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Rizartrose (Artrose no Polegar)

O que é a Rizartrose?


O termo Rizartrose se refere ao desgaste que acontece entre o osso trapézio e o primeiro metacarpo, na base do polegar.

Esta articulação desempenha um papel crítico no funcionamento normal do polegar, sendo a principal causa de dor na região.

A rizartrose afeta principalmente as mulheres a partir dos 50 anos, com acometimento das duas mãos na maior parte dos casos.

Ela pode afetar também pessoas que realizam trabalhos ou esportes com grande exigência e força de preensão manual, ou também como sequela de um trauma.


Classificação


A Rizartrose é classificada em quatro estágios com base na inflamação, redução no espaço articular e frouxidão da cápsula articular.

  • Estágio I: fase inflamatória (sinovite)
    Possível aumento de volume na articulação, que sugere derrame articular;
    Espaço articular normal na radiografia;
    Sem formação de osteófito (proeminência óssea).
  • Estágio II: Estreitamento da articulação
    Formação de pequenos osteófitos no lado interno (ulnar) da articulação;
    Ausência de subluxação ou deslocamento de até 1/3 do primeiro metacarpo em relação ao trapézio.
  • Estágio III: Destruição Articular Significativa
    Estreitamento adicional do espaço articular com alterações císticas e osso esclerótico;
    Osteófitos proeminentes na borda interna (ulnar) do trapézio distal;
    Subluxação moderada da base do primeiro metacarpo;
    Artrose leve associada da articulação escafotrapezoidal.
  • Estágio IV: Artrite Pantrapezoidal
    Subluxação importante da articulação;
    Estreitamento do espaço articular como no estágio 3;
    Alterações ósseas císticas e escleróticas subcondrais;
    Erosão e destruição significativas da articulação escapotrapezoidal.

Qual a causa da Rizartrose?


Diferentes fatores podem contribuir para o desenvolvimento da rizartrose, incluindo:

  • Influência genética (hereditária);
  • Uso repetitivo excessivo do polegar no trabalho ou no esporte;
  • Subluxação;
  • Lesão dos ligamentos ou fratura;
  • Uso repetitivo da articulação;
  • Fraturas ou lesões ligamentares prévias em decorrência de trauma;
  • Frouxidão ligamentar fisiológica.

Quais são os sinais e sintomas da Rizartrose?


Os sinais e sintomas mais comuns da rizartrose incluem:

  • Dor, sensibilidade e rigidez na base do polegar;
  • Redução da força e da mobilidade
  • Aumento de volume na articulação, que fica com um aspecto mais alargado

Os sintomas aparecem especialmente com movimentos de pinça e preensão, incluindo:

  • Segurar, beliscar ou prender algo entre o polegar e o indicador;
  • Girar uma chave ou a maçaneta de uma porta
  • Escrever,
  • Abrir garrafas
  • Fechar os botões de uma blusa.

Como é feito o Diagnóstico da Rizartrose?


O diagnóstico da Rizartrose é feito com base nas queixas e no exame físico do paciente, sendo então confirmado por meio de uma radiografia da mão.


Tratamento sem cirurgia da Rizartrose


O tratamento inicial da Rizartrose deve ser sem cirurgia na maior parte dos pacientes. Isso envolve a adaptação de alguns movimentos que causam a dor, medicações analgésicas e fisioterapia.

O uso de órteses específicas pode ser considerado, especialmente durante à noite, nas crises de dor ou ao fazer trabalhos pesados ​​com as mãos.

A fisioterapia poderá incluir:

  • Calor local ou gelo, a depender das condições;
  • Técnicas de eletroterapia ou fototerapia;
  • Exercícios para melhorar a mobilidade da articulação;
  • Exercícios para fortalecimento;
  • Exercícios motores finos para a mão e o polegar;

Órtese indicada para pacientes com Rizartrose



Tratamento cirúrgico da Rizartrose


A cirurgia é indicada quando o tratamento sem cirurgia não surte o efeito esperado. Diferentes técnicas cirúrgicas podem ser consideradas.

Não existe uma técnica ideal para todas as condições. A escolha depende de fatores como:

  • Gravidade da artrose;
  • Idade do paciente;
  • Tipo de atividade profissional, esportiva ou recreativa.

Artroscopia

A artroscopia é um procedimento realizado por vídeo, no qual uma microcâmera e os instrumentais cirúrgicos são introduzidos na articulação por meio de pequenas incisões na pele.

Muito utilizada em grandes articulações, como o joelho, ombro e quadril, a artroscopia tem ganhado espaço crescente também no punho e mão, com instrumentais específicos para as pequenas articulações.

A artroscopia para o tratamento da rizartrose tem por objetivo a remoção de osteófitos, de parte do osso trapézio e da membrana sinovial inflamada.

Ela pode ser utilizada para o tratamento da rizoartrose nos estágios I a III, embora mais indicados para os estágios I e II.

Ressecção do trapézio

Diversas técnicas cirúrgicas foram descritas envolvendo a remoção do trapézio.

Ela pode ou não ser combinada com a interposição de um tendão ou de um implante artificial, com o objetivo de ocupar o espaço deixado pelo trapézio.

Também pode ou não ser combinada com a reconstrução ligamentar, com o objetivo de aumentar a estabilidade da articulação.

Após a cirurgia, o paciente é mantido com a mão imobilizada por aproximadamente seis semanas, Inicialmente isso é feito com uma tala gessada ou de resina sendo depois substituida por meio de uma órtese removível específica.

A fisioterapia será necessária para recuperar a força e a mobilidade do polegar. Ainda que o paciente consiga usar o polegar de forma progressiva a partir de seis semanas após a cirurgia, a recuperação completa pode levar quatro meses ou mais.

A ressecção do trapezio, especialmente quando combinada com a interposição de um tendão e a reconstrução ligamentar, oferece resultados consistentes, com alívio significativo da dor e recuperação da função manual.

Outra vantagem é que a cirurgia é eficaz não apenas nos casos com artrose isolada da articulação trapeziometacarpiana (estágio 3), mas também para os casos mais graves com comprometimento pantrapezoidal (estágio 4).

Isso tudo faz com que o procedimento seja considerado o “padrão ouro” para o tratamento da Rizartrose.

A principal desvantagem da cirurgia é a perda de força, que pode ser minimizada no caso da interposição do tendão com reconstrução ligamentar.

Outro problema é que, ainda que a taxa de falha da trapeziectomia seja baixa, as opções para cirurgias de revisão são limitadas.

Prótese trapeziometacarpal

A prótese Trapeziometacarpal consiste na substituição da articulação da base do polegar por uma articulação artificial composta por duas partes, uma fixada no osso metacarpo e outra no trapézio.

A prótese visa recuperar a mobilidade e a função do polegar, de forma bastante similar ao que é feito em uma prótese de quadril.

Diferentes modelos de próteses foram desenvolvidos com diferentes princípios. Entretanto, todos eles são compostos por um componente para a substituição do trapézio e outro para a substituição do metacarpo.

Os implantes podem ser aparafusados no osso, fixados sob pressão ou por meio de cimento ósseo.

A recuperação é relativamente rápida e a reabilitação começa 2 a 3 semanas após a cirurgia, com os primeiros movimentos do polegar. Espera-se uma recuperação já bastante avançada após aproximadamente três meses da cirurgia.

A cirurgia é indicada especialmente para mulheres acima de 60 anos com comprometimento isolado da articulação trapeziometacarpiana.

Nestas pacientes, aproximadamente 90% das próteses seguem sem a necessidade de ser substituída 10 anos após a cirurgia (1).

No caso de pacientes mais jovens e ativos, o risco de complicações como a luxação (deslocamento entre os componentes) ou o afrouxamento do implante aumenta bastante. Isso faz com que a prótese não seja indicada de rotina nestes pacientes..

Outra contra-indicação relativa é no paciente que apresenta rizartrose no estágio IV (Artrite Pantrapezoidal), uma vez que apenas a articulação entre o trapézio e o metacarpo é substituída nesta cirurgia.

No caso de uma eventual falha da cirurgia, a retirada da prótese com ressecção do remanescente do trapézio tem resultado equiparável a de uma cirurgia primária para a retirada do trapézio.



Artrodese


A artrodese é um procedimento no qual o trapézio e o primeiro metacarpo são fundidos e passam a funcionar como um único osso.

Apesar de se conseguir um polegar indolor e estável, a cirurgia leva a um importante comprometimento da função da mão.

O polegar é fundido em uma posição oposta ao indicador, de forma a facilitar a realização da pinça.

Por outro lado, esta posição impede que o paciente apoie a mão completamente aplainada em uma superfície ou que ela bata palmas naturalmente.

A artrodese é indicada muitas vezes como um procedimento de salvamento, após a falha nos procedimentos realizados com outras técnicas.

Ela pode ser considerada também em algumas pessoas jovens e ativas, a depender de como a pessoa usa a mão para exercer suas atividades.