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Púrpura de Henoch-Schönlein

(Vasculite por IgA)

O que é a Púrpura de Henoch-Schönlein?

A Púrpura de Henoch-Schönlein (PHS) representa cerca de 50% de todas as vasculites em crianças, tendo como característica principal a inflamação de pequenos vasos sanguíneos.

Essa inflamação leva à formação de manchas roxas na pele (púrpura), além de possíveis alterações em articulações, rins e trato gastrointestinal.

A maior parte das crianças acometidas têm entre 3 e 10 anos, sendo mais comum em meninos. Ela tem maior incidência durante o inverno e a primavera, muitas vezes precedida por infecções virais das vias respiratórias superiores.

Qual a causa da Púrpura de Henoch-Schönlein?

A causa exata da doença ainda é desconhecida, mas entende-se que haja uma combinação de predisposição genética e de fatores ambientais. Alguns desses fatores que podem estar relacionados incluem:

  • Infecções respiratórias virais (como gripes e resfriados)
  • Certas bactérias (como estreptococos)
  • Reações a medicamentos
  • Picadas de insetos
  • Vacinas (raramente)

 

 

Quais os sintomas da Púrpura de Henoch-Schönlein?

A apresentação clínica é bastante característica:

  • Púrpura palpável: pequenas manchas roxas elevadas, principalmente nas pernas, nádegas e pés;
  • Dor e inchaço nas articulações, especialmente joelhos e tornozelos
  • Edema (inchaço) nas mãos, pés e face
  • Dor abdominal e, às vezes, sangramentos intestinais
  • Alterações urinárias (presença de sangue ou proteínas na urina)

Complicações

A maioria dos casos é leve e se resolve espontaneamente. No entanto, alguns casos mais graves podem eventualmente desenvolver complicações graves, especialmente nos rins e intestino. Até 30% dos pacientes têm novos episódios, com recorrência dos sintomas.

Diagnóstico

O diagnóstico é clínico, baseado na presença da púrpura característica e em outros sintomas associados.

Exames complementares não são necessários para o diagnóstico da doença. No entanto, eles podem ser solicitados para investigar possíveis complicações ou para descartar outras condições. Entre eles, incluem-se:

  • Exames de urina (para detectar sangue ou proteínas)
  • Exames de sangue (avaliar inflamação e função renal)
  • Ultrassom abdominal (em caso de dor intensa)
  • Biópsia de pele ou rim (em casos atípicos ou graves)

Tratamento

A maioria dos casos não exige tratamento medicamentoso específico, apenas repouso e controle dos sintomas.

  • Analgésicos e anti-inflamatórios podem ser usados para o tratamento da dor articular.
  • Corticoides (como prednisona) em casos com dor abdominal severa, nefrite ou complicações gastrointestinais

Prognóstico

A maior parte das crianças se recupera completamente em poucas semanas, sendo que a chance de sequelas é baixa quando a doença é bem acompanhada.

No entanto, o seguimento renal deve continuar por meses, mesmo após melhora clínica