Pesquisar

Vício em Sexo

O que é o vício em sexo?

O vício em sexo é definido como qualquer comportamento compulsivo relacionado ao sexo que interfere na vida normal e causa estresse significativo na família, amigos, entes queridos e no ambiente de trabalho.

Da mesma forma como um alcoólatra é incapaz de parar de beber, os viciados em sexo são incapazes de interromper seu comportamento sexual autodestrutivo.

Ele pode também tornar as tarefas diárias, como trabalhar ou estudar, bastante desafiadoras.

O termo técnico mais utilizado para se referir ao vício em sexo é “transtorno do comportamento sexual compulsivo”, ou hipersexualidade.

Esta não é uma condição formalmente aceita por toda a comunidade médica como uma forma de vício, já que ele não engloba todas as condições necessárias para isso (1).

Por seu uso corriqueiro, usaremos aqui o termo “vício em sexo” para se referir à condição de comportamento sexual compulsivo.

Fatores de risco

Aproximadamente 3% a 6% da população geral apresenta sintomas de vício em sexo (2). Ele pode acometer homens e mulheres com todas as orientações sexuais e das mais diversas classes sociais. Pode também acometer desde pré-adolescentes até idosos.

É comum que pessoas viciadas em sexo tenham sido abusadas sexualmente, fisicamente ou emocionalmente quando criança.

Histórico familiar de outras formas de vício ou dependência química também é comum.

Muitas pessoas possuem outros vícios além do sexo, embora muitos considerem o vício em sexo como sendo o mais difícil de superar.

Quais as características do indivíduo com vício em sexo?

O vício em sexo se refere a impulsos, pensamentos e comportamentos sexuais intrusivos e difíceis de controlar.

Estas atitudes podem se tornar o foco principal de sua vida, comprometendo outros aspectos da vida pessoal.

Mesmo que perceba a necessidade de parar certos comportamentos, o indivíduo não consegue controlar seus sentimentos e suas ações.

O comportamento sexual compulsivo pode em alguns casos não trazer qualquer forma de prazer.

Existe mais de uma centena de comportamentos diferentes que foram relacionados ao vício em sexo. Entretanto, nem todos estes comportamentos precisam estar presentes e duas pessoas diferentes podem ter comportamentos bastante diversos um do outro.

Como identificar o vício em sexo?

É importante distinguir o vício em sexo de ter uma vida sexual ativa ou ter vários parceiros sexuais.

A diferença é quão incontrolável é o comportamento e até que ponto esses comportamentos causam sofrimento a você ou a outra pessoa ou interferem em suas tarefas diárias.

Não existe um limite preciso entre até quando um comportamento sexual é aceitável e quando ele se torna doentio.

Um jovem de 20 anos pode fazer sexo ou se masturbar várias vezes ao dia sem que isso seja algo que o atrapalhe.

É possível também que uma pessoa goste de assistir pornografia com frequência, mas sabe quando parar e não sofre com isso. Também não deixa de trabalhar, estudar ou fazer outras atividades para ficar assistindo pornografia.

Por outro lado, quando passa a ter relações sexuais desprotegidas com muitos parceiros desconhecidos, quando passa a se masturbar a ponto de provocar lesão em seus órgãos sexuais, quando falta com frequência à escola ou ao trabalho devido a sua busca por sexo, isso pode ser um sinal de que o comportamento se tornou um vício.

Como identificar se o parceiro está viciado em sexo?

Muitas pessoas se sentem confusas, com raiva, desamparadas e sem esperança em relação ao comportamento de seu parceiro.

Isso pode acontece ao descobrir que ele está tendo um caso, conversando e flertando com outras pessoas online.

Pode também estar vendo pornografia com frequência ou tendo outros comportamentos inapropriados.

Os parceiros podem ser mantidos completamente no escuro sobre a atuação sexual. Outros podem estar cientes de alguns dos comportamentos, mas não de sua extensão.

Infelizmente, a “pulada de muro” pode ser simplesmente uma traição, não um sinal de vício.

O que fazer ao descobrir que o parceiro é viciado em sexo?

Não existe uma regra clara sobre o que fazer ao descobrir o vicio do parceiro.

Algumas pessoas podem querer saber tudo, outras não. Ficar sem saber pode aumentar a desconfiança e dificultar que “a página seja virada”. Por outro lado, saber do passado do companheiro também pode trazer lembranças indesejadas no futuro.

Para muitos, a relação nunca mais será a mesma. Para outros, ela pode levar a mudanças que deixam o relacionamento melhor do que nunca.

Algumas pessoas decidem se separar e não devem ser julgadas negativamente por isso. Outras farão de tudo para preservarem a união.

Independente do que se decida em relação ao futuro, uma consulta com o Ginecologista ou Urologista é fundamental. Um dos maiores riscos à saúde do vício em sexo são as Doenças Sexualmente Transmissíveis e uma triagem completa deve ser feita neste sentido.

Tratamento

Não existe um tratamento medicamentoso específico para o vício em sexo. Eventualmente, medicamentos podem ser usados para tratar condições concomitantes que podem estar presentes, como depressão ou desequilíbrios hormonais.

O foco principal do tratamento está na psicoterapia, sendo que diferentes técnicas podem ser consideradas para isso.

Alguns podem se sentir bem com a terapia em grupos para pessoas viciadas em sexo, mas nem todos consideram esses grupos adequados.

A terapia cognitivo-comportamental pode ajudar na identificação de possíveis gatilhos de comportamento.

O comportamento sexual fora de controle em um relacionamento romântico pode se tornar um desafio para a continuidade da vida a dois.

Assim, a terapia de casal pode explorar os sintomas do vício sexual e restabelecer a confiança e a comunicação com seu ente querido.