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Vacina Antialérgica (Imunoterapia)

O que é a Vacina Antialérgica (imunoterapia)?

A vacina antialérgica, também chamada de Imunoterapia, é um procedimento que tem por objetivo a dessensibilização de uma alergia específica.

Ela envolve a administração a intervalos regulares de doses progressivamente crescentes (fase de indução) seguida de doses constantes (fase de manutenção) do extrato ao que a pessoa é alérgica.

O alérgeno deve estar em quantidade suficiente para estimular a resposta do sistema imunológico, mas não o suficiente para causar uma reação alérgica completa.

Aos poucos, o sistema imunológico cria uma tolerância aos alérgenos, fazendo com que os sintomas de alergia diminuam ao longo do tempo

Qual a indicação para a Vacina Antialérgica?

A vacina antialérgica é o único tratamento capaz de modificar o curso natural das doenças alérgicas, conseguindo uma melhoria sustentada durante vários anos.

Ela não ter por objetivo curar uma alergia. Entretanto, ela pode dessensibilizar o paciente de forma a reduzir a probabilidade de reação a cada vez que entrar em contato com o alergeno.

Um dos maiores problemas do paciente com alergia grave é a necessidade de estar sempre vigilante com o risco de exposição a estes alérgenos. 

Em alguns pacientes, doses muito baixas podem ser suficientes para desencadearem uma reação alérgica grave. 

No caso de uma Alergia alimentar, por exemplo, resquícios de um alérgeno do tamanho de um único grão de açúcar pode ser suficiente para desencadear a reação (1). 

Especialmente nos restaurantes, isso pode ser adicionado acidentalmente durante o preparo de um prato ou pode estar presente em uma panela que não foi completamente limpa.

Já no paciente com Alergia ao látex, resquícios poderão estar presentes quando um cozinheiro prepara um prato com uma luva que não seja livre de látex.

Habitualmente, o paciente continua precisando evitar o alimento alergeno ou o látex. Entretanto, o risco de reação por contaminação acidental diminui bastante.

No caso de uma Alergia medicamentosa, por outro lado, a imunoterapia poderá ser indicada quando o paciente precisa usar uma medicação para a qual não existe um substituto seguro.

Outros alérgenos que muitas vezes não podem ser evitados incluem:

Quais os riscos da Vacina Antialérgica?

O principal risco da imunoterapia é a própria reação alérgica. Uma reação local leve é até esperada, podendo incluir vermelhidão, inchaço ou irritação, afinal ela busca justamente expor o paciente a uma substância para a qual ele é alérgico.

O risco de reações sistêmicas e potencialmente graves é baixo, mas não é ausente. Isso pode incluir inchaço na garganta e chiado no peito. Casos raros de anafilaxia podem envolver queda da pressão arterial e dificuldade para respirar.

Os sintomas se iniciam geralmente dentro de 30 minutos após a injeção, mas às vezes começa mais tarde. Assim, o paciente deve ser recomendado a esperar 30 minutos após a exposição para ir embora e a clínica deve estar preparada para intervir no caso de uma eventual intercorrência.

Pacientes que realizam injeções semanais ou mensais em uma programação regular sem perder doses, é menos provável que tenha uma reação séria.

Tomar um medicamento anti-histamínico antes de tomar a vacina da alergia pode reduzir o risco de uma reação, principalmente uma reação local. Isso poderá ser indicado em alguns casos.

Como o tratamento é realizado?

Ao tomar uma vacina para alergia, é importante que informe antes sobre eventuais sintomas que esteja sentindo, especialmente no caso de um paciente com asma. Em alguns casos, isso poderá exigir que a aplicação seja adiada.

O paciente deverá informar também a respeito de eventuais sintomas após a sessão anterior do tratamento, para que eventuais ajustes na dose possam ser feitos.

A aplicação é geralmente subcutânea (feita com injeção abaixo da pele), embora outras vias também estejam disponíveis.

Com o tempo, o Médico alergologista aumenta a dose de alérgenos em cada injeção. Isso ajuda a acostumar o sistema imunológico do paciente aos alérgenos, em um processo chamado de dessensibilização. 

O tratamento é dividido em duas fases:

  • Fase de acúmulo: a dose de alérgeno é aumentada gradualmente a cada injeção. Esta fase geralmente leva de três a seis meses, com injeções feitas de uma a três vezes por semana.
  • Fase de manutenção: após se atingir o resultado esperado, o paciente entra em uma faze de manutenção, para evitar que o resultado obtido seja perdido. As aplicações nesta fase são geralmente feitas uma vez por mês, ao longo de três a cinco anos.

Resultados

A tendência com a vacina para alergia é que os sintomas comecem a melhorar ao longo do primeiro ano de tratamento.

Entretanto, a melhora mais significativa acontece a partir do segundo ano.

No terceiro ano, a maioria das pessoas está insensível aos alérgenos contidos nas injeções.

Uma vez finalizado o tratamento, algumas pessoas persistem com a melhora de forma mais definitiva. Em outros casos, é possível que ocorra uma recorrência gradativa das reações alérgicas.