro clínico.
Esse tipo de sentimento pode levar a pessoa a deixar de lado os hábitos saudáveis e o autocuidado, mas esses comportamentos podem apenas agravar a situação e por isso devem ser evitados.
Existe o controle de como a pessoa lidará com a situação, embora a doença em si não seja totalmente controlável.
6. Sintomas de depressão
Os sintomas de depressão podem começar a aparecer à medida que a pessoa vive um descontentamento geral em sua vida e começa a ter a visão de que não há perspectivas para o futuro. A falta de interesse por atividades prazerosas, a tristeza profunda, o choro excessivo, entre outros sintomas começam a se instaurar na rotina, exigindo intervenção profissional.
7. Frustração e revolta
A frustração e a revolta coincidem, inclusive, com o caso de “luto” que a pessoa pode enfrentar ao ser diagnosticada com uma dor crônica. A frustração de não poder mudar a situação de forma definitiva e a revolta de ter o problema de saúde podem desgastar a saúde mental do sujeito.
Há quem questione Deus ou outras entidades pelos motivos pelos quais adoece, sentindo-se, inclusive, injustiçado.
8. Estresse
O estresse é outro caso que costuma ser bem presente na vida de pacientes com dor crônica, e isso se deve a uma série de fatores.
Primeiro, porque o paciente pode ter dificuldades para colocar em prática atividades simples, sentindo-se irritado.
Segundo, porque a dor pode ser tão constante que a dificuldade para desvincular a atenção dela é grande, fazendo com que crises de estresse apareçam. Terceiro, devido à angústia de não saber o que fazer e de se sentir sobrecarregado com as sensações ruins causadas pela dor.
Esses são apenas alguns dos gatilhos, mas cada indivíduo pode enfrentar outros quando pensamos no estresse atrelado à dor crônica.
9. Questões relacionadas à baixa qualidade de vida
A baixa qualidade de vida também impacta a saúde mental do indivíduo. Se este começa deixar de lado os cuidados com a saúde, promove hábitos ruins e inicia uma rotina de isolamento social, a sua qualidade de vida pode ficar bastante prejudicada, impactando a sua forma de ver a vida e de viver.
10. Aspectos emocionais na perda da autonomia
Em muitos casos de dor crônica, o sujeito pode se deparar com a impossibilidade de fazer algumas atividades sozinho, incluindo coisas cotidianas, como limpar a casa, organizar alguma coisa dentro do lar, e assim por diante. Em outros casos, a própria higiene pessoal e alimentação podem ficar limitadas devido às imposições da dor.
Sendo assim, o indivíduo começa a enfrentar questões emocionais diante da perda de autonomia vivenciada. Ele pode se sentir um peso, pode desenvolver o sentimento de inutilidade, e assim por diante. Por isso, nesses casos o papel da família e da psicoterapia são muito importantes.
11. Tensão no trabalho
À medida que a dor crônica impacta a funcionalidade do indivíduo, este pode começar a vivenciar tensões no ambiente de trabalho, que prejudicam a sua saúde mental.
Infelizmente, ainda existe muito preconceito quanto à dor, pois as pessoas ainda acreditam que podem medir a dor alheia. Assim sendo, alguns indivíduos podem se comportar de forma preconceituosa, invalidando a dor do paciente com dor crônica e dando a entender que ele é “preguiçoso” ou qualquer coisa nesse sentido.
Em decorrência desse assédio moral, o paciente pode passar a vivenciar sentimentos de tensão e desconforto no ambiente de trabalho, sofrendo impactos emocionais por conta disso.
Abordagem psicológica do paciente com dor crônica
Agora que pudemos visualizar mais informações sobre os aspectos psicológicos de um paciente com dor crônica, vejamos também a abordagem psicológica diante dessas situações.
Lembrando que o psicoterapeuta, de acordo com a sua abordagem psicológica, irá avaliar cada caso de maneira singular, pondo em prática ações que conduzam um tratamento alinhado à subjetividade do paciente.
Isso significa que não existe uma sequência única de tratamento, e a descrição abaixo é meramente informativa. Ou seja, o tratamento pode seguir outros rumos e sofrer alterações de acordo com o caso clínico.
Esclarecido isso, sigamos:
1. Foco na motivação para seguir com as atividades cotidianas
Após o diagnóstico de dor crônica ser consolidado, o indivíduo pode passar por diversas situações de cunho emocional que o fazem refletir sobre a própria vida. Em muitos casos, o sentimento de desesperança e de impotência podem aparecer, fazendo com que a pessoa comece a abrir mão do autocuidado, dos hábitos focados em sua saúde, e assim por diante.
O isolamento social também pode aparecer em decorrência da dor crônica e da angústia de estar sendo “inconveniente” nas relações sociais.
Partindo desse pressuposto, a abordagem psicológica do paciente com dor crônica visa oferecer novas perspectivas para o indivíduo encontrar motivação no seu mundo interno e externo na hora de seguir com as suas atividades cotidianas.
As questões emocionais envolvidas com a dor diante da funcionalidade do indivíduo, ou seja, diante da capacidade que o indivíduo tem de seguir com a vida “normal”, são trabalhadas na terapia, para que seja possível encontrar alternativas para “manter a vida normal” – ou ao menos mais próximo disso.
Logo, a motivação é um dos pilares que serão levados em conta, para que a pessoa encontre novos objetivos e propósitos para manter uma rotina saudável, mesmo com a dor existindo.
2. Psicoeducação com relação às emoções e a dor crônica
O estresse, a raiva, a tristeza e outros sentimentos e emoções não mexem apenas com a nossa mente, mas também com o nosso corpo. Por isso, quando pensamos na abordagem psicológica do paciente com dor crônica, podemos descrever a psicoeducação como uma das possíveis etapas que serão adotadas pelo terapeuta.
Nesse caso, o terapeuta pode educar o paciente para que este aprenda a detectar as próprias emoções cotidianas, ao mesmo tempo em que compreende a relação das emoções com a dor. No caso, as crises de estresse podem aumentar a sensação de dor, e ter esse conhecimento pode dar munição para que o indivíduo previna as situações estressoras que possam piorar o seu caso.
Além do estresse, outras emoções podem piorar as sensações físicas, por isso, a psicoeducação nesse sentido acontece.
3. Acolhimento e vivência do luto da “perda” da saúde
Como mencionamos anteriormente, a frustração e a revolta são sentimentos que podem aparecer no caso de dor crônica, sendo decorrentes de um verdadeiro “luto” que a pessoa pode atravessar ao se deparar com a perda da sua saúde.
Sendo assim, faz parte do processo psicoterapêutico vivenciar esse luto, elaborando as emoções que vêm com ele e entendendo o que está se passando no interior do indivíduo.
O terapeuta irá acolher as emoções do sujeito, por meio de uma escuta qualificada, dando espaço para que ele se expresse e comece, aos poucos, a gastar as suas angústias com palavras, visando a elaboração do luto e a ressignificação da vida.
4. Fortalecimento das relações sociais saudáveis
O isolamento social é prejudicial para a saúde mental de qualquer indivíduo, uma vez que somos seres sociais. Por conta disso, durante as sessões de psicoterapia serão discutidas ferramentas que possibilitem ao sujeito a construção de relacionamentos sociais saudáveis, seja com amigos ou familiares.
Fomenta-se a autoestima e a autoconfiança, para que a pessoa se sinta digna de relações saudáveis, uma vez que o sentimento de desvalia pode atrapalhar na hora de se sentir confiante diante da sociedade.
Por isso, investiga-se quem possa ser da rede de apoio do sujeito e instiga-se que ele caminhe rumo ao fortalecimento desses laços, respeitando os seus limites e emoções, ao mesmo tempo em que impõe o seu espaço e não permite a desvalorização provocada em relacionamentos tóxicos.
5. Implementação de hábitos saudáveis
O psicoterapeuta também pode auxiliar o indivíduo na construção de uma rotina que seja mais saudável e que priorize bons hábitos para a sua vida. Afinal, os hábitos saudáveis são essenciais para a manutenção da saúde e redução de danos causados pelos mais diversos tipos de doenças crônicas.
Assim sendo, o paciente começa a compreender os motivos pelos quais esses hábitos e as práticas de autocuidado são tão importantes em sua vida, e o quanto isso pode ajudá-lo a enfrentar os desafios causados pela dor crônica.
6. Redução de estresse na rotina e técnicas de relaxamento
Durante as sessões de terapia, o paciente também tem a oportunidade de aprender um pouco mais sobre as técnicas de relaxamento que podem ajudá-lo a se sentir mais confortável e menos estressado ou ansioso ao longo dos dias.
Essas técnicas podem ajudá-lo a enfrentar aqueles momentos nos quais as emoções se mostram bastante abaladas, conectando-o com o seu próprio interior e permitindo que o indivíduo encontre um certo controle diante do que está acontecendo.
Afinal, embora ele não possa controlar a dor em si, pode controlar outras questões envolvidas com ela, como os seus pensamentos, as emoções que são aceitas ou não, e assim por diante. Assim sendo, as técnicas de relaxamento visam reduzir o estresse e promover esse maior autocontrole e autoconsciência, essenciais para a qualidade de vida.
7. Aumento do controle nos processos simbólicos
Os processos simbólicos e mentais envolvidos com a dor crônica e com o diagnóstico podem ser, muitas vezes, disfuncionais. A pessoa pode criar uma imagem catastrófica do que está acontecendo com ela, o que eleva os níveis de estresse, por exemplo.
Por conta disso, durante a terapia o profissional de saúde mental poderá oferecer estratégias e ferramentas que ajudem o sujeito a controlar a sua própria cognição e seus pensamentos diante do que está acontecendo com ele.
Primeiro, pode-se trabalhar a consciência do que vem ocorrendo: o que o indivíduo pensa quando a dor aumenta? O que ele crê que a dor provocará nele? Quais pensamentos vêm à mente quando o paciente pensa no futuro? Esses e outros questionamentos podem ajudá-lo a detectar pensamentos catastróficos e extremamente negativos/distorcidos, que poderão ser ressignificados para que a pessoa atinja um maior controle emocional frente à sensação de dor e ao que ela significa para o indivíduo.
8. Mudanças de perspectivas – a dor não é catástrofe
Seguindo o ponto que trouxemos acima, a abordagem psicológica do paciente com dor crônica também auxilia o indivíduo na hora de ressignificar a sua situação. A dor, por mais intensa que possa ser em alguns momentos, não precisa ser encarada como a única coisa que merece atenção na vida do sujeito.
É claro que ela ocupará tempo e pensamentos da pessoa, especialmente quando estiver muito intensa. Contudo, pensar na dor e focar apenas na existência dela, o dia inteiro, pode prejudicar a saúde mental do sujeito.
Por isso, a psicoterapia também visa auxiliar o sujeito a mudar as perspectivas. Busca-se enxergar a dor por outras vias. Ela pode deixar de ser vista como algo que “controla a vida” da pessoa, sendo vista apenas como algo que faz parte da vida. Ou seja, é possível quebrar a ideia de que a vida gira em torno da dor, fazendo com que ela seja vista apenas como uma parte da existência da pessoa, e não como a sua identidade, por exemplo.
O processo pode ser mais rápido ou mais demorado, de acordo com as questões emocionais e singulares do sujeito. Vale ressaltar que o terapeuta sempre respeitará as questões individuais de cada um, sem forçar uma situação para que a pessoa “deixe de pensar na dor” magicamente. Contudo, há um trabalho científico e focado em reduzir a visão de catástrofe que pode ser associada à dor em alguns casos.
9. Planos para o futuro
Muitas vezes, o diagnóstico de dor crônica pode ser um baque muito grande na vida da pessoa, que passa a abrir mão dos seus planos para o futuro, focando na “catástrofe” por trás da angústia da dor.
Sendo assim, a abordagem psicológica do paciente com dor crônica também visa auxiliar o indivíduo na construção de planos para o futuro, que estejam alinhados às suas limitações e singularidades, claro.
A relação com o próprio futuro pode ser ressignificada, para que a pessoa encontre motivos pelos quais a vida ainda valha a pena. Assim, pode projetar propósitos e planos que a ajudem a se desenvolver, dando passos rumo ao futuro e focando em mudanças que possam aumentar o seu sentimento de felicidade e realização na vida – apesar da dor.
Desse modo, trabalha-se focando no indivíduo como um verdadeiro protagonista de sua história, quebrando aquela ideia de que ele deverá agir de acordo com a dor – não, é a dor quem irá se manifestar de acordo com as ações do sujeito.
O processo pode ser difícil e exige um olhar delicado do terapeuta, para que a pessoa encontre, em meio à “tempestade” que vive, possibilidades de pensar no dia de amanhã, no próximo ano e nos próximos passos que serão dados em sua vida, de forma geral.
Como a família pode auxiliar nesses casos?
Além de pensarmos na abordagem psicológica do paciente com dor crônica, podemos discutir, ainda, o papel da família nesses casos.
Afinal, o papel dos familiares é extremamente importante quando pensamos no bem-estar, na saúde e na qualidade de vida de indivíduos com dor crônica, uma vez que é este grupo social que estará, na maior parte do tempo, por perto.
Além do mais, a família tem um “peso” significativo na vida dos indivíduos, sendo fonte de acolhimento, amparo e empatia. Sendo assim, elencamos algumas ações e reflexões que podem ser relevantes nesse contexto. Acompanhe.
1. Acolhimento
A família tem o poder de acolher o indivíduo com dor crônica, uma vez que este enfrenta uma série de sentimentos e emoções distintos. Mostrar apoio, fortalecer a autoestima do sujeito – impedindo discursos que fomentem que ele está “atrapalhando” a rotina da família -, entre outras ações são bem-vindas nesse caso.
Lembre-se de que a pessoa pode estar abalada, o que justifica o choro ou as crises de revolta, por exemplo. Demonstrar disponibilidade para ouvir, abraçar a pessoa e deixar claro que está ao lado dela são medidas que podem criar um ambiente mais acolhedor.
2. Nunca invalidar a dor do paciente
Jamais diminua ou invalide a dor do paciente. Algo como “fulano tem a mesma doença que você, mas não reclama tanto de dor” é simplesmente inadmissível. Nenhuma pessoa irá experimentar uma dor, seja ela física ou psicológica, da mesma forma que outra. Cada organismo é único, e o emocional do indivíduo também abala a sua forma de lidar com a dor.
Sendo assim, é muito importante que a família jamais menospreze a dor do sujeito, dando a entender que ele está “exagerando”.
3. Estimular hábitos saudáveis
Como vimos no decorrer deste conteúdo, as questões emocionais do sujeito podem fazer com que ele acabe deixando de lado o autocuidado e os comportamentos saudáveis. Isso faz com que a pessoa acabe se esquecendo de praticar exercícios ou alimentar-se adequadamente, por exemplo.
A família, frente a isso, pode estimular os hábitos saudáveis, incluindo na rotina de todos e sempre convidando o paciente para que faça algo positivo também, como caminhar ao ar livre – caso seja possível.
4. Incentivar a busca por atendimento qualificado
Incentivar a busca pelo atendimento qualificado também é importante, afinal, a pessoa pode ter a oportunidade de elevar a qualidade de vida caso invista em psicoterapia e tratamentos médicos cientificamente comprovados.
Se possível, acompanhe o paciente nos atendimentos, para que ele se sinta mais motivado e com um suporte a mais para enfrentar essas situações.
Esclareça os benefícios dos tratamentos profissionais e fomente a importância de seguir as recomendações médicas.
5. Auxiliar na construção de planos
A família também pode ajudar a pessoa na hora de criar planos para o futuro. E não precisam ser planos “mirabolantes” para terem validade. Uma simples viagem no fim de semana pode ser um plano para o futuro que fará com que a pessoa pense sobre a vida que pode construir apesar da dor.
Aos poucos, é possível implementar outros planejamentos que podem auxiliar o sujeito a seguir adiante e a ressignificar a sua própria existência e modo de viver.
6. Adaptar a rotina da casa quando possível
Adaptar a rotina da casa, bem como o espaço físico – quando há possibilidade – também pode contribuir na hora de criar um ambiente mais acolhedor e aconchegante para o sujeito.
É o caso de criar uma rotina na qual, a cada dia, um familiar auxilia o paciente em suas tarefas, caso ele tenha alguma limitação.
É o caso também de adaptar o ambiente, com protetores, corrimão, entre outros tipos de adaptações que possam trazer mais segurança e conforto ao paciente, de acordo com o seu quadro clínico.
7. Estimular a autonomia da pessoa
Apesar de a pessoa ter o diagnóstico de uma doença e dor crônica, devemos compreender que ela não está “limitada” apenas por conta disso. É claro que há algumas limitações, dependendo do tipo de quadro clínico, mas a superproteção, que impede que a pessoa seja autônoma, pode prejudicar a saúde física e mental do sujeito.
Por isso, enquanto houver possibilidade, estimule a autonomia do indivíduo, encorajando-o a colocar em prática as suas atividades funcionais, mesmo que exista demora ou limitação. O importante é respeitar a autonomia e o tempo da pessoa.
Além disso, em caso de dúvidas ou questões psicológicas da própria família, procure ajuda psicológica. E caso haja dúvidas sobre o quadro clínico do paciente, converse com o médico.
Referências
SILVA, Daiane Soares; ROCHA, Eliana Porto; VANDENBERGHE, Luc. Tratamento psicológico em grupo para dor crônica. Temas em Psicologia, v. 18, n. 2, p. 335-343, 2010.
VANDENBERGHE, Luc. Abordagens comportamentais para a dor crônica. Psicologia: reflexão e Crítica, v. 18, p. 47-54, 2005.