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Abordagem psicológica do paciente com depressão

Abordagem psicológica do paciente com depressão

A abordagem psicológica do paciente com depressão inclui cuidados com a saúde física, mudanças na rotina, implementação de hábitos saudáveis, análise do discurso, entre outras medidas que visam auxiliar o indivíduo no entendimento do seu próprio quadro clínico.

Pensando nisso, desenvolvemos este conteúdo com uma série de informações importantes sobre os aspectos psicológicos do paciente, dicas de como lidar com a depressão e recomendações do que a família pode fazer frente ao quadro clínico.

Vamos lá!

Aspectos psicológicos do paciente com depressão e como começar a lidar com eles - uma abordagem psicológica

Compreender os aspectos psicológicos do paciente com depressão pode ser um bom ponto de partida para a reflexão, tanto por parte da família, quanto por parte do próprio indivíduo com o diagnóstico.

Isso porque, quando compreendemos melhor alguns aspectos envolvidos com um quadro depressivo, podemos entender um pouco mais sobre o que acontece conosco.

Por exemplo, se entendemos que o sentimento de culpa é comum nesse tipo de situação, podemos compreender melhor porque esse pensamento insiste em aparecer em determinados momentos de nossas vidas. Esse conhecimento, de quebra, auxilia na ressignificação do que pode estar acontecendo conosco.

Assim sendo, o conhecimento pode ser uma das peças-chave do enfrentamento da depressão. Por isso, trouxemos informações sobre a abordagem psicológica que pode ser colocada em prática frente a alguns sintomas, tanto no dia a dia, quanto na própria psicoterapia em si.

Vamos, portanto, discutir alguns pontos comuns nesses quadros:

1. Sentimento de culpa
O sentimento de culpa costuma estar presente no dia a dia de pacientes que sofrem com a depressão.
Costumeiramente, essa culpa pode estar associada à sensação de estar “incomodando” as outras pessoas com as suas queixas ou o seu humor deprimido.
Contudo, esse é apenas um reflexo da depressão, e compreender como tal pode nos ajudar a enfrentar com mais afinco esse tipo de situação.
Afinal, o fato de você se sentir deprimido não é motivo para a culpa. A depressão tem causas fisiológicas, sociais, ambientais e até mesmo genéticas. Sendo assim, você não tem culpa de não conseguir controlar, neste momento, as sensações que percorrem o seu corpo e a sua mente.
Mas sim, tem todo o direito de se queixar quando se sentir emocionalmente abalado. E essa queixa pode ser direcionada a um psicoterapeuta, inclusive. Assim, tendencialmente você pode se sentir mais à vontade para falar sobre o que sente.

2. Sentimento de desvalia e baixa autoestima
O sentimento de desvalia e a baixa autoestima também tendem a aparecer em quadros depressivos.
Devido aos mais diversos impactos provocados pela depressão, a pessoa pode começar a sentir menos confiança em si mesma, seja nos relacionamentos, no trabalho, nos cuidados com a casa, etc.
Esse sentimento de desvalia pode começar a ser enfrentado na psicoterapia, quando o terapeuta auxilia o indivíduo na compreensão do real e do que pode estar sendo imaginado. Isto é, muitas vezes a visão negativa que você tem de si mesmo é algo que apenas você está enxergando, neste momento em específico. Não quer dizer que você seja realmente todas as coisas “ruins” que pensa sobre si. A depressão pode causar muitos pensamentos distorcidos, que atrapalham a nossa forma de olhar para nós mesmos.
Porém, a terapia pode ajudar a clarificar nossos conceitos, entendendo melhor quem somos, nossos atributos, forças, fraquezas, etc.

3. Falta de vontade perante às atividades do cotidiano
A falta de vontade para praticar atividades no dia a dia, como ir ao trabalho, estudar, lavar uma louça ou, simplesmente, escovar os dentes, também costuma aparecer em quadros de depressão.
Muitas vezes, essa falta de vontade está associada à tristeza e a falta de sentido que a pessoa percebe nas atividades ou no acúmulo de atividades que têm à sua frente.
Porém, saiba que essa baixa na energia é muito comum em quadros de depressão.
Uma forma de começar a enfrentá-la é pensando em passos pequenos, ações mínimas que podem ser colocadas em prática aos poucos.
Por exemplo, você não precisa pensar em lavar toda a louça que está na pia, pois isso pode ocasionar uma sensação de sobrecarga e desânimo. Mas sim, pode focar no primeiro passo: lavar apenas um ou dois copos, sem pressa e sem “forçar” a situação.
À medida que os pequenos passos são dados, você pode iniciar o seguinte: lavando um talher, secando-o e guardando-o.
Se não conseguir lavar tudo de uma vez, não tem problema! O importante é dar um pequeno passo, para depois, dar dois, e assim por diante.

4. Cansaço mental e fadiga física
O cansaço mental também está muito presente em pacientes com depressão. Nessa circunstância, é muito comum sentir uma fadiga extrema ao pensar em qualquer coisa que deve ser feita.
O foco no aqui e no agora, com base no respeito aos seus limites, é um passo interessante.
Ao invés de pensar em tudo o que deve ser feito ao longo do dia, tente trazer a sua atenção para o que acontece no ambiente e com o seu corpo neste momento. Como está a sua respiração? As sensações da roupa tocando a pele no corpo? Como está o clima? Você olhou os seus cabelos hoje? Que tal escová-los, de forma lenta, para ter esse momento relaxante? Depois você pensa no próximo passo, que pode ser se vestir para ir ao trabalho, por exemplo.
Além disso, considere incluir pequenas pausas relaxantes a cada atividade que você sente que pode ser muito intensa. Por exemplo, se você chegou ao trabalho e já se sente cansado, inicie o dia ouvindo uma música relaxante e calma. Depois de alguns minutos, prepare a primeira atividade. Respire fundo e vá executando um passo de cada vez.

5. Angústias proveniente das dificuldades para se concentrar e manter o foco
A falta de concentração e foco também pode aparecer nos casos de depressão. Isso pode estar associado com a fadiga, o sentimento de desânimo, a sobrecarga mental, etc.
Sendo assim, começar a anotar o que aparece diante de você, no momento que aparece, é uma forma de registrar as suas pendências e permitir um maior foco no passo a passo que deve ser executado.
Por exemplo, ao invés de manter as etapas de um trabalho apenas na mente, considere criar um checklist com tudo o que deve ser feito. À medida que for concluindo uma pequena etapa, respire fundo e anote como “concluída” a tarefa.
Esse pequeno hábito pode ajudar você a não “perder o fio da meada” do que estava fazendo, além de começar a criar a sensação de dever cumprido.

6. Sensação de vazio e desesperança
A sensação de vazio e desesperança é muito comum nos casos de depressão. A dificuldade para encontrar propósitos e sentidos para a vida e para as pequenas atividades é algo que pode ocasionar mal-estar e angústia.
Contudo, existem algumas medidas complementares à psicoterapia e ao acompanhamento psiquiátrico que podem contribuir nesse caso.
Exercícios mentais, como criar um objetivo por trás de uma tarefa, pode ser algo que comece a criar novas perspectivas sobre as situações.
Por exemplo, se você sente que não há sentido em lavar a sua louça, que tal criar um objetivo para essa prática: a sua cozinha pode ficar mais espaçosa, ideal para você usar o balcão da pia livremente para algum preparo mais tarde.
Outro exemplo seria com relação ao banho: se essa prática parece sem sentido, tente visualizar a sensação da água morna sobre a pele como um objetivo. O efeito relaxante da água escorrendo no corpo, sem pressa e sem nenhuma imposição, pode ser o seu propósito neste momento.
Aos poucos, é possível criar sentidos e objetivos para cada pequena tarefa, criando novas perspectivas e, ainda, percebendo que temos o poder de dar o sentido que quisermos.
Lembre-se de que esses exercícios não excluem a psicoterapia.

7. Tristeza recorrente – e em diversas esferas da vida
A tristeza é um dos principais sintomas da depressão. Comumente, a depressão é associada à tristeza de uma forma bastante recorrente.
Acontece que essa tristeza, no dia a dia do depressivo, pode ser dificilmente nomeada. A pessoa pode ter dificuldades para entender por que está triste, como se a tristeza tivesse relação com todas as esferas da vida.
Dessa forma, iniciar um exercício de reconhecimento das emoções é um caminho para compreender o que acontece e aprender a como começar a lidar com a depressão.
Por exemplo, anotar os momentos nos quais a tristeza aparece com mais força, após determinado acontecimento, pode nos ajudar a compreender quais são os maiores gatilhos por trás dessas emoções.
À medida que compreendemos os gatilhos, podemos criar novos significados para eles.
Por exemplo, se você se sentiu triste porque alguém o viu “mal vestido”, que tal usar isso por outra via? Isto é, você compreende que tal visão alheia pode deixá-lo triste e desanimado, portanto, vestir-se com a sua roupa favorita, despretensiosamente, pode ser uma prática que cause bem-estar, mesmo que seja um “bem-estar pequeno”.
Reconhecer as emoções e os momentos em que a tristeza aparece nos ajuda a implementar pequenas mudanças, simples, que podem fazer a diferença na nossa rotina e nas nossas perspectivas frente à depressão.

Como lidar com a depressão?

Ao longo deste texto sobre a abordagem psicológica do paciente com depressão, vimos uma série de considerações relacionadas aos principais sintomas da depressão e pequenas estratégias que podem começar a acompanhar o tratamento psicológico e psiquiátrico.

Agora, trataremos de outros pontos que também ajudam a lidar com a depressão:

1. Aprender mais sobre a depressão
Como comentamos no começo deste conteúdo, conhecer um pouco mais sobre a depressão pode ser um bom ponto de partida.
O conhecimento pode nos ajudar a entender melhor os sintomas, a frequência e recorrência deles, e formas de minimizá-los.
Neste momento, munir-se de conhecimentos científicos sobre a depressão pode ser uma forma de começar a praticar o autoconhecimento por uma nova perspectiva.

2. Pequenas mudanças ao longo dos dias
Focar em pequenas mudanças no cotidiano também pode ser interessante.
Muitas vezes, vemos dicas para quem tem depressão que escapam da realidade do sujeito. É o caso de, simplesmente, dizer algo como “encontre um hobby e relaxe”.
Embora os hobbies realmente sejam interessantes, grandes mudanças podem ser difíceis em alguns quadros depressivos.
Por isso, implementar pequenos passos – que também podem ser “micropassos” – pode ser uma estratégia mais interessante e convidativa em alguns casos.
Por exemplo, com relação à prática de autocuidado, ao invés de fazer uma “superprodução” para se sentir mais “bonito”, a pequena mudança pode ser criar um pequeno comprometimento de, simplesmente, tomar um banho agradável e relaxante todos os dias.
Perceba que essa mudança é menor do que a de vestir a melhor roupa, fazer penteados, usar acessórios e maquiar-se. Embora todas essas atividades façam bem a nós, sabemos que nem sempre é fácil colocá-las em prática de uma hora para outra.

3. Estilo de vida saudável
Priorizar um estilo de vida mais saudável também contribui para a recuperação e o tratamento da depressão.
Entende-se como um estilo saudável fatores como:

  • Praticar exercícios físicos, mesmo que comece aos poucos, aumentando gradativamente o tempo de exposição ao ar livre.
  • Entrar em contato com a natureza, pois esta reduz os níveis de ansiedade e estresse e nos ajuda a relaxar.
  • Beber água ao longo do dia.
  • Começar, aos poucos, a implementar a reeducação alimentar, excluindo, a cada semana, um alimento prejudicial e incluindo um saudável na rotina.
  • Procurar estabelecer um horário para dormir e acordar, fazendo a implementação de forma gradativa.

Lembrando que pode haver situações que essas atividades não são executadas com o afinco que você deseja, e tudo bem! Respeite os seus limites e vá adiante, retomando os objetivos mesmo após uma “recaída”.

4. Olhar focado no aqui e agora
Quando a mente é inundada por pensamentos angustiantes e repetitivos, uma forma de minimizar as sensações negativas provenientes disso é criar um olhar mais focado no aqui e agora.
Você pode observar sua respiração, a temperatura do ambiente, a roupa que você está vestindo, ou, simplesmente, fazer exercícios para relaxar a musculatura tensa, observando o que pode estar “contraído” e relaxar conscientemente.
Essas práticas trazem o foco para o presente, mesmo que por poucos minutos, o que tende a fazer bem à saúde mental.

5. Antecipação de prazeres
Antecipar os prazeres também pode ser uma estratégia bem interessante em algumas situações. É o caso de, ao invés de focar apenas na atividade que será feita, focar no prazer que ela pode gerar.
Isso porque, tendencialmente, podemos nos sentir mais motivados a fazer alguma atividade quando mentalizamos o prazer que ela pode proporcionar.
Então, ao invés de encarar a saída de casa como algo extremamente ruim, pense no prazer de encontrar um amigo querido e receber um abraço sincero.
Procure pensar nas pequenas atividades que provocam prazer, mesmo que mínimo, e foque nele. Nosso cérebro não irá diferenciar o momento presente do prazer que vem sendo imaginado, ou seja, ele pode “achar” que é agora que o prazer será sentido, proporcionando uma sensação agradável que pode, mais tarde, servir de gatilho para irmos adiante atrás do nosso objetivo.

6. Musicoterapia
A musicoterapia vem sendo cada vez mais utilizada no tratamento da depressão. Isso porque ouvir melodias e ritmos relaxantes, movimentar o corpo na forma de dança – sem regras de “certo ou errado” -, ou tocar um instrumento são ações que promovem sensações de relaxamento e bem-estar.
Além disso, o foco no instrumento, quando este está sendo manuseado pelo indivíduo, também permite que os pensamentos fiquem mais concentrados no presente, atentando-se ao que está sendo feito com os movimentos das mãos, por exemplo.
Por isso, investir na aprendizagem de um instrumento, ou preparar um momento na rotina para ouvir músicas diferentes, relaxantes e revigorantes, ao mesmo tempo em que se escolhe dançar ou não, são medidas que contribuem para um aumento do bem-estar e do relaxamento. Sendo estes, dois pontos muito importantes no tratamento da depressão.
Você não precisa fazer isso na frente de outras pessoas. Mas sim, pode preparar esse momento para se conectar consigo mesmo, sem regras e sem medo de julgamentos.

O que a família pode fazer para ajudar um paciente com depressão?

A seguir, apresentamos algumas recomendações e reflexões que podem contribuir para a análise e atuação da própria família frente ao caso de depressão:

1. Nunca invalidar os sentimentos
Jamais dê a entender que os sentimentos e as emoções do depressivo são “exagero”, “frescura” ou “preguiça”, pois se realmente fosse, muito dificilmente a pessoa iria optar por agir dessa forma.
Da mesma maneira, não fique tentando fazê-la “ver o lado positivo” nos momentos de extrema tristeza e crise. Embora essa prática seja com boas intenções, você pode, em alguns casos, diminuir o que a pessoa sente, dando a entender que”ela não consegue enxergar o que é bom”.

2. Não comparar
Nunca compare o quadro clínico do seu familiar com o de outro conhecido ou com alguém que você ouviu falar.
Em se tratando de saúde mental, cada caso sempre será único e jamais se repetirá. Isso porque, além de a doença se manifestar de forma relativamente singular, ainda assim há toda a história e percepções do indivíduo sobre si e sobre a própria vida, que impactam na recuperação e no manejo do quadro.
Por isso, dizer que “fulano” tinha depressão e curou não é algo positivo, mas sim, é algo que pode pressionar o indivíduo e, ainda, fazê-lo se sentir pior por “não conseguir” se curar.

3. Escutar e mostrar disponibilidade
Às vezes, tudo o que o indivíduo precisa é de um espaço para escuta, sem julgamentos e sem pressões.
Isso porque, como comentamos anteriormente, a culpa pode aparecer quando a pessoa sente que é um “peso” na vida das outras, pelo fato de se queixar.
Sendo assim, deixar claro que você está disponível para escutar é uma forma de servir de suporte e, ainda, deixá-la mais à vontade para colocar em palavras as emoções e sentimentos.
Essa ação de nomear o que se sente pode ser bastante benéfica para a saúde, pois auxilia na compreensão do que se passa dentro de nós, nos ajudando a encontrar alternativas e caminhos.
Afinal, quantas vezes nos sentimos desanimados, no dia a dia, e sequer sabemos o motivo? E, quando descobrimos os gatilhos e entendemos melhor o que se passa, a sensação de desânimo tende a diminuir? Pois é!
A fala, nestes casos, é bastante terapêutica.

4. Incentivar pequenas ações saudáveis no cotidiano
Incentive pequenas atividades saudáveis no dia a dia. Claro que não estamos falando de forçar a situação, mas auxiliar o indivíduo no preparo de um almoço mais saudável, por exemplo, pode ser bem promissor.
Além disso, convidá-lo para uma caminhada ou, simplesmente, para visualizar uma paisagem natural, enquanto joga conversa fora, também é uma pequena ação saudável que faz bem à saúde física e mental.

5. Incentivar a busca por tratamento
Sem dúvidas, incentivar a busca por tratamento adequado também é relevante. Você pode acompanhar o paciente nas consultas, caso ele se sinta à vontade com isso (não necessariamente entrando na sala, com o médico ou com o psicólogo, mas sim, apenas acompanhando-o até lá).
Além disso, criar um discurso que fortalece a importância do tratamento também é indispensável.
Lembre-se, ainda, que nem sempre a pessoa se sentirá disposta a ir a uma consulta, e você pode ser um pilar importante neste momento. Sempre busque dizer que está ao lado dela, mostre-se disponível e diga que irá acompanhá-la se for possível.
Ajude-a a enxergar a necessidade de focar em um passo de cada vez, especialmente quando a saída de casa for muito difícil.
Outro ponto seria conversar com o profissional da saúde para conversar sobre possibilidades de abordar o paciente em casa para instigá-lo a seguir o tratamento.

6. Buscar entender melhor o quadro depressivo do familiar
Aprender sobre o quadro depressivo também é relevante. Afinal, como mencionamos anteriormente, cada caso sempre será único e incomparável. Sendo assim, aprender mais sobre os sintomas, crises e efeitos da depressão é um caminho para aprender um pouco mais sobre como é possível abordar o paciente em casa.
Você pode buscar informações com o psicólogo ou médico do paciente, para entender a situação, esclarecer dúvidas e, até mesmo, buscar orientações quanto à sua atuação.
Normalmente, o atendimento ao paciente depressivo, especialmente em casos de internação psiquiátrica, também considera a orientação familiar frente à situação.
Use essa oportunidade para aprender mais sobre a situação e poder lidar com ela de maneira mais efetiva e com base em dados concretos.

7. Reintegração social
Estimule a reintegração social e gradativa do paciente. Contudo, nada de “forçar” uma reintegração, ok?
O ideal é fazer combinados com a pessoa, deixando-a opinar sobre que tipo de exposições sociais ela quer ir experimentando, aos poucos, à medida que o tratamento da depressão avança.
A reintegração pode ser tomar um café em uma padaria, um passeio ao ar livre, uma visita a um amigo antigo, enfim. Pode ser algo pequeno e que cresce à medida que a pessoa demonstra confiança para isso.
Porém, reforçamos que “forçar” a situação é algo perigoso e que pode fazer com que a pessoa perca a confiança na família. Portanto, sempre cumpra o que foi combinado como limite, para não causar incômodos desnecessários e que podem, ainda, prejudicar o desenvolvimento do paciente frente ao tratamento.

Além dessas recomendações, tanto o paciente, quanto a família, nunca devem descartar a consulta médica psiquiátrica e psicológica.
Este conteúdo tem como intuito informar e apresentar alguns complementos que podem ser úteis em algumas situações, mas jamais induzir tratamentos ou mudanças na vida de alguém.
Em caso de dúvidas, converse com um profissional da saúde.

Referências
CANALE, A.; FURLAN, M. M. D. P. Depressão. Arq Mudi. 2006;10(2):23-31.

FEITOSA, M. P.; BOHRY, S.; MACHADO, E. R. Depressão: família, e seu papel no tratamento do paciente. Encontro Revista de Psicologia. v. 14 n. 21 (2011).

MOTTA, C. C. L.; MORÉ, C. L. O. O.; NUNES, C. H. S. S. O atendimento psicológico ao paciente com diagnóstico de depressão na Atenção Básica. Ciência & Saúde Coletiva, 22(3):911-920, 2017.