Ruptura Uterina
O que é a Ruptura Uterina?
A ruptura uterina é uma emergência obstétrica caracterizada pela laceração total ou parcial da parede uterina.
Ela pode ocorrer durante o trabalho de parto ou, mais raramente, antes do seu início, levando à comunicação entre a cavidade uterina e a cavidade abdominal.
A ruptura uterina é extremamente rara em mulheres com o útero previamente íntegro (~0,006%), sendo mais comum em mulheres com cicatriz uterina prévia, especialmente por conta de cesárea prévia. A incidência, nesses casos, chega a aproximadamente 0,5% a 1%.
Fatores de risco para a ruptura uterina
O principal fator de risco para a ruptura uterina é uma cesárea anterior. Outros fatores que podem contribuir para um maior risco de ruptura uterina incluem:
- Trabalho de parto prolongado ou obstruído.
- Uso inadequado de ocitocina ou prostaglandinas.
- Traumas abdominais (ex: acidentes ou manobras obstétricas agressivas).
- Macrossomia fetal.
- Malformações uterinas ou miomectomia prévia.
- Gravidez múltipla.
- Manobras de versão externa.
Sinais Clínicos
Os sintomas podem variam conforme a gravidade da ruptura uterina, mas podem incluir:
- Dor abdominal súbita, intensa e persistente.
- Alterações no padrão das contrações uterinas.
- Parada do trabalho de parto (cessação das contrações).
- Sinais de sofrimento fetal (bradicardia).
- Sangramento vaginal (nem sempre presente).
- Palpação fácil de partes fetais no abdome.
- Instabilidade hemodinâmica materna (taquicardia, hipotensão).
- Contrações uterinas desaparecem ou ficam irregulares.
Diagnóstico da Ruptura Uterina
O diagnóstico da ruptura uterina deve ser considerado a partir dos achados clínicos compatíveis durante o trabalho de parto.
A ultrassonografia pode evidenciar descontinuidade uterina, mas tem baixa sensibilidade em emergências. Isso significa que muitos casos de ruptura uterina não são vistos nesses exames.
O diagnóstico muitas vezes é confirmado apenas durante uma laparotomia de emergência.
Tratamento
A ruptura uterina é uma urgência médica que necessita de tratamento cirúrgico imediato, com o objetivo de recuperar a estabilidade hemodinâmica da mãe.
Nos casos menos extensos, é possível realizar o reparo uterino, com a preservação do órgão e consequentemente com a preservação da fertilidade.
Nos casos mais graves ou com sangramento incontrolável, é necessário realizar a retirada do útero (histerectomia). A mulher, nesses casos, não poderá ter novas gestações no futuro.
O parto, em ambos os casos, é imediato, geralmente por meio de cesárea.
Prognóstico
Com intervenção rápida, a mortalidade materna é rara. O óbito fetal acontece entre 5% e 30% dos casos, sendo que o prognóstico depende do intervalo entre ruptura uterina e a resolução (parto).