Tendinite de Quervain
O que é a Tendinite de De Quervain?
A tendinite de De Quervain se refere à inflamação que acomete dois tendões na base do polegar: o abdutor longo do polegar e o extensor curto do polegar.
Ainda que possa acometer qualquer pessoa, algumas são mais susceptíveis, incluindo:
- Mulheres acima dos 40 anos;
- Pessoas que realizam esforços repetitivos com a mão ou polegar, seja no trabalho ou na prática esportiva.

Qual a causa da Tendinite de De Quervain?
A Tendinite de De Quervain é causada por um aumento na resistência à passagem dos tendões abdutor longo do polegar e o extensor curto do polegar por dentro da bainha que envolvem os mesmos.
Estas bainhas são estruturas fibrosas semelhantes a túneis e que são responsáveis por manter os tendões no lugar.
Quando, por algum motivo, os tendões ou a bainha que os envolve ficam inflamados, este túnel fica muito apertado. Assim, a fricção sobre o tendão aumenta, desencadeando inflamação e dor.

Quais os sinais e sintomas da Tendinite de De Quervain?
A principal queixa do paciente com tendinite de De Quervain é uma dor na lateral do punho, junto ao polegar, que pode ou não estar acompanhada de inchaço e sensação de fraqueza. Eventualmente, a dor pode irradiar para cima, até o antebraço.
A mobilidade do polegar pode ficar limitada.
Entre atividades que desencadeiam a dor, devemos considerar:
- Carregar compras, carregar um bebê ou beliscar;
- Mover o punho de um lado para o outro ou torcê-lo;
- Escrever ou usar tesoura;
- Abrir frascos, parafusar ou martelar;
- Cozinhar;
- Fazer jardinagem;
- Trabalhos em linha de montagem;
- Prática de esportes como o tênis e outros esportes de raquete;
- Sensação de aperto ou estalo ao mover o polegar.
Como é feito o diagnóstico da Tendinite de De Quervain?
O diagnóstico é feito com base na avaliação clínica. O teste clínico mais usado para isso foi descrito por Finkelstein, levando o seu nome.
Neste teste, mostrado na figura abaixo, o polegar é colocado contra a palma da mão, fechando o punho com os dedos sobre o polegar. A seguir, o punho é desviado no sentido do dedo mínimo, desencadeando a dor.

Qual a causa de Tendinite de De Quervain?
A Tendinite de De Quervain está associada ao uso repetitivo, em atividades que envolvem agarrar, apertar, beliscar ou torcer.
Gestação ou doenças inflamatórias, como a Artrite Reumatóide, aumentam o risco para a Tendinite de De Quervain, uma vez que podem provocar a inflamação dos tendões.
Tratamento sem cirurgia da Tendinite de De Quervain
O tratamento sem cirurgia pode ser efetivo nos casos com pouco tempo de evolução, sendo menos eficaz nos pacientes com problemas de longa duração.
O tratamento poderá incluir:
- Repouso por 3 a 4 semanas, especialmente com o afastamento de atividades que exijam movimentos repetitivos;
- Órtese para uso noturno por até 6 semanas;
- Medicações anti-inflamatórias;
- Aplicação de gelo;
- Uma ou duas injeções de corticoide próximo ou na bainha do tendão para reduzir a inflamação.
Uma vez que o paciente apresente melhora da dor, é importante que ele mantenha um programa de fisioterapia ou de Terapia Ocupacional para fortalecer o punho e o polegar.
Isso ajudará a evitar que os tendões continuem a ser sobrecarregado e que o problema volte. Além disso, a avaliação e correção da postura da mão durante atividades de trabalho ou esportiva deve ser considerada.
Tratamento cirúrgico da Tendinite de De Quervain
A cirurgia para o tratamento da Tendinite de De Quervain tem por objetivo romper a bainha que envolve os tendões abdutor longo do polegar e o extensor curto do polegar.
A seguir, a bainha é deixada para cicatrizar em uma posição mais relaxada, sem prender o tendão.
A cirurgia pode ser feita sob anestesia local e sem nenhuma incisão na pele, com o uso de uma agulha de injeção. O ultrassom poderá ser usado para direcionar a agulha até a bainha do tendão.
Alguns médicos realizam o procedimento no próprio consultório, sem necessidade de internação. De outra forma, a liberação da bainha também pode ser feita com uma pequena incisão local, sob anestesia regional.
Após a cirurgia, o paciente poderá mover o dedo assim que os efeitos da anestesia passar. Um curativo será usado por quatro ou cinco dias, sendo que a ferida deve ser mantida seca neste período.
É esperado que o dedo apresente dor leve e inchaço nos primeiros dias, que poderão ser aliviados com o uso de gelo e medicação anti-inflamatória.
Dependendo do tipo de trabalho, o paciente poderá retornar para as atividades já no dia seguinte à cirurgia, inclusive com o uso de teclados.
No caso de trabalhos que exijam maiores esforços com a mão, poderão ser necessários uma a duas semanas de afastamento.