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Transplante de Fígado (Transplante Hepático)

O que é o Transplante de fígado?

O transplante de fígado é uma cirurgia na qual um fígado que não funciona mais é substituído pelo fígado saudável de um doador falecido ou uma porção de um fígado saudável de um doador vivo.

O procedimento é geralmente reservado como uma opção de tratamento para pessoas que apresentam complicações significativas da doença hepática.

O transplante também pode ser uma opção para pessoas que precisam remover uma parte significativa do fígado em decorrência de um câncer.

Fila de espera pelo Transplante de Fígado

A indicação do transplante de fígado está reservada a portadores de insuficiência hepática crônica terminal (1).

Como o número de doadores é insuficiente para suprir a demanda, cerca de metade dos pacientes que precisam realizar um transplante de fígado no Estado de São Paulo morrem antes de conseguir um doador (1).

De acordo com um exame realizado em São Paulo em 2012, 48% dos pacientes eram transplantados no primeiro ano na lista (1)

A organização da fila funciona através de um escore chamado MELD, iniciais em inglês para Model for Endstage Liver Disease (MELD). O escore mede a expectativa de vida do paciente em um prazo de três meses, o que é feito com base nos seguintes exames:

  • INR: Indica se o seu fígado está produzindo as proteínas necessárias para a coagulação do sangue
  • Creatinina: Indica o quão bem os rins estão funcionando
  • Bilirrubina: indica a capacidade do fígado eliminar esta substância, produzida pela degradação das hemácias;
  • Sódio sérico: indica a capacidade do corpo em regular o equilíbrio de fluidos

Assim, é dado prioridade para pacientes com doença mais grave, independentemente do tempo de espera na fila.

Transplante de doador vivo

O principal benefício do transplante de fígado proveniente de um doador vivo tem o benefício de poder ser feito mais precocemente.

Isso evita que o receptor desenvolva complicações em decorrência de uma espera prolongada pelo transplante.

Os transplantes com doadores vivos têm bons resultados, assim como os transplantes com fígados de doadores falecidos.

A porção do fígado transplantada e a porção deixada para trás no corpo do doador se regeneram rapidamente, atingindo o volume normal dentro de algumas semanas.

Quem pode ser doador vivo de fígado?

Encontrar um doador vivo pode ser difícil. Até porque a cirurgia também traz riscos para o doador.

O primeiro passo é identificar um potencial doador que seja saudável e capaz de se submeter com segurança a um procedimento cirúrgico de grande porte.

A maioria dos doadores vivos são familiares próximos ou amigos do candidato ao transplante de fígado.

A idade do doador, tipo sanguíneo e tamanho do órgão também devem ser considerados para determinar se uma pessoa pode fazer a doação.

Para fazer o procedimento, os doadores passam por uma extensa avaliação para garantir que sejam compatíveis com o receptor do órgão e para avaliar sua saúde física e mental.

Técnica cirúrgica

A técnica cirúrgica é semelhante no caso de doador vivo ou falecido. A diferença é que no caso do doador vivo a cirurgia pode ser previamente agendada.

O transplante de fígado é feito com anestesia geral.

O cirurgião faz uma longa incisão na barriga para acessar o fígado.

A seguir, o fígado original é retirado e substituído pelo órgão do doador.

Os vasos sanguíneos e ductos biliares são então conectados ao novo fígado.

Por fim, a ferida cirúrgica é fechada.

Todo este processo pode levar até 12 horas.

Pós-operatório do Transplante de Fígado

Após a cirurgia, o paciente permanece na unidade de terapia intensiva por alguns dias.

A função hepática é avaliada com frequência em busca de sinais de que o novo fígado está funcionando de acordo com o esperado. Isso continuará sendo feito mesmo depois de deixar o hospital.

Medicamentos imunossupressores serão usados para o resto da vida. O objetivo é impedir que o sistema imunológico ataque o novo órgão.

O paciente pode levar seis meses ou mais de tempo de recuperação antes de se sentir totalmente recuperado após a cirurgia de transplante de fígado. Este tempo pode variar a depender entre outras coisas das condições clínicas do paciente antes da cirurgia.

Efeitos colaterais da medicação imunosupressora

Ainda que indispensáveis, os imunossupressores podem causar uma variedade de efeitos colaterais, incluindo:

  • Perda de massa óssea (osteoporose)
  • Diabetes
  • Diarréia
  • Dor de cabeça
  • Hipertensão Arterial
  • Colesterol alto
  • Maior risco para infecções.

Sobrevida e qualidade de vida pós transplante de Fígado

A chance de um transplante de fígado ser bem-sucedido e a sobrevivência a longo prazo dependem das condições de saúde do receptor.

De acordo com estudo realizado nos Estados Unidos (1), a sobrevida após o transplante de fígado é de 79% em um ano, 67% em 5 anos, 57% em 10 anos, 50% em 15 anos e 48% em 18 anos. 

Além de uma maior sobrevida, os pacientes mostram uma significativa melhora na qualidade de vida um ano após o transplante de fígado. Esta melhora tende a ser mantida no longo prazo.

As pessoas que recebem um fígado de doador vivo geralmente têm melhores taxas de sobrevida a curto prazo do que aquelas que recebem um fígado de doador falecido. 

Um dos motivos para isso é que pessoas que recebem o órgão de um doador vivo geralmente esperam menos para receber o órgão, o que significa que elas sofrem menos com a espera.