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Trabalho de Parto Prematuro

O que é o Trabalho de Parto Prematuro (TPP)?

Trabalho de parto prematuro (TPP) é uma condição no qual os sinais característicos do trabalho de parto se iniciam antes de 37 semanas completas de gestação.

Quando não for interrompido, ele leva ao nascimento precoce do bebê, com risco aumentado para morte neonatal ou para complicações relacionados à imaturidade. Quanto mais precoce o parto, maior o risco para o recém-nascido.

Causas e Fatores de Risco

O trabalho de parto prematuro pode ter diversas origens. Alguns fatores comuns incluem:

  • Infecções urinárias ou vaginais (como vaginose bacteriana)
  • Hipertensão na gestação (pré-eclâmpsia)
  • Diabetes gestacional ou diabetes prévia
  • Tabagismo, uso de drogas ou álcool
  • Má nutrição ou baixo ganho de peso gestacional
  • Estresse intenso ou sobrecarga física
  • Gestação múltipla (gêmeos, trigêmeos)
  • Malformações uterinas (útero bicorno, incompetência istmocervical)
  • Rotura prematura das membranas
  • Descolamento prematuro da placenta
  • Polidrâmnio (excesso de líquido amniótico)

Sinais e Sintomas do Trabalho de Parto PRematuro

É importante que a gestante saiba identificar sinais precoces do TPP. Essa é uma emergência obstétrica que exige avaliação e eventual intervenção imediata.

São sinais de Trabalho de Parto Prematuro:

  • Contrações uterinas regulares (a cada 10 minutos ou menos)
  • Sensação de pressão na pelve ou baixo ventre
  • Dor lombar contínua
  • Aumento de secreção vaginal (muco, sangue ou líquido claro)
  • Sangramento vaginal
  • Dor tipo cólica menstrual
  • Sensação de que o bebê “está empurrando para baixo”

Avaliação obstétrica

Na presença de sinais e sintomas característicos, alguns exames podem ser solicitados para confirmar o Trabalho de Parto Prematuro e para avaliar a saúde fetal, incluindo:

  • Toque vaginal: avalia dilatação e apagamento do colo do útero
  • Cardiotocografia: monitora as contrações e batimentos cardíacos fetais
  • Ultrassonografia transvaginal: mede o comprimento do colo uterino
  • Teste de fibronectina fetal: marcador bioquímico que indica risco de parto prematuro.

Tratamento

O objetivo sempre que possível é prolongar a gestação com segurança, permitindo amadurecimento fetal e prevenindo complicações.

Nos casos em que ainda não há alterações no colo du útero, poderá ser indicado o repouso e a observação hospitalar.

Medicamentos tocolíticos, que inibem a conteração uterina, podem ser usados por curto período (geralmente 48h). Entre eles, incluem-se:

  • Nifedipina (bloqueador de canal de cálcio)
  • Atosiban (antagonista da ocitocina)
  • Indometacina (anti-inflamatório)

No feto com 24 a 34 semanas de gestação, a maturação pulmonar fetal pode ser estimulada com o uso de corticoide antenatal.

Já o Sulfato de Magnésio pode ser usado até a 32ª semana de gestação, buscando a neuroproteção fetal e a redução no risco de Paralisia Cerebral.

Por fim, antibióticos serão indicados nos casos de infecção associada ou rotura de membranas.

Quando a gestação não deve ser prolongada?

A decisão por prolongar a gestação com o uso de medicamentos tocolíticos deve ser feita de forma individualizada, considerando os riscos e benefícios para a gestante e para o feto.

  • Entre as contraindicações para prolongar a gestação, incluem-se:
  • Infecção intrauterina
  • Hemorragia uterina grave
  • Sinais de sofrimento fetal
  • Hipertensão grave ou pré-eclâmpsia severa
  • Malformações fetais incompatíveis com a vida

Medicamentos Tocolíticos

Os tocolíticos são medicamentos usados para inibir as contrações uterinas e atrasar o parto. Eles geralmente são indicados nas seguintes situações:

  • Trabalho de Parto Prematuro confirmado (contrações regulares com modificações cervicais)
  • Idade gestacional entre 24 e 34 semanas
  • Não há contraindicação para prolongar a gestação

O objetivo é ganhar tempo (geralmente 48 horas) para realizar outras intervenções que aumentam a sobrevida e reduzem complicações neonatais, como a administração de corticoide antenatal ou sulfato de magnésio. Ele permite também transferir a gestante para um serviço com melhor estrutura, incluindo a disponibilidade de UTI neonatal.

Sulfato de Magnésio

O sulfato de magnésio tem papel fundamental na neuroproteção fetal em gestantes com trabalho de parto prematuro (TPP). Com isso, elea reduz do risco de Paralisia Cerebral e outras complicações neurológicas no bebê prematuro. Estudos mostram redução de até 30–40% no risco de paralisia cerebral em bebês nascidos antes de 32 semanas.

Ele é geralmente indicado nas seguintes condições:

  • Idade gestacional entre 24 e 32 semanas
  • Risco iminente de parto prematuro (expulsivo iminente, dilatação avançada ou indicação médica de parto precoce)
  • Feto viável, sem malformações incompatíveis com a vida

O sulfato de magnésio deve ser usado por até 24 horas ou até o nascimento (o que ocorrer primeiro). Se o parto não ocorrer após 24 horas e o risco cessar, suspende-se o medicamento.

Corticoide

O corticoide antenatal é um dos pilares no manejo do trabalho de parto prematuro. Seu principal objetivo é acelerar a maturação pulmonar fetal e reduzir complicações da prematuridade. Outros potenciais benefícios do corticoide antenatal incluem:

  • Redução de Síndrome do desconforto respiratório (SDR)
  • Redução de Hemorragia intraventricular
  • Redução da Leucomalácia periventricular
  • Redução da Enterocolite necrosante
  • Redução da Mortalidade neonatal

Estudos mostram redução de até 40% na SDR e redução de até 50% nas complicações graves da prematuridade.

Os corticoides geralmente são utilizados na gestante em trabalho de parto prematuro com 24 a 34 semanas de gestação. Eventualmente, pode ser usado antes ou depois desse período.